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14/03/2014 - 17h19min

Padre Pedro: “Precisamos mudar a cultura machista impregnada na sociedade”

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Deputado preside Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher. FOTO: Carlos Kilian/Agência AL

Com a proposta de sensibilizar o público masculino para o enfrentamento da violência doméstica e familiar, os deputados da Assembleia Legislativa de Santa Catarina constituíram a Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher em dezembro de 2013.

Presidida pelo deputado Padre Pedro Baldissera (PT), a Frente Parlamentar tem como objetivos apoiar ações de combate à violência de gênero e reivindicar a ampliação da rede de atendimento às vítimas - delegacias especializadas, Centros de Referência, casas-abrigo, núcleos especializados nas Defensorias Públicas, Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Além disso, defende a criação de centros de reeducação para agressores.

Outra finalidade é promover debates dirigidos aos homens sobre a importância de mudar atitudes machistas e adotar posturas de respeito às mulheres. “Pretendemos desencadear uma série de atividades nas diversas regiões do estado. Envolvendo o homem neste processo, começamos a incutir uma nova consciência”, disse Baldissera.

Neste sentido, o parlamentar entende como estratégica a inclusão do tema Direitos Humanos, com foco nas questões de gênero, nos conteúdos escolares. “Há a necessidade de começarmos a construir essa nova mentalidade na sala de aula, que é o alicerce, a base das novas gerações. Precisamos mudar essa cultura machista que está impregnada na sociedade".

A Frente catarinense integra o Movimento Nacional de homens parlamentares pelo fim da violência contra as mulheres, comprometido com a alocação de recursos orçamentários para a implementação de políticas públicas para as mulheres. “A primeira Frente foi criada no Rio Grande do Sul. Em seguida, instalamos uma em Santa Catarina. Ela nasce da concepção de que é uma luta que deve ser assumida não só pelas mulheres, mas, principalmente, pelos homens”, ressaltou o deputado.

Uma de suas metas é mobilizar as Câmaras de Vereadores para a criação de frentes parlamentares municipais, constituindo uma rede articulada. “Devemos trabalhar num processo de construção coletiva, homens e mulheres juntos para a constituição de uma nova sociedade, com relações de igualdade, respeito e solidariedade”, destacou Baldissera.

Segundo o Mapa da Violência de 2012, do Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), Estado e capital ocupam a 25ª posição em assassinato de mulheres, com taxa de 3,5 e 3,2 homicídios em cada 100 mil mulheres, respectivamente. Conforme o estudo, cinco municípios catarinenses figuram entre os 100 mais violentos do país no que se refere a homicídios femininos: Lages (17º), Mafra (45º), Criciúma (83º), Balneário Camboriú (89º) e Chapecó (91º).

Projetos
A primeira ação adotada pela Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher em Santa Catarina foi a apresentação do Projeto de Lei 569/2013, que propõe o monitoramento eletrônico de homens acusados por atos de violência doméstica e familiar, por meio de tornozeleira, bracelete ou chip subcutâneo.

Na avaliação do autor da matéria, deputado Padre Pedro Baldissera, a medida garante controle e antecipação à Secretaria de Estado da Segurança Pública, além de inibir possíveis agressões dos acusados. “É uma nova maneira de coibir a violência contra a mulher. No momento em que o agressor se aproxima da vítima, é emitido um sinal para a Secretaria de Segurança Pública e, dessa forma, é possível evitar uma série de transtornos, até mortes”, explicou. A proposição aguarda o parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Em seguida, deve ser apreciada pelas comissões de Finanças e Tributação e de Direitos Humanos.

O parlamentar também é o proponente do PL 19/2014, que cria o Dia de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A data escolhida para a mobilização anual é 6 de dezembro. “Foi o dia em que o canadense Marc Lepine matou 14 mulheres e feriu outras dez, em 1989, numa sala de aula da Escola de Engenharia da Universidade de Montreal. Antes de atirar contra as mulheres e se suicidar, mandou que os 48 homens saíssem do recinto. Deixou uma carta, declarando não aprovar a situação com que se deparava: mulheres cursando Engenharia, uma área tradicionalmente dirigida a homens”, relatou Baldissera na justificativa do projeto. A matéria está em análise na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.

Ludmilla Gadotti
Rádio AL

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