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03/06/2013 - 13h21min

Parlamentares conhecem iniciativas de sucesso na gestão de resíduos

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Missão Escandinávia. Foto: Lucas Gabriel Diniz

Aquecimento de água feito com incineração de lixo, postos de coleta e reciclagem de materiais pesados, transporte público alimentado a biogás, devolução remunerada de latinhas e garrafas vazias. No primeiro dia da missão oficial à Escandinávia, promovida pela Assembleia Legislativa, membros do parlamento conheceram algumas soluções encontradas pela cidade de Boras para a destinação de resíduos urbanos. Atualmente, a cidade recicla 99% de todo o lixo que produz.

Fundada em 1654, Boras é a décima terceira maior cidade da Suécia. Com mais de 100 mil habitantes, o município é cortado pelas águas limpas do Rio Visca. Os canteiros da cidade são enfeitados por dezenas de estátuas, feitas por artistas de diferentes nacionalidades. Polo nacional de design têxtil, Boras alcançou destaque internacional na área de preservação ambiental. O trabalho começou em 1962, com ações de conscientização ligadas ao programa "Suécia mais limpa". Atualmente, Boras reaproveita 99% de todo o lixo produzido na cidade.

Professor da Universidade de Boras, entidade que presta consultoria internacional em gerenciamento de lixo urbano, Ramon Garrote acompanhou a comitiva catarinense no primeiro dia da missão. Ele destacou a importância dos projetos de destinação de resíduos, e reforçou que o comprometimento da população é essencial para fazer funcionar os programas de reciclagem. "A sociedade precisa ser protagonista nesse tipo de iniciativa", afirmou.

O protagonismo dos cidadãos de Boras está presente em várias iniciativas. Em vários supermercados é possível encontrar moradores fazendo uso de máquinas especiais para devolução de latinhas e garrafas vazias. Nesse programa, o usuário paga uma taxa pela embalagem do produto. Depois de consumi-lo, deposita o material numa máquina coletora e recebe de volta o valor investido. A cada ano, 14 mil toneladas de latas e 19 mil toneladas de PET são recicladas.

Segundo Ramon, os moradores participam ativamente da coleta seletiva de lixo. A maior parte dos resíduos gerados pela população é reciclada, tratada biologicamente ou transformada em energia, principalmente pelo processo de combustão. O material resultante abastece casas, estabelecimentos comerciais e a frota de ônibus que integra o transporte público. O processo também ganhou outra finalidade: esquentar a água que abastece residências e estabelecimentos comerciais da cidade. Sob as ruas, encanamentos especiais levam a água quente, cuja temperatura chega a 62 graus Celsius. O cidadão paga somente pelo que usa, e o excedente retorna para a rede.

O estímulo à reciclagem também pode ser visto no Lago Oresjö. Congelado no inverno, o local fica repleto de famílias durante os poucos meses de calor no país. Perto da entrada, construções com escotilhas convidam para o recolhimento e separação do lixo deixado pelos visitantes.

Os integrantes da missão também visitaram um dos cinco centros de recolhimento de resíduos pesados instalados em Boras. São os próprios moradores que levam o que não usam mais, e o movimento de carros trazendo material reciclável é incessante. Adultos e crianças colocam materiais como lixo eletrônico, restos de papel e móveis velhos em grandes containeres. Braços mecânicos esmagam o que pode ser esmagado. Toneladas de resíduos são recolhidos a cada semana, e depois encaminhados para empresas de reciclagem.

Integrante da missão, o deputado Kennedy Nunes (PSD) destacou o grau de conscientização da população que colabora com a iniciativa, e lembrou que o poder público também tem que dar sua contribuição, fazendo com que o serviço funcione de maneira organizada. O vice-presidente da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), o prefeito de Chapecó, José Claudio Caramori (PSD), também aprovou a iniciativa e afirmou que poderia funcionar nos municípios catarinenses. "Caberia ao poder público criar esse tipo de espaço, e então buscar através de campanhas a conscientização da população, mostrando que cada um deve ser responsável pelo lixo que gera", disse.

Também participam da missão oficial à Escandinávia o deputado Mauro de Nadal (PMDB), que lidera a comitiva, acompanhado do 1º vice-presidente da Casa, deputado Romildo Titon (PMDB), e dos deputados Aldo Schneider (PMDB) e Carlos Chiodini (PMDB). O prefeitos Dieter Janssen (PP), de Jaraguá do Sul, também integra a missão, além de Benyamin Parham Fard, secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Jaraguá do Sul; Marlene Zwierewicz, do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave), de Orleans, Daiane Vila Real Cordenonsi, do Instituto de Desenvolvimento Regional Celer (Iceler), e Kátia Sarlet Rezende, secretária executiva de Relações Institucionais da Alesc. (Deluana Buss - Boras – Suécia)

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