Melhoria no atendimento é desafio para a telefonia, admitem operadoras
As operadoras de telefonia móvel Claro e TIM admitiram que o atendimento aos clientes é um dos principais desafios do setor. Representantes das duas empresas participaram, na noite desta terça-feira, da reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga os problemas do serviço de telefonia celular em Santa Catarina.
A exemplo de Vivo e Oi, que participaram da reunião da semana passada, Claro e TIM também responsabilizaram a legislação restritiva e a demora na concessão de licenças ambientais por parte da Fatma pela dificuldade na instalação de mais antenas, que possibilitariam a melhoria na qualidade do sinal de celular em todo o estado.
A TIM, conforme André Gustavo Rosa, gerente de relações institucionais, conta com 3,6 milhões de clientes no estado, com cobertura de sinal em 220 cidades, o que representa 98% da população urbana de Santa Catarina. A empresa planeja investir até o fim deste ano R$ 130 milhões no estado. A proposta é substituir e modernizar 100% da rede, o que possibilitará a melhoria na qualidade do sinal.
A Claro está presente em 198 municípios catarinenses, com 1,7 milhões de clientes. Segundo Versione Mauro Souza Júnior, diretor regional da companhia, estão previstos R$ 83 milhões em investimentos no estado este ano. “O atendimento é um dos maiores desafios do setor no momento”, admitiu o representante da Claro. Segundo ele, a empresa tem investido em novos canais de atendimento.
Já a TIM, conforme seu representante ampliou de 11 para 13 o número de call centers da companhia. “Ampliamos também o número de atendentes para 18 mil e investimos de forma contínua na capacitação dos colaboradores e na qualidade do atendimento”, garantiu Rosa. Segundo ele, uma das iniciativas da TIM é o site Portas Abertas, pelo qual os usuários podem ter informações sobre a cobertura de sinal e apontar problemas na rede.
Humanização
Durante a reunião da CPI, o deputado Sargento Amauri Soares (PDT) questionou a falta de atendimento presencial por parte das operadoras. O diretor da TIM afirmou que a companhia tem buscado a humanização do atendimento. Para isso, estuda a possibilidade de transformar os pontos de venda da companhia no estado em locais para o atendimento pós-venda.
Já o deputado Dirceu Dresch (PT) considerou pequeno o número de empregos diretos mantidos pelas duas companhias no estado. A Claro conta com 307 colaboradores e a TIM, 107. “O que a gente observa é que na questão do atendimento o desafio das companhias é grande”, resumiu o deputado Moacir Sopelsa (PMDB), relator da CPI.
Demora nas licenças
O deputado Maurício Eskudlark (PSD) questionou as empresas sobre a demora na concessão das licenças para a instalação de antenas. Segundo o diretor da TIM, a Fatma leva, em média, 410 dias para concluir o processo de autorização de cada antena. Em Criciúma, por exemplo, a empresa tem duas antenas já prontas desde março, que aguardam autorização da Fatma para entrar em funcionamento.
“Temos 26 pedidos de licença pendentes no momento”, informou. “Mas há outras dificuldades, como o compartilhamento de infraestrutura. Nós dependemos do acesso a postes, tubulações subterrâneas, para colocar nossa rede em funcionamento”, completou Rosa. Atualmente, há um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, chamado de PL das Antenas, que regulamenta e facilita o compartilhamento dessa infraestrutura.
Rodovias e zona rural
As operadoras foram questionadas sobre a falta de cobertura de sinal nas rodovias que cortam o estado. Os representantes de TIM e Claro informaram que, embora não seja obrigação contratual, ambas têm interesse em disponibilizar esse serviço. “Essa pode não ser uma exigência da Anatel, mas é uma exigência do consumidor”, resumiu o diretor da Claro.
André Rosa informou que a cobertura de parte da zona rural será contemplada com a implantação da rede 4G no estado. Para isso, a TIM vai disponibilizar sinal a até 30 quilômetros de distância da área urbana. Já com relação às rodovias, o representante da TIM informou que Ministério das Comunicações estuda a possibilidade de disponibilizar uma faixa de frequência para a instalação do serviço nas estradas.
Também participaram da reunião o presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, o deputado Arnaldo Moraes (PP), além do presidente da CPI, deputado Silvio Dreveck (PP), que espera contar com a presença de representantes da Fatma na próxima reunião da CPI, marcada para o dia 27.
Agência AL