Governador receberá relatório dos hospitais visitados por deputados
O governador Raimundo Colombo (PSD) receberá até esta quinta-feira (28) o relatório com o resultado das visitas feitas pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativas a hospitais mantidos pelo Estado na Grande Florianópolis. Nesta quarta-feira (27), quatro parlamentares visitaram o Instituto de Cardiologia e o Hospital Regional, em São José, e a Maternidade Carmela Dutra, na Capital.
As visitas foram iniciadas na terça-feira (27) pelos hospitais Joana de Gusmão e Celso Ramos, incentivadas pela greve dos servidores da saúde, que já dura mais de um mês. De acordo com o presidente da comissão, deputado Volnei Morastoni (PT), o principal problema constatado nos estabelecimentos é a falta de profissionais.
“Vamos mais uma vez pedir para que o governador reabra as negociações com os servidores”, afirmou Morastoni. “Entendemos que os problemas encontrados nos hospitais se acumulam há vários anos, mas o atual governador responde por eles”.
Além de Morastoni, participaram das visitas desta quarta os deputados Ana Paula Lima (PT), Sargento Amauri Soares (PDT) e Serafim Venzon (PSDB). Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde Pública e Privada de Florianópolis (SindSaúde) também acompanharam as visitas.
Instituto de Cardiologia
No Instituto de Cardiologia, o diretor Jamil Schneider relatou aos deputados, além da falta de médicos, anestesistas, técnicos de enfermagem e enfermeiros, defasagem tecnológica dos equipamentos utilizados pela unidade que é referência na especialidade para todo o estado. Além de defasados, os aparelhos existentes são em pequeno número. Curiosamente, num dos corredores da unidade, equipamentos médicos que serão levados para outros hospitais estão encaixotados.
Uma das consequências desses problemas é a fila de espera por cirurgia de pacientes que não dependem de internação imediata, que chega a 100 pessoas. Além disso, devido à falta de pessoal e à greve dos servidores, o instituto está com a emergência, uma unidade de internação e parte da unidade coronariana fechadas.
Hospital Regional de São José
No Hospital Regional, a situação, segundo a diretora Marise Regina Rodrigues, é mais tranquila. A contratação de 500 servidores concursados atenuou o problema da falta de pessoal, apesar da unidade não contar com o número ideal de anestesistas. Membros do SindSaúde, no entanto, afirmam que a unidade enfrenta outros problemas, como a falta de insumos e a existência de pacientes nos corredores da emergência.
Maternidade Carmela Dutra
Já na Maternidade Carmela Dutra, com a greve, a unidade funciona com no máximo 40% da sua capacidade. Antes da paralisação, esse número chegava a 70%. Lá, o principal problema é a falta de médicos obstetras e de quase 200 profissionais de enfermagem.
Segundo o diretor, Ricardo Maia, a greve obrigou o hospital a cancelar cirurgias oncológicas. O ambulatório está fechado e duas unidades tiveram o funcionamento afetado. “Há servidores que estão trabalhando 36, 48 horas seguidas para dar conta da demanda”, afirmou. Maia registrou boletim de ocorrência devido a um confronto com servidores grevistas, nas dependências da cozinha do hospital.
Funcionários do Carmela Dutra denunciaram falta de condições de trabalho ideais na UTI Neonatal e de alguns materiais de trabalho. (Marcelo Espinoza)
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