Legislativo homenageia Gapa no Dia Mundial de Luta contra a Aids

A Assembleia Legislativa realizou na noite desta quinta-feira (1º) um ato solene em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa) em Santa Catarina. A homenagem, proposta pela deputada Luciane Carminatti (PT), presidente da Comissão de Direitos e Garantias Fundamentais, de Amparo à Família e à Mulher, foi conduzida pela parlamentar Dirce Heiderscheidt (PMDB). O evento celebrou no Dia Mundial de Luta contra a Aids as três décadas de combate contra a epidemia de HIV no Brasil e os 27 anos de enfrentamento da doença no estado. “Este dia é ideal para homenagear os que construíram uma história de dedicação e luta por aqueles que, infectados pelo vírus HIV, sentiram-se muitas vezes abandonados, esquecidos e à margem de uma sociedade preconceituosa, e que nesses voluntários encontraram apoio para continuarem suas vidas”, afirmou Dirce. Na solenidade, foram concedidas honrarias a 30 personalidades que se destacaram como líderes e prestaram relevantes serviços à sociedade. Entre eles, dentistas, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e técnicos em enfermagem. A médica Rosalie Knoll, que foi coordenadora do Programa Municipal de Aids em Itajaí por 12 anos, ressaltou a redução dos índices de infecção na cidade. “Ocupamos o primeiro lugar durante vários anos no ranking brasileiro. Foi um avanço, houve muito investimento, o que minimizou a epidemia no município”, relatou. Além das personalidades, foram agraciadas as seguintes entidades: Hospital Nereu Ramos, Gapa/SC, Lar Recanto do Carinho, Recanto da Esperança, diretoria da Vigilância Sanitária e Hospital Infantil Joana de Gusmão. Também foram feitas homenagens póstumas em reconhecimento àqueles que se dedicaram à causa. O ato solene contou com a presença da presidente do Gapa/SC, Helena Pires; do diretor do Hospital Nereu Ramos, Antônio Miranda; do padre Pedro Koehler, da Arquidiocese de Florianópolis; e de Walter Gomes Filho, representando o secretário de Estado de Saúde, Dalmo Oliveira. Também participaram do evento representantes dos secretários municipais de Saúde, de Educação e de Assistência Social de Florianópolis, respectivamente, Rui Iwersen, Ivarne Maria Mendel e Alexandra de Oliveira. A presidente do Gapa agradeceu a dedicação e solidariedade dos pioneiros da causa em Santa Catarina. O grupo atua há 24 anos no estado na área de prevenção e assistência aos portadores do vírus HIV/Aids, em parceria com a diretoria do Hospital Nereu Ramos. “Eu, como mãe, dona de casa e voluntária, aprendi bastante nesses anos todos e ajudei a quebrar preconceitos. Estou na luta para orientar, acolher e acarinhar”, disse. Helena enfatizou a história de construção do Lar Recanto do Carinho e do Recanto da Esperança e expôs a necessidade de criação de uma casa de apoio voltada ao atendimento dos jovens. O Lar Recanto do Carinho acolhe crianças portadoras do HIV ou doentes de Aids, em situação de orfandade ou vulnerabilidade por desestrutura familiar. Já o Recanto da Esperança abriga adultos portadores do vírus em recuperação de drogas. Os progressos obtidos na luta contra a disseminação da Aids e a importância de trabalhar na prevenção da doença foram assuntos destacados por Miranda. “Embora estejamos longe de um controle dessa epidemia, conseguimos alcançar resultados relevantes, como o declínio nos índices de contaminação, principalmente por transmissão do vírus HIV pela transfusão de sangue”, salientou o médico. “Precisamos fazer tudo o que for possível pela prevenção, especialmente no que se refere à contaminação via sexual”, complementou. De acordo com Iwersen, que representou todos os homenageados, a luta não pode ser esquecida porque, apesar de alguns dados otimistas, a Aids é uma epidemia que apresenta variações. O médico comentou a respeito do boletim epidemiológico divulgado nesta semana sobre HIV/Aids, que apontou o avanço da doença entre o grupo de jovens homossexuais (de 15 a 24 anos). Ao longo dos últimos 12 anos, o aumento foi de 10,1%. “A Aids nos ensinou uma lição de humanidade, solidariedade e cooperação. É importante que continuemos mobilizados e atuantes”, falou. A deputada Dirce ressaltou ainda a necessidade de apoio e incentivo às instituições que atuam no combate à Aids. “Sabemos que ainda há muito por fazer, pois infelizmente os números ainda são negativos para o nosso estado. Em cada 100 mil habitantes de Santa Catarina, 28 estão infectados. O índice de mortalidade ainda é um dos maiores do Brasil, sendo nove mortos para cada 100 mil”, lembrou a parlamentar. (Ludmilla Gadotti)