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12/04/2012 - 18h10min

Extremo-Oeste reivindica aumento no efetivo policial

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Audiência pública - Segurança pública no município de São Miguel do Oeste e entorno
Representantes das polícias civil, militar, federal e corpo de bombeiros destacaram a falta de efetivo como o principal empecilho à melhoria na segurança do Extremo-Oeste catarinense. A reivindicação foi levantada em audiência pública realizada pela Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa na noite desta quarta-feira (11) em São Miguel do Oeste. O evento, realizado no auditório da Unoesc, é a primeira etapa de um ciclo de debates que percorrerá o estado com o objetivo de levantar a situação da segurança pública em cada região. As demandas apresentadas farão parte de um relatório que será enviado ao governo do Estado. Proponente do debate, o deputado Mauricio Eskudlark (PSDB) destacou que a audiência cumpriu seu objetivo ao reunir representantes dos mais diversos setores para debater os problemas em segurança pública da região. \"É importante conhecer uma realidade para poder propor os avanços. Temos agora farto material, com depoimentos de pessoas que conhecem a região, para trabalhar junto ao Parlamento e ao governo do Estado. Se nos mobilizarmos e houver os investimentos necessários, a segurança no Extremo-Oeste pode melhorar muito\", disse. O deputado Sargento Amauri Soares (PDT), que presidiu a reunião, observou que a despeito de suas peculiaridades, as corporações estão unidas no pedido por mais efetivos, fato que será levado ao Poder Executivo nos âmbitos estadual e federal. \"Os representantes das corporações policiais trouxeram basicamente as mesmas demandas, revelando uma sintonia entre as instituições. São reivindicações contundentes que precisam ser levadas ao conhecimento de todos os setores do governo da área de segurança e também autoridades do governo federal\". A região mais segura do país Representando a Secretaria de Estado da Segurança Pública, o coronel Luiz Guerini declarou que, apesar da região ser considerada uma das mais seguras do país, o número de efetivos disponíveis para fazer o policiamento está longe do ideal. A reivindicação é uma prioridade, acima de muitas outras, como o estabelecimento de uma central de emergência 190 com video-monitoramento, um centro de internação provisória (CIP) para menores infratores, a aquisição de um helicóptero ou até mesmo a renovação da frota de viaturas. Comandante da 9a Região da Polícia Militar, Guerini é responsável pelo patrulhamento de 37 municípios do Extremo-Oeste. Destes, nove dispõe de apenas quatro policiais. O caso mais grave é o de São Miguel da Boa Vista, que conta somente com dois militares. \"Hoje não sentimos falta de estrutura física, como equipamentos ou viaturas, mas sim de material humano. Mas esta situação está para ser resolvida, pois está previsto o envio de 70 novos policiais para a região até o final do ano\", anunciou. Em relato semelhante, o delegado regional de São Miguel do Oeste, Ricardo Nilton Casagrande, afirmou que a Polícia Civil possui apenas 81 homens, incluindo delegados, escrivãos e atendentes, para atender 27 municípios. \"Temos situações preocupantes, como em Iporã do Oeste, com apenas um agente para atender seus 84 mil habitantes e Maravilha, um dos maiores municípios da região, que possui três policiais civis\". A média da região é de um policial para 2607 habitantes, muito distante do que é recomendado pela ONU, de um para 250. Em 2011, prosseguiu, foram registradas 25 mil ocorrências na região, ou seja, uma média de 325 para cada policial. \"A percepção pública é a de que a polícia anda a passos de tartaruga, mas temos que dizer que os nossos policiais são guerreiros. A vinda de mais efetivos é nosso principal prioridade e o que faria a grande diferença\", frisou. Seguem logo atrás na lista de prioridades, acrescentou Casagrande, melhorias em estruturas físicas, construção do presídio regional, de centros de internação provisória para menores, implementação do projeto das câmeras de segurança, constituição de equipes multidisciplinares e implementação dos projetos de Policiamento Especializado de Fronteira (Pefron) Crimes transnacionais A proximidade com a fronteira com o Paraguai e Argentina foi outro ponto mencionado como crescente foco de preocupação para as autoridades catarinenses. Delegado da Polícia Federal, Márcio Antonio Lelis Anater afirmou que o órgão conta com 30 policiais para atender 80 municípios de Santa Catarina e também do Paraná. O ponto mais crítico, disse Anater, é Dionísio Cerqueira, por sua localização fronteiriça à Argentina. \"Há um grande aporte financeiro na área material, mas não na área de pessoal, sobretudo nesta região de trânsito de crimes como tráfico de drogas, armas e contrabando de cigarros\". A procuradora da República em São Miguel do Oeste, Maria Rezende Capucci, ressaltou que o aumento dos crimes considerados transnacionais pode fazer da região de fronteira catarinense um lugar tão inseguro quanto as cidades de Foz do Iguaçu, no Paraná, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. \"Uma fronteira seca é muito mais difícil de fiscalizar. As forças públicas fazem milagre com os recursos humanos que têm\". Ela alertou que se a guarnição policial fosse maior, haveria apreensões de drogas em praticamente todos os dias. \"Não se pode falar em segurança pública na região sem o fortalecimento da Polícia Rodoviária Federal e o combate aos crimes transnacionais. É urgente a instalação de um novo posto de vigilância na BR 163\", defendeu.   Novo presídio para a região Em seu pronunciamento, Marcio Antonio Lelis Anater disse ainda que os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Federal na região vêm sendo prejudicados por falta de vagas no sistema prisional catarinense. \"Entre o momento da prisão e da disponibilização de vagas às vezes se passa um mês, causando o atulhamento das delegacias. Temos a necessidade de um novo presídio na região\". Em resposta, o representante da Secretaria de Desenvolvimento Regional de São Miguel do Oeste, Volmir Giambeli, declarou que já está prevista a construção de uma nova Unidade Prisional Avançada (UPA) no município. Segundo Giambelli, não se obteve um acordo com a população sobre o melhor local para a instalação da UPA, e agora o governo busca uma nova área, fora do perímetro urbano para esta finalidade. Ele disse ainda que também está em fase de levantamento a instalação de 20 câmeras de video-monitoramento.\"As soluções estão acontecendo. Talvez não no ritmo que gostaríamos, mas da forma que está sendo possível\". Participaram ainda do debate o vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Astor Kist; o comandante do 120 Batalhão Bombeiros Militar de São Miguel do Oeste, major Aldo Franz; o juiz federal de São Miguel do Oeste, Marcio Jonas Engelmann; o diretor de Polícia Interior, José Rogério de Castro Filho; o Promotor de Justiça do Ministério Público, Marcio Rio Branco Nabuco Gouvêa; a representante da Delegacia Regional da Mulher, delegada Joelma Alberton Stang, e o representante da reitoria da Unoesc, Evelácio Roque Kaufmann. (Alexandre Back)
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