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Casan pagou cerca de R$ 3 mi em indenizações a atingidos por rompimento de reservatório na Capital
FOTO: Giovanni Kalabaide
A Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia realizou reunião no início da tarde desta quarta-feira (27). A pauta principal da reunião foi o repasse de informações, por parte do presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Edson Moritz, sobre o rompimento do reservatório de água R4, que atingiu a comunidade do Sapé, localizada na região Continental de Florianópolis.
O deputado Jair Miotto (União), que é o presidente da Comissão, acompanhou as conversações. “O presidente da Casan trouxe dados sobre as indenizações que já estão sendo pagas aos atingidos pelo rompimento. Também falou sobre as medidas que estão sendo tomadas pela Companhia para apurar as causas e responsáveis pelo ocorrido”, detalha o deputado Miotto, que indagou o presidente sobre a necessidade da utilização de uma tecnologia que alerte sobre qualquer possibilidade de perigo nas estruturas da Casan. A proposição da reunião foi feita pelo vice-presidente, deputado Matheus Cadorin (Novo), que conduziu os trabalhos.
Indenizações
De acordo com o presidente da companhia, já no início da manhã do dia 6 de setembro a prefeitura de Florianópolis e a Casan estavam no local realizando a limpeza. “As indenizações começaram a ser pagas no dia 9 de setembro. Foram 264 pontos atingidos, localizados em 15 ruas e servidões, 497 pessoas foram diretamente impactadas, de formas diferentes, 95 veículos danificados, 186 bens móveis, 54 bens imóveis, 54 imóveis foram danificados e sete precisaram ser demolidos, depois de análise da Defesa Civil. Temos ainda 55 pessoas que serão ressarcidas por não conseguirem realizar o trabalho, devido ao ocorrido”, esclarece o presidente.
De acordo com Moritz, a Casan já finalizou 152 processos de bens móveis, totalizando R$ 1,4 milhão em indenizações. Também foram concluídos 11 processo de bens imóveis. Foram pagas indenizações para 47 veículos, totalizando quase R$ 1 milhão. A Casan também pagará aluguel, no valor de até R$ 1.500, para aqueles que ainda não puderam voltar para suas casas. 14 pessoas ainda permanecem em hotel, no início eram 87. Cuidados com veterinário somaram cerca de R$ 4 mil. Também ofereceram kits pessoais de higiene e vestiário, 8.771 refeições foram servidas, atendimento com psicólogo e assistentes sociais e uma ambulância móvel está na comunidade desde a primeira semana, atendendo 64 pessoas. “Não tivemos nenhum prejuízo de natureza física, duas pessoas ficaram feridas levemente. No total, a Casan já pagou cerca de R$ 3 milhões em indenizações”, afirma o presidente Moritz.
Medidas
Para apurar as causas da tragédia, o presidente da Casan baixou portarias para determinar as seguintes providências:
– elaboração de relatório e laudo técnico pormenorizado sobre a situação de todos os reservatórios de água da Casan, são 1.083 estruturas;
– informações e documentos acerca dos questionamentos formulados pela Defesa Civil sobre averiguação de infiltrações do reservatório R4 e providências tomadas;
– identificação de todas as obras da Casan efetivadas pela Construtora Gomes & Gomes.
O presidente destaca, ainda, que “todas as ações estão sendo realizadas através do trabalho conjunto com o Ministério Público e Tribunal de Contas do Santa Catarina. A Casan aguarda ainda o relatório da Polícia Civil sobre o ocorrido para adotar as providências e apurar os responsáveis. Lamentamos o ocorrido e pedimos desculpas aos moradores. Também agradecemos o trabalho incansável de todos que prestaram atendimentos à população afetada”.
Próximos passos
De acordo com o deputado Miotto, essa foi a primeira ação efetiva da Alesc em relação ao ocorrido. “O presidente da Casan deverá retornar para nova reunião na Comissão de Economia para trazer novos esclarecimentos e uma Comissão Especial foi instalada na Casa para dar continuidade aos esclarecimentos”, finaliza o deputado Miotto.
O ocorrido
Na madrugada do dia 6 de setembro, por volta das 2 horas, os moradores da comunidade do Sapé foram acordados com forte estrondo. Um reservatório de água da Casan, que ainda estava em testes, rompeu. A força da água arrastou carros e destruiu residências.
No local, havia dois reservatórios de água da Casan. A estrutura mais antiga ficou intacta, já a estrutura, que foi construída em 2022 e entregue em março de 2023, acabou colapsando e causando diversos estragos. De acordo com a população, os moradores já haviam feito contato com a Casan, alertando sobre a existência de fissuras e vazamento de água e que tinham medo que a estrutura viesse a romper.
Outros casos
Este não foi um caso isolado. Em 2021, na Lagoa da Conceição, ocorreu o rompimento de uma estação de tratamento de esgoto da Casan. Após a enxurrada, 35 residências foram danificadas, 66 pessoas foram atingidas diretamente e uma teve ferimentos leves. Os moradores foram indenizados pelo fato, mas não receberam indenização por danos morais.
Já em 2022, foram registros rompimentos de adutoras da Casan na Avenida Gustavo Richard, no Centro, na rua Lauro Linhares, na Trindade e na Madre Benvenuta, no Santa Mônica.
