Santa Catarina, um estado que foi colonizado por imigrantes europeus, predominantemente italianos, alemães, poloneses, entre outros, é considerada a região do país que tem atraído o maior número de refugiados e imigrantes na última década, devido aos índices de desenvolvimento e às possibilidades de incorporação no mercado de trabalho, superiores aos níveis nacionais.
Os novos contingentes de imigrantes e refugiados têm se estabelecido em Florianópolis e em cidades do interior com maior oferta de emprego, como é o caso dos municípios de Chapecó, Joinville, Blumenau e Criciúma, que precisam de mão de obra para suas indústrias e para o terceiro setor. Como na primeira onda de imigração ao estado no século passado e anterior, muitos dos que chegam a Santa Catarina agora passam por dificuldades, enquanto outros estão conquistando um espaço na sociedade.
Na última década, Santa Catarina recebeu um número significativo de imigrantes das Américas, principalmente em decorrência das crises humanitárias vividas no Haiti e na Venezuela. Segundo dados do Cadastro Único para Programas Sociais (Cadun) de dezembro de 2020, o estado tem mais de 15 mil migrantes, de 103 nacionalidades, fora os não cadastrados.
Desastres naturais e crises econômicas são os principais fatores que forçam as pessoas a deixar seus países de origem para buscar uma vida melhor em outro lugar. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, a Venezuela tem hoje a segunda maior população deslocada no exterior, atrás apenas da Síria. A crise econômica e política fez com que mais de 4 milhões de venezuelanos deixassem o país.
Já o Haiti, que em janeiro de 2010 registrou um terremoto avassalador, é considerado a nação mais pobre das Américas e tem um longo histórico de ditaduras e golpes de estado. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país é de 1,6 mil dólares por ano (cerca de R$ 8,5 mil), e cerca de 60% da população vive com menos de 2 dólares por dia (pouco mais de R$ 10). O Haiti tem 11,3 milhões de habitantes e um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo – com 0,51, ocupava a 170º posição entre 184 países no ranking produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado em 2020.
O IDH vai de 0 a 1 e é calculado todos os anos com base na expectativa de vida, média de anos de escolaridade e renda nacional per capita. A título de comparação, o Brasil é o 84º país no ranking, com índice de 0,765. Quanto mais próximo de zero, menor o IDH de um país.