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12/03/2012 - 17h45min

Infectologista Dirceu Greco traça panorama da AIDS no país

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2º Simpósio Internacional - AIDS - UFSC
Dirceu Greco, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde abriu a tarde de palestras desta terça-feira (12) abordando o tema: Enfrentamento da epidemia de Aids no Brasil. O diretor acentuou as conquistas, nestes 20 anos, desde o descobrimento da doença, tais como o aparecimento dos coquetéis, o aprimoramento dos testes, o licenciamento compulsório do antirretroviral efavirenz e a inauguração da primeira fábrica estatal de preservativos do Brasil. Estas atitudes tornaram maiores as possibilidades de prevenção e de qualidade de vida aos infectados. Ao mesmo tempo, Dirceu Greco reconheceu o desafio de manter as experiências bem-sucedidas e melhorar ainda mais as estratégias de prevenção, diagnóstico, tratamento e direitos humanos das pessoas que vivem com HIV no Brasil. \"Como o sucesso é esperado, qualquer deslize torna-se maior do que realmente é\", observou. O impacto da Política de Distribuição durante a trajetória da doença no Brasil foi, também, abordado por Greco. “As pressões dos economistas em relação aos investimentos em medicamento foram grandes. Eles diziam que estava sendo gasto muito dinheiro com os medicamentos para Aids quando outros setores também precisavam. Contudo, o investimento foi feito e, dos R$ 2 bilhões investidos, o país economizou R$ 4 bilhões”, declarou. O panorama atual da epidemia, apresentado pelo infectologista, demonstra que, em 2012, o Brasil iguala-se à Europa Ocidental e à América do Norte em números de controle, tanto no que se refere ao tratamento quanto à prevenção. “Os investimentos em prevenção e controle da doença, como campanhas, testes, medicamentos, são incomparavelmente melhores do que os feitos em outros tipos de epidemia”. Desafios da prevenção Apesar do destaque do país em investimentos nesta área, Dirceu Greco alertou para o risco que todos correm em contrair a doença. “A não ser em casos de estupro, todos devem ter consciência de se prevenir”. E, diante de uma plateia onde a maioria era composta por mulheres, lembrou a importância e o papel dos médicos em pedir os exames. Ampliar a cobertura dos programas voltados ao acesso do diagnóstico foi um dos pontos mais destacados por ele. “Todas as mulheres que estão aqui devem frequentar um ginecologista, mas aposto que a maioria não inclui nos exames preventivos o de HIV. Esta é uma falha, principalmente, dos médicos. Muitas pessoas sentem-se constrangidas em pedir o exame”, ressaltou. A prevenção em populações vulneráveis, usuárias de drogas e álcool foi também debatida em sua fala, além da educação e informação contínuas e sem preconceitos, imunização, acesso ao tratamento e preparação das pessoas. Para ele, estes são aspectos diretamente ligados aos projetos de defesa dos direitos humanos e têm que ser colocados em prática com ações bem elaboradas. “Os avanços foram muitos e as pessoas já podem conviver com a doença, mas isso não minimiza sua gravidade”, acrescentou. Enquanto diretor do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Greco tem como meta afinar a relação com a sociedade civil para dar continuidade às ações de prevenção e de acesso universal ao tratamento. \"Não só na imagem internacional, como na nacional, o Departamento de DST é um espaço de interlocução”. Em relação à incorporação da área de hepatites virais à de Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, as perspectivas de Greco são promissoras. \"Se o Brasil foi capaz de enfrentar uma epidemia tão complexa como a de Aids, por que não utilizar essa experiência com outras doenças?\", argumentou. Desde outubro de 2009, a política nacional anti-hepatite está atrelada às ações de DST/AIDS. \"Vamos aproveitar a experiência já adquirida no departamento para as ações de hepatites\", concluiu. (Michelle Dias)
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