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Deputada Ana Paula lamenta taxa de 13 mortes de mulheres ocorridas por dia no Brasil
A deputada Ana Paula Lima (PT) lamentou, nesta terça-feira (10), durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, que ainda hoje a cultura machista, do estupro, do assassinato em nosso País, ainda ceifa a vida de 13 mulheres, por dia, conforme o Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil, estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), divulgado ontem. “Temos que enfrentar esta realidade cruel, violenta que penaliza e tira a vida das mulheres”, disse.
Segundo Ana Paula, as mulheres hoje, em defesa de sua vida e de todas as outras, reagem e dão uma lição de liberdade e empoderamento. “Tomam a história nas mãos e mostram ao mundo que não querem e não aceitam mais a discriminação e a violências”. A deputada ressaltou o exemplo das mulheres irlandesas, que há 40 anos fizeram uma greve que mudou radicalmente a história daquele país. Elas se recusaram a trabalhar, a cozinhar e a cuidar das crianças. O movimento transformou a realidade da Irlanda num patamar de vanguarda da luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens.
“Falo nisso porque no Brasil tem acontecido manifestações desta natureza, fico muito feliz que as mulheres estão discutindo política, estão indo às ruas para reivindicar os seus direitos”, frisou. Nestes meses de outubro e novembro houve manifestações em várias regiões do País, São Paulo, Rio de Janeiro, e em cidades de Santa Catarina, a exemplo do que aconteceu no último final de semana em Florianópolis, onde muitas mulheres saíram às ruas. “Na minha cidade, Blumenau, que é extremamente conservadora, também ocorreu manifestação no final de outubro e outra está marcada para o próximo dia 13. “As mulheres estão saindo às ruas para garantir os direitos já conquistados. Estão mostrando que vai ter mobilização sim, que vai ter barulho sim, que o silêncio e a submissão não tem lugar e que é para frente que se anda”, destacou.
O Brasil ocupa a quinta posição no ranking em homicídios de mulheres, entre 83 países elencados pela ONU, mostra o Mapa da Violência. A taxa de homicídios no Brasil para cada 100 mil habitantes foi de 4,8 casos. A média mundial foi de dois casos. Foram também 4.762 mortas violentamente no país, um dado alarmante.
O quadro ainda chama atenção com relação às mulheres negras. A década 2003-2013 teve aumento de 54,2% no total de assassinatos deste grupo étnico, saltando de 1.864 em 2003 para 2.875 e, 2013. Aproximadamente mil mortes a mais de mulheres negras em nosso país.
Em contraposição houve um recuo de 9,8 brancas, que caiu de 1.747 para 1.576 neste período. "Em 2013, morreram assassinadas, proporcionalmente ao tamanho das respectivas populações, 66,7% mais meninas e mulheres negras do que brancas", alerta o documento.
Este ano tivemos um avanço com uma nova legislação, que foi sancionada pela presidenta Dilma, projeto da ONU com investimento da Áustria para a questão do feminicídio no Brasil. “A primeira etapa da implementação contempla o estado de SC, porque aqui também as nossas mulheres estão morrendo”, finalizou a deputada.
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