Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
16/08/2024 - 16h10min

Parlamento 190 anos – O olhar de quem faz a Assembleia

Imprimir Enviar

FOTO: Agência AL

Para que os 40 deputados possam trabalhar por Santa Catarina, a Assembleia Legislativa conta com um corpo de funcionários que atua diariamente em Florianópolis e nos municípios onde os parlamentares mantêm escritórios regionais. Para alguns deles, a Alesc é quase uma extensão de casa.

Siomara Gonçalves Videira está há mais de quatro décadas no Parlamento estadual. Ela ingressou na Casa em 1982, por meio de concurso público. Nesse período, acompanhou as transformações no relacionamento entre a Assembleia, os deputados e a população.

“Nossa Casa mudou muito ao longo desses 42 anos”, afirma Siomara. “A participação popular aumentou muito nesse período. Quando entrei aqui, tínhamos as sessões e não saía disso. A partir da Constituição (de 1989), começaram as audiências públicas. A nossa Casa cresceu muito com isso.”

A servidora é taquígrafa. Por meio de um sistema de escrita abreviada, ela transcreve o que é dito nos eventos da Assembleia. Os registros são transformados em atas, documentos oficiais que registram a história do Parlamento.

Siomara Videira, 42 anos de Alesc, acompanha as audiências públicas da Casa. FOTO: Solon Soares/Agência AL Siomara começou na Alesc como taquígrafa das sessões plenárias. Ela se recorda dos fortes embates entre oposição e situação, quando PDS e PMDB predominavam na Casa, nos anos 1980.

“Tinha duas tribunas, uma da situação e, do outro lado, a oposição. E nós [taquígrafas] ficávamos no meio. Às vezes, nos debates, tinha cinzeiro voando, microfone voando. Tínhamos que sair correndo para não ficar no meio da briga.”

Há 20 anos, Siomara atua nas audiências públicas, o que lhe possibilita acompanhar debates de temas importantes para o estado, realizados na capital e em todas as regiões.

“Lido com as audiências públicas e percebi como a participação popular aumentou nesse período. Quando eu cheguei aqui, quase não havia essa participação. Hoje, a população sabe que pode contar com esse espaço, para colocar suas reivindicações.”

De 0 a mil
Nelson Henrique Moreira, que atua na Coordenadoria do Orçamento Estadual da Alesc, ingressou na Casa em julho de 1979, inicialmente como servidor comissionado. Dois anos depois, prestou um concurso e foi efetivado. Ele também testemunhou as transformações no Parlamento em mais de quatro décadas.

“Nossa Casa era muito diferente. A Assembleia deu um salto de zero a mil nesse tempo, em toda a infraestrutura, não só a parte legislativa, mas na parte funcional também”, destaca.

Nelson Moreira, servidor da Assembleia há 45 anos. FOTO: Bruno Collaço/Agência ALMoreira se recorda que nos anos 1980 o Parlamento contava com um serviço de telégrafo para que os deputados pudessem se comunicar de forma rápida com suas regiões. “O deputado precisava mandar mensagem para o interior e usava o telégrafo. Tínhamos um policial militar que digitava muito rápido.”

Essas mensagens, por vezes, eram encaminhadas para emissoras de rádio do interior. Serviam, por exemplo, para atualizar familiares de pessoas que vinham à Capital para tratamento de saúde. Moreira lembra que, naquela época, era muito comum os parlamentares auxiliarem moradores do interior nessas questões.

“Os gabinetes também atendiam pessoas doentes. Alguns deputados mantinham casa para receber essas pessoas do interior com problemas sérios de saúde, principalmente casos de câncer.”

Da infância à aposentadoria
A Assembleia pode ser considerada uma extensão da vida do advogado Pedro Bittencourt Neto. Filho de um ex-deputado (Epitácio Bittencourt), que foi presidente da Casa, Pedrinho, como é conhecido, é servidor efetivo aposentado da Alesc. Também foi deputado e a presidiu, na metade dos anos 1990. Mas a relação dele com o Parlamento é anterior à idade adulta.

Pedro Bittencourt Neto frequentava a Alesc na infância; é servidor aposentado e ex-deputado. FOTO: Bruno Collaço/Agência AL“Eu estava no jardim da infância e a Assembleia funcionava no Batalhão da Polícia Militar. Minha mãe não podia me buscar e meu pai era deputado. Eu ia sozinho da escolinha até a Assembleia para esperar meu pai encerrar o expediente. Às vezes, eu tirava um cochilo perto do plenário. Me lembro dos discursos, dos debates, de figuras como Ivo Silveira.”

Em 1975, ingressou na Alesc como servidor, aprovado num concurso para datilógrafo. Em 1982, foi eleito deputado estadual e já no primeiro mandato, entre 1983 e 1985, foi membro da Mesa Diretora. Entre 1995 e 1997, ocupou a Presidência da Casa.

“A Assembleia de Santa Catarina tem um espaço muito grande na vida do catarinense”, considera. “Me sinto um partícipe desse projeto. Eu tenho quase 70 anos de idade e mais de 60 deles foram de convivência dentro da Assembleia.”

Especial 190 anos
O ano de 2024 marca os 190 anos do surgimento do Poder Legislativo catarinense. Nesses quase dois séculos de história, o Parlamento acompanhou as modificações da economia, da sociedade e da política estaduais e tornou-se relevante para a população, apesar de inúmeros percalços vividos nessa longa trajetória.

Para marcar a data, a Agência AL, em parceria com a TVAL, veiculou nesta semana uma série de reportagens especiais sobre o tema. A primeira matéria, veiculada na segunda-feira (12), apresentou um rápido histórico do Parlamento catarinense. Na terça-feira (13), o assunto foi o papel da Alesc na integração estadual. Na quarta (14), o texto destacou a importância de um Poder Legislativo forte.  Na quinta (15), o tema a Assembleia como espaço do diálogo. As reportagens podem ser conferidas nos links abaixo.

Marcelo Espinoza
Agência AL

Voltar