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04/11/2020 - 16h44min

Plenário aprova moção em solidariedade a profissionais da NSC TV

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Sessão ordinária desta quarta-feira (4)
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

Com o voto contrário do deputado Jessé Lopes (PSL), o Plenário da Assembleia Legislativa aprovou, na sessão desta quarta-feira (4), moção manifestando solidariedade à repórter Barbara Barbosa e ao cinegrafista Renato Soder, da NSC TV, que foram intimidados por banhistas na última segunda-feira (2), enquanto faziam uma reportagem na Praia do Campeche, em Florianópolis. A moção é de autoria da deputada Paulinha (PDT).

A parlamentar afirmou que os profissionais foram agredidos em pleno exercício da profissão. Ela reconheceu que os banhistas tinham o direito de querer preservar suas imagens, mas, para ela, não houve o pedido para que esse direito fosse respeitado.

“Houve uma agressão aos jornalistas, não houve um pedido para não uso das imagens”, disse Paulinha. “Não podemos patrocinar nenhum tipo de violência”.

Jessé Lopes discordou. Para eles, a equipe de reportagem feriu o direito de privacidade dos banhistas. “Não vi agressão nenhuma. Vi jornalista tentando interferir na privacidade das pessoas, julgando-as como criminosas. As pessoas não gostaram. No máximo, elas tentaram tirar o celular [da repórter].”

O deputado destacou que as pessoas estão cansadas das restrições impostas por causa da pandemia e defendeu o direito individual de não usar máscaras em espaços abertos, como as praias. “É uma afronta à liberdade das pessoas de poderem decidir pela própria vida”.

Carlos Humberto e Mauricio Eskudlark, ambos do PL, também defenderam o direito à privacidade, mesmo em um local público. “O direito coletivo é muito importante e está acima do individual. Porém, temos que lembrar que para termos uma plena democracia, os direitos individuais também precisam ser respeitados”, disse Humberto.

“Tenho direito à minha privacidade. Se alguém quer me filmar, mesmo num lugar público, eu tenho o direito de não ser filmado”, completou Eskudlark. “A imprensa, hoje, acha que pode tudo. E não é bem assim. Todos nós somos contra qualquer tipo de agressão, de violência. Mas o respeito tem que vir dos dois lados.”

Marcius Machado (PL) afirmou que “não posso ter meu direito individual de forma egoísta para prejudicar o interesse da coletividade”. Moacir Sopelsa (MDB) lembrou que há normas que exigem o uso de máscara para a permanência em determinados locais. “Se tem normas, elas têm que ser cumpridas”, comentou. “O direito de andar sem máscara, numa aglomeração de pessoas, ele não existe hoje. Temos que ter respeito um com os outros.”

Ada de Luca (MDB) se solidarizou com os profissionais da TV. Para ela, a repórter e o cinegrafista estavam apenas cumprindo seu papel. “A violência é a marca do autoritarismo. Esse ódio, esse cerceamento à imprensa é o estigma da ditadura, ainda. Não podemos permitir tamanha arbitrariedade.”

Luciane Carminatti (PT) ressaltou que os profissionais da NSC estavam em um espaço público. “Só falta agora os jornalistas não poderem utilizar de espaços públicos para fazer sua abordagem”, disse. “Temos que coibir [as agressões]. Nós, da esquerda, fomos muitas vezes questionados pela imprensa e nem por isso coibimos o papel da imprensa. Democracia pressupõe imprensa livre.”

Marcelo Espinoza
Agência AL

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