Estocolmo, na Suécia, é destaque no planejamento urbano sustentável

Hammardy Sjüstad, exemplo de bairro sustentável da capital sueca. FOTO: Lucas Gabriel Diniz/Agência AL

Cuidados com gerenciamento de lixo, transporte público, água e energia. Em mais um dia da missão oficial à Escandinávia, promovida pela Assembleia Legislativa, os membros do Parlamento conheceram o projeto de desenvolvimento de novas áreas da capital da Suécia.

Estocolmo é uma cidade formada por ilhas e banhada pelo Mar Báltico. Dezenas de barcos usam as águas como opção de locomoção. Nas ruas, pedestres, ciclistas, carros e trens convivem harmoniosamente. Durante os meses de calor, a população corre para aproveitar o sol. Atualmente, são 850 mil habitantes, mas a previsão é que dentro de 15 anos esse número chegue a 1 milhão.

"É muito importante que cidades que estão crescendo como Estocolmo, entre 10 e 14 mil pessoas a cada ano, sejam sustentáveis. Os pontos cruciais são água, energia, lixo, e transporte. Um bom sistema de transporte público pode minimizar o número de carros particulares circulando dentro da cidade", afirma o arquiteto Björn Cederquist, que trabalha no planejamento de novas áreas de Estocolmo.

A casa que recebeu a comitiva catarinense funciona como um centro de informações sobre ideias voltadas ao planejamento da cidade.

Vila sustentável
O bairro Hammardy Sjüstad, próximo à região central da capital sueca, é um desses bairros que já nasceu sustentável. A área começou a ser planejada na década de 90, quando surgiu a possibilidade de Estocolmo ser candidata a sede dos Jogos Olímpicos de 2004. A cidade perdeu a disputa para Atenas, na Grécia, mas os investimentos na região continuaram.

Os prédios onde moram os 17 mil moradores do bairro consomem energia feita a partir do lixo ou do sol. O sistema de aquecimento das casas também usa a combustão de resíduos como base. Sacolas com lixo orgânico ou que não pode ser reciclado são depositadas em coletores que usam sistema de vácuo para levar o material até containeres, e depois são transformadas em biogás ou energia.

Estações de metrôs e de trens são interligadas. Para desestimular o uso do carro, foi criada uma taxa de quatro euros para entrar ou sair da região central da cidade. As avenidas e túneis são planejados no longo prazo, tudo com critérios bem definidos.

Avaliações
"O que mais me impressionou foram os critérios de sustentabilidade usados no planejamento urbano e no ordenamento da expansão urbana. Aqui ficou claro que a estrutura de mobilidade pode estar aliada a elementos de sustentabilidade. O tratamento de resíduos urbanos, a eficiência energética nos prédios, o tratamento e o uso consciente da água, tudo isso está integrado de forma perene, em uma cidade que se expandiu muito em pouco tempo e atingiu níveis de sustentabilidade muito notáveis", avalia Benyamin Parham Fard, secretário de Desenvolvimento Econômico de Jaraguá do Sul.

Para o deputado Aldo Schneider (PMDB), a importância de critérios claros para o desenvolvimento de novas áreas é fundamental. "Nossa delegação está percorrendo países em evolução na questão da sustentabilidade. Aqui na Suécia existem iniciativas de vanguarda no processamento de lixo e também na formação de cidades sustentáveis. Com essa visita, ficou evidente que se o governo tem que ter regras claras, os empreendedores virão. O que temos que fazer é dar segurança jurídica para quem quer empreender", afirma o parlamentar.