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01/12/2015 - 11h35min

Ciclistas pedem a deputados, Detran e PM foco na fiscalização e educação

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FOTO: Solon Soares/Agência AL

Ciclistas de vários municípios pediram aos parlamentares, ao Detran e à Polícia Militar foco na fiscalização e na educação. “Pedimos aos deputados para fiscalizar e cobrar o Executivo, as obras que são feitas de maneira incorreta podiam ser melhor fiscalizadas pelos senhores”, declarou Fabiano Pacheco, conselheiro da União dos Ciclistas do Brasil, durante audiência pública da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa, realizada na tarde dessa segunda-feira (30).

Jorge Andriani, da ONG Cicloação, de Itajaí, cobrou mais fiscalização da Polícia Militar. “Estamos enfrentando uma guerra no trânsito, temos horário para sair, para chegar não. O respeito é fundamental, mas nem todos os motoristas respeitam a faixa de pedestres e o ciclista. Cadê a fiscalização?”, questionou Andriani.

Sérgio Frigolao, instrutor de ciclistas, da capital, criticou o modelo de educação para o trânsito, ironizando a confissão do representante da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, de Florianópolis, que declarou desconhecer os sinais de trânsito orientados à bicicleta. “Isso aponta para a ineficiência do modelo de educação, quem tem carteira de habilitação deveria conhecer o modelo de sinalização”, argumentou Frigolao, que cobrou a inclusão do trânsito no currículo escolar nos ensinos fundamental e médio. “Não apenas um tratamento transversal”, reivindicou o ciclista.

Encaminhamentos
Além de pedir mais fiscalização e educação para o trânsito, os participantes da audiência pública decidiram reivindicar um número de telefone para denunciar motoristas que não respeitam os ciclistas; estimular o governo a financiar campanhas de conscientização; elaboração de uma política cicloviária consistente; redução de impostos nas cadeias produtiva e de comercialização das bicicletas; e o desarquivamento do Projeto de Lei nº 273/2013, da atual deputada federal Angela Albino (PCdoB), que institui a política de incentivo ao uso da bicicleta no estado.

Também foi sugerido melhorar a sinalização ciclovia da Beira Mar Continental, em Florianópolis, especialmente sob a ponte Hercílio Luz; a fiscalização, pela Polícia Rodoviária Estadual, do abuso de velocidade no Trevo da Seta, no Sul da Ilha; e a redefinição do modelo de duplicação da SC-486, que liga a BR-101 a Brusque, para contemplar uma ciclovia exclusiva para bicicletas e não para uso compartilhado com veículos (acostamento) e pedestres.

O deputado Antonio Aguiar (PMDB), que propôs realização da audiência pública, agradeceu a presença dos ciclistas e afirmou que enviará ao Deinfra um pedido oficial para instalar uma faixa defronte o posto da Polícia Rodoviária Estadual, na na SC-401, com os seguintes dizeres: “Você está entrando em área de treinamento de ciclistas”. A medida, segundo o deputado, visa mitigar os acidentes que se repetem no Norte da Ilha e causam lesões graves e a morte de ciclistas.

A bicicleta em Florianópolis
O ex-prefeito de Curitiba e atual superintendente da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Cassio Taniguchi, garantiu aos deputados e aos ciclistas que que a região saltará dos atuais 64 km para 310 km de ciclovias nos próximos anos. “Com iluminação, pavimento e sinalização adequada, para que o motorista não tenha dúvidas sobre o respeito ao ciclista”, afirmou Taniguchi, que estimou em R$ 90 milhões o custo da expansão.

Segundo Tanigucchi, a definição do modelo BRT (ônibus expressos) para o transporte coletivo da Grande Florianópolis exigirá a reformulação da Via Expressa, como é chamada a BR-282 entre as pontes Colombo Salles, Pedro Ivo Campos e a BR-101. “Finalmente as pessoas estão entendendo que é preciso privilegiar o uso da bicicleta”, avaliou o urbanista, destacando que na referida via serão implantadas calçadas para pedestres e ciclovias.

O representante do DNIT na audiência pública, engenheiro Yuri Alexandre, criticou o pedido feito à direção do órgão, em Brasília, para nivelar os acostamentos da Via Expressa, criando assim uma terceira pista de rolamento, como foi feito na BR-101 na área urbana da Grande Florianópolis. “O pedido chegou ao Denit/SC e neguei a demanda, se é para piorar, melhor deixar como está. Queriam fazer uma gambiarra, mas não vamos fazer loucuras”, avisou o engenheiro, que sugeriu à comunidade brigar por R$ 100 milhões para reformular a Via Expressa, ao invés de pedir o nivelamento do acostamento.

Perigo no Norte da Ilha
Fernando Palhares, da Associação dos Triatletas de Jurerê (Atrijur), que congrega mais de 200 atletas que treinam no Norte da Ilha, pediu atenção dos órgãos de fiscalização e reivindicou a implantação de ciclo-faixas na área. “A região Norte é propícia ao treinamento, mas não temos uma área de segurança”, ressaltou Palhares, informando em seguida que há cerca de 15 dias outro ciclista foi atropelado na região. “Está em como induzido no hospital, mais um que corre risco de morte, é alarmante o número de acidentes com mortes e sequelas graves no Norte da Ilha”, desabafou.

O capitão Davi Augusto Lima, da 1ª Cia da PRE, em Florianópolis, reconheceu a gravidade da situação. “Constantemente temos nos deparado com ocorrências de acidentes, de 1º janeiro a 24 de novembro de 2015 a PRE atendeu 22 acidentes com ciclistas na Grande Florianópolis. Foram 15 ciclistas com ferimentos leves, sete com ferimentos graves e duas mortes”, revelou o capitão, ponderando que as principais causas são imprudência, uso de álcool e drogas pelos motoristas.

Bicicleta na escola
A professora do município de Florianópolis, Ana Destri, coordenadora do Projeto Bicicleta na Escola, pediu apoio ao projeto. “Somos voluntários, não temos como coordenar o projeto em toda Florianópolis”, admitiu a professora, acrescentando que o objetivo é incentivar o uso de bicicletas pelos alunos para apurar o senso crítico quanto à mobilidade urbana. “Para que não fiquem o tempo inteiro brigando por ciclovias e por ônibus, como a gente”, afirmou a professora.

O secretário de Estado de Educação, Eduardo Deschamps, participou da audiência pública e defendeu mais ênfase na educação para o trânsito no currículo escolar. “Meus filhos têm ido para escola de bicicleta, tenho ido junto quando posso, eles gostam muito, têm prazer”, revelou Deschamps.

Segundo o secretário, a conscientização dos benefícios à saúde, da fragilidade do pedestre e do ciclista e do respeito e cuidados no trânsito devem ser objeto de estudo e discussão nas escolas. “A conscientização tem de chegar na escola, a mídia vai priorizar o uso do carro”, afirmou o secretário.

Bicicleta x Alesc
Os servidores da Alesc Solon Soares e Hiram Alfredo Gonçalves pediram a implantação de vestiário no Poder Legislativo. “Venho de bicicleta de Palhoça para trabalhar na Alesc, mas não existe vestiário para eu me trocar”, observou Hiram.

Solon lembrou que há 10 anos foi realizada uma audiência pública na Assembleia para tratar do uso da bicicleta. “Na época foi publicado um ato da mesa para que nas próximas reformas houvesse um vestiário e um bicicletário”, afirmou Solon, que cobrou melhor iluminação nas vias públicas do Pântano do Sul e do Campeche, em Florianópolis, bem como policiais mais preparados para atender acidentes com ciclistas.

Vítor Santos
Agência AL

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