Eleições no México e baixa cobertura vacinal no estado movimentam sessão
As eleições no México, realizadas dia 1º de julho, e a baixa cobertura vacinal contra poliomielite em algumas regiões do estado movimentaram a sessão desta quarta-feira (11) da Assembleia Legislativa.
“Se me pedissem para resumir o sentimento que vivi, a palavra é pânico. Um processo eleitoral com 133 candidatos assassinados e 1,5 mil obrigados a desistir por ameaça de morte, porque se não desistissem, morreriam. E como morrem lá? Em emboscadas”, relatou Kennedy Nunes (PSD), que atuou como observador da ONU na eleição mexicana.
Segundo Kennedy, alguns locais de votação foram improvisados em tendas, no meio da rua, com votação e apuração no local.
“A apuração começou no meio da rua, o vento levava as cédulas e eles catando”, contou o deputado.
De acordo com o observador da ONU, em determinado local de votação que visitou, localizado em uma comunidade parecida com a Rocinha, observou como um “chefe” local controlava a votação.
“Um bigodão chegou e falou ‘vocês têm de sair daqui’. Era o dono do pedaço. Nisso subiu um carro da Polícia Federal, pensei ‘pelo menos estamos seguros’, mas aí para a caminhonete, o policial baixa o vidro, faz uma foto do local, dão a ré e vão embora. Então eu disse para meu colega do Canadá: ‘se nem a polícia desceu, o que estamos fazendo aqui, pernas para que te quero’”, descreveu Kennedy.
Por outro lado, o representante do PSD ressaltou que, apesar do voto não ser obrigatório, mais de 70% dos eleitores votaram e que os mesários e fiscais de partidos estavam comprometidos com a transparência e a segurança do pleito.
Vacinação em baixa
Já o deputado Neodi Saretta (PT), presidente da Comissão de Saúde, alertou sobre os riscos que os catarinenses correm com o baixo índice de cobertura vacinal da poliomielite.
“Temos visto que diversas cidades não atingiram a meta na vacinação contra poliomielite, há casos de apenas 28% da meta atingida. Há 30 anos não temos um caso de pólio no estado. No Brasil estamos desde a década de 1990 sem registro, mas é importante alertar de que sempre há o risco do retorno, especialmente nas cidades com baixa cobertura vacinal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda cobertura superior a 95%, cidades na faixa de 30% estão correndo enormes riscos”, avisou Saretta.
O presidente da Comissão de Saúde fez um apelo à Secretaria de Estado da Saúde (SES) para que execute uma ação emergencial nos municípios para atingir as metas.
“O sarampo, a rubéola e a caxumba estão aí de volta”, insistiu Saretta.
Apae de Jaraguá do Sul
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) elogiou a direção e a equipe técnica da Apae de Jaraguá do Sul pela implantação de uma sala de estimulação sensorial na instituição.
“Instalaram uma sala de estimulação dos sentidos, uma terapia benéfica para pessoas com capacidades reduzidas para se relacionarem com o meio, pessoas com necessidades especiais, com demência ou autismo”, explicou Caropreso, acrescentando que atua como médico voluntário da Apae de Jaraguá do Sul desde 1984.
Motivação para agir
Maurício Eskudlark (PR), que já comandou a Polícia Civil, garantiu que os policiais civis e militares têm o apoio incondicional dos chefes para agirem com rigor no combate ao crime.
“Tenho acompanhado o trabalho da equipe do secretário Alceu de Oliveira, é motivador, fez com que os policiais se sintam com vontade de desempenhar seu trabalho, porque se não têm apoio incondicional dos chefes imediatos, eles se retraem, se não tiverem uma retaguarda para quando precisarem agir com mais rigor, eles se sentem inseguros”, argumentou o ex-delegado.
Presídio de São José
Mauricio Eskudlark e Mário Marcondes (PR) voltaram a criticar o posicionamento do Executivo de São José com relação ao presídio que o governo do estado planeja construir no município.
“Há uma briga para implantar em São José uma unidade prisional, parece que dá ‘ibope’ ser contra por ser contra, mas quem administra o município tem de ter responsabilidade com a segurança publica”, avaliou Eskudlark.
“A população tem o propósito de aceitar a instalação em São José de uma unidade para abrigar presos, mas tem de ter a boa vontade do ente público municipal, a prefeita é da linha do Raimundo Colombo, você chegava com meia dúvida e saía com três dúvidas”, comparou Marcondes, que defendeu a construção do presídio próximo ao contorno viário da Grande Florianópolis.
Virou lenda
Mário Marcondes lamentou o anúncio de que o contorno viário da Grande Florianópolis somente estará concluído em dezembro de 2020.
“A dita alça de contorno viário virou lenda, o consórcio Arteris tinha prazo limite até o final de 2012, estamos em 2018! Agora anunciaram uma grande vitória, que não será mais concluído em março de 2021 e sim em dezembro de 2020, ganhamos três meses”, ironizou Marcondes, que pediu a intervenção do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPSC) e do Procon.
Suco de uva na cesta básica
Antonio Aguiar (PSD) defendeu a inclusão do suco de uva integral na cesta básica.
“Fizemos a indicação ao governo solicitando para que elabore projeto de lei para incluir o suco de uva integral na cesta básica, isso significa que o ICMS deve ser diminuído para aumentar as vendas e a capacidade da indústria”, argumentou Aguiar, que ressaltou o suco produzido em Pinheiro Preto, no Vale do Rio do peixe.
SC-477
Aguiar noticiou inauguração de mais um trecho da SC-477, que liga o Alto Vale do Itajaí ao Planalto Norte.
“A SC-477 é a grande malha viária que interessa ao Planalto Norte, que é sempre esquecido das grandes obras, sempre pedimos isenção fiscal para que os empresários lá se instalem, agora essa rodovia tem um dos segmentos inaugurado. Faltam 18 quilômetros para terminarmos essa grande integração, de Doutor Pedrinho a Itaiópolis, diminuindo em 80 quilômetros a distância até Florianópolis”, declarou Aguiar.
Preço do gás
Serafim Venzon (PSDB) trouxe à tribuna a discussão sobre monopólio do gás, exercido pela Petrobrás.
“Um botijão de 13 litros custa R$ 55 e só tem um que pode vender, não existe opção, igual a gasolina. Nos EUA o litro custa R$ 1, aqui pagamos mais de R$ 4, tem taxas, impostos e a Petrobrás, e não tem outra opção”, garantiu Venzon, ponderando em seguida que nos Estados Unidos o botijão custa R$ 14.
Deputado corajoso
Valmir Comin (PP) elogiou a atuação do deputado Marcos Vieira (PSDB), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no restabelecimento do papel do Parlamento na concessão de incentivos fiscais.
“Muitas críticas foram feitas quando foram baixadas as taxas das importadoras do estado, mas um navio carregado de aço no Porto de São Francisco requer quatro mil carretas, oxigenando a economia”, discursou Comin, que admitiu que a concessão de incentivos requer critério e transparência. “Esta é uma prerrogativa que cabe ao Parlamento”.
Violência contra a mulher
Valmir Comin também abordou na tribuna a violência contra a mulher e revelou que sua atuação como secretário de Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST) viabilizou o deslocamento de equipes técnicas até o interior do estado.
“Nossa equipe trabalhou muito nesse projeto para que estivesse pronto para percorrer o estado, os dois ônibus foram retirados do estacionamento, levando-os a mais de 200 municípios, garantindo conhecimento e empoderamento da mulher”, informou Comin, explicando logo após que dentro dos ônibus vão integrantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Defensoria Pública, Ministério Público Estadual, da SST e dos Cras e Creas locais.
Agência AL