Manobra barra votação de projeto que limita plantio de árvores junto à rede elétrica
Proposta já tramita há 16 meses nos legislativo
Uma manobra regimental de última hora impediu que o Projeto de Lei 71/2015, de autoria do deputado Dirceu Dresch (PT), que fixa limites para o plantio de árvores exóticas, como pínus e eucalipto, próximo à rede de distribuição de energia, fosse votado pelo Plenário da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 26. Emendas apresentadas pelos deputados Milton Hobus (PSD) e Marcos Vieira (PSDB) no momento que o projeto era debatido paralisou a votação.
A manobra regimental faz com que o projeto retorne à Comissão de Constituição e Justiça para que as emendas sejam debatidas.
"Lamentamos esse tipo de ação sobre um projeto que está tramitando há um ano e quatro meses no Legislativo. Um projeto que já foi debatido à exaustão e aprovado em todas as comissões. Por que apresentar emendas somente agora? O adiamento frustra e agrava a situação de milhares de agricultores e moradores de cidades do interior que ficam sem energia elétrica a cada chuva ou vento mais forte", criticou Dresch.
O deputado petista lembra que o projeto já recebeu apoio formal e o pedido de urgência na sua aprovação por parte de várias entidades e empresas públicas, como a Celesc, cooperativas de eletrificação rural, associações de vereadores e câmaras legislativas, entidades empresariais e representativas dos agricultores familiares.
Emendas inviabilizam aplicação da lei: O PL 71/2015 determina que o plantio de árvores exóticas (pínus e eucaliptos) respeite uma distância mínima de 20 metros em relação às linhas de distribuição.
A emenda apresentadas pelos parlamentares define o espaço de 7,5 metros de cada lado para rede monofásica e 10 metros para rede trifásica.
Além disso, estabelece um prazo de oito anos para a lei entrar em vigor e exige que a empresa concessionária notifique o proprietário antes de fazer a supressão das árvores que estão irregulares.
"As emendas visam inviabilizar a aplicação da lei e vamos mostrar isso na CCJ. O Legislativo não pode dizer para o agricultor que está tendo prejuízos enormes com a falta de luz, que faz ele perder a produção do fumo que está secando na estufa, ou do leite que fica sem refrigeração, que ele deverá esperar mais oito anos para ter segurança energética. A notificação dos proprietários também é inviável, já que a ampla maioria das áreas com reflorestamento não tem gente morando, o morador é o empresário que está na cidade", afirmou Dresch.
Assessoria de Imprensa
Deputado Dirceu Dresch – PT/SC
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