Grupo de trabalho vai tomar frente das questões do carvão em Santa Catarina
Após o anúncio em Brasília, nesta terça-feira (19), da volta do carvão mineral aos leilões de energia do governo federal, parlamentares catarinenses e o governo estadual planejam a criação de um grupo de trabalho para tratar da produção do minério, com reservas abundantes no Sul do estado.
O presidente da Assembleia Legislativa, Joares Ponticelli (PP), reafirmou durante a sessão desta tarde o otimismo em relação à retomada da competitividade da indústria do carvão, essencial para a retomada do crescimento da economia da região Sul catarinense. “Estivemos reunidos nesta manhã com o governador Raimundo Colombo (PSD), com o vice, Eduardo Pinho Moreira (PMDB), e com o secretário Gavazzoni (Fazenda), para tratar do assunto. Precisamos criar um grupo para discutir uma política de incentivos para o crescimento do setor”, disse o presidente ao fim da sessão.
A Assembleia catarinense deve sediar, no fim de abril, o primeiro ato público em devesa do carvão, reunindo parlamentares dos três estados do Sul do país. “O anúncio do governo federal foi extremamente positivo e vai abrir caminho para novas ações”, destacou Ponticelli. A decisão do Ministério das Minas e Energia foi comunicada durante a reunião da Frente Parlamentar Mista de Defesa do Carvão Mineral, realizada nesta terça-feira, na Capital Federal.
Além de Ponticelli, participaram do encontro os deputados estaduais Valmir Comin (PP), presidente da Frente Parlamentar do Carvão em Santa Catarina, Manoel Mota (PMDB), Silvio Dreveck (PP) e Dóia Guglielmi (PSDB). Vários deputados federais, prefeitos e senadores catarinenses e gaúchos também prestigiaram a reunião.
Mais de 200 parlamentares pelo carvão
A defesa do carvão ganhou força entre os parlamentares dos três estados do Sul que reativaram a frente nacional. Nos estados catarinense e gaúcho, os deputados também uniram forças para a ampliação da produção do minério. “Para se ter uma idéia da nossa força, temos mais de 200 deputados e senadores unidos pela causa. É um potencial de riquezas que estava adormecido e volta a ganhar força”, resume o deputado Manoel Mota.
Dóia Guglielmi aponta o momento como decisivo para o crescimento dos estados do Sul. “É a única energia que realmente temos à disposição e que não depende do tempo. Basta extrairmos mais carvão, fazer as termelétricas que estão em projetos e colocar pra funcionar. Acredito muito neste movimento”, destacou o deputado. Cerca de 40% da energia elétrica produzida no mundo tem o carvão mineral como fonte.
Novas técnicas de produção sustentáveis, recuperação de áreas degradadas e reaproveitamento dos rejeitos têm caracterizado a produção de carvão na última década. O deputado Valmir Comin aposta nos novos investimentos que devem surgir na mineração.
“A volta do carvão aos leilões da matriz energética nacional é a segurança jurídica que os investidores precisavam. O carvão é o nosso pré-sal e não precisamos dividir os lucros com os outros estados. Podemos ser autossuicientes em energia, exportar eletricidade e garantir a segurança energética de que o país precisa”, afirmou. (Rony Ramos)