Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Revista Digital

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Filtrar por deputado / bancada
Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
14/02/2024 - 17h33min

Setor produtivo da macroalga busca diminuição da carga tributária visando expansão da atividade

Imprimir Enviar
Deputado Miotto e setor da macroalga em reunião com secretários de Estado FOTO: Ascom deputado Jair Miotto

Na última safra, foram comercializadas mais de 300 toneladas da alga, resultando em uma movimentação financeira de quase R$ 850 mil

Em Santa Catarina, o cultivo comercial da macroalga Kappaphycus alvarezii foi autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em janeiro de 2020 e, em agosto de 2021, foi concedida a licença ambiental para a operação do cultivo comercial da alga. Apesar de ser uma cultura liberada recentemente no estado, o mercado tem se mostrado promissor. Mas, para que a atividade possa expandir e se desenvolver ainda mais, o setor busca a redução de encargos tributários que tem pesado sobre a cadeia produtiva.

Buscando estes avanços, o deputado Jair Miotto (União), juntamente com representantes do setor, reuniu-se com secretários de Estado. Durante reunião, realizada no dia 6 de fevereiro, o parlamentar expôs ao secretário de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert, e ao secretário de Estado da Aquicultura e Pesca, Tiago Frigo, as demandas apresentadas pelo setor produtivo da macroalga. “Entre elas, está a construção de um tratamento tributário que leve em consideração a realidade deste setor que começa a colher os frutos de um cultivo comercial que iniciou em agosto de 2021, mas que já vinha sendo pesquisado há mais de 10 anos em Santa Catarina”, revela o deputado Miotto.

Também estiveram presentes na reunião o diretor de Administração Tributária da Secretaria de Estado da Fazenda, Dilson Jiroo Takeyama, o auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda, Francisco Martins, a diretora da Secretaria de Agricultura de Biguaçu, Alice Marçal, o chefe de gabinete do deputado Miotto, advogado Everton Ribeiro, o diretor de Negócios da fazenda marinha Algas Brasil, de Florianópolis, Adriano Cláudio, e o diretor de Produção da Algas Brasil, Gabriel Santos.

Reivindicação
Segundo o diretor de Produção da Algas Brasil, Gabriel Santos, durante a reunião com os secretários do governo estadual, foi solicitada a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tanto para a venda da alga in natura, quanto para a venda da alga beneficiada "Hoje, pagamos 12% de ICMS na venda da alga in natura e na venda da alga beneficiada, que é o extrato de alga que passa por um beneficiamento, não chega a ser uma industrialização, vendemos como matéria-prima", explica o diretor de produção da Algas Brasil.

Já a venda de fertilizante a base de alga, dentro de Santa Catarina, tem uma taxação de ICMS de 3%. "A venda de agrotóxicos em Santa Catarina é isento de ICMS. Por que o extrato da alga paga 12%? Sendo que o cultivo da alga traz benefícios para o meio ambiente, pois conserva as águas onde são cultivadas. É uma ferramenta para diminuir o uso de agrotóxicos e contribui para a diminuição do aquecimento global, através do sequestro do carbono. Acreditamos que o cultivo de alga e o beneficiamento dessa alga deveriam ser subsidiados pelo governo de Santa Catarina, diante de todo o bem que o cultivo de alga traz para a natureza e para o planeta", justifica Santos.

O deputado Miotto acredita que com a redução da carga tributária será possível avançar mais rápido no que se refere a investimentos para o processamento de alga, com isso, o produtor também consegue ter uma rentabilidade maior neste início de atividade. "O cultivo de alga é recente em Santa Catarina. Tudo é novo, tanto para o produtor, quanto para o empresário que beneficia a alga. Então, o que for possível, por parte do governo do Estado, no apoio da atividade, será muito bem-vindo", pede o deputado Miotto.

Os secretários se prontificaram em analisar o pedido de isenção de ICMS, analisando as questões jurídicas e financeiras. Novas reuniões serão realizadas para buscar a isenção. "Vamos aos poucos, mostrando ao governo que a isenção virá como um incentivo para a atividade da algicultura, que é uma atividade da aquicultura que se refere ao cultivo e criação de algas. Esperamos que essa redução seja possível e contamos com o apoio do deputado Miotto nessa reivindicação", projeta Santos.

Macroalga KappaPohycus Alvarezii
A macroalga produz a carragenana, usada como espessante pelas indústrias farmacêuticas, cosmética, química e alimentícia. Santa Catarina é o terceiro estado brasileiro autorizado a cultivar comercialmente a alga. Antes de 2020, a autorização só era concedida aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. “No Estado, a liberação foi conquistada a muitas mãos, depois de mais de 10 anos de pesquisas. Desde o início da nossa primeira legislatura, em 2019, nos empenhamos, juntamente com a Secretaria de Estado da Agricultura, com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e com a cadeia produtiva, para que o cultivo comercial da macroalga se tornasse realidade no Estado”, recorda o deputado Miotto.

O deputado, que é presidente da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia e Inovação, da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), fez inúmeras reuniões e articulações. Inclusive, criou na Alesc uma Comissão Mista que buscou, junto aos órgãos competentes, a liberação do cultivo comercial da macroalga. “Hoje, estamos vivendo a realidade de um projeto muito promissor para o setor da macroalga e para o Estado. O setor teve uma evolução rápida, mas responsável, que levou a Algas Brasil até a 28ª Conferência de Mudanças Climáticas (COP 28), da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada no fim de 2023, em Dubai. Mas para que o setor continue se desenvolvendo algumas demandas precisam ser atendidas”, salienta o deputado Miotto.

Safra da macroalga
De acordo com o pesquisador do Centro de Desenvolvimento de Aquicultura e Pesca (Cedap) da Epagri, Alex Alves dos Santos, a segunda safra da macroalga Kappaphycus alvarezii, em Santa Catarina, iniciou em setembro de 2022 e encerrou em julho de 2023. A produção catarinense da macroalga na safra 2022/2023 foi de 300,35 toneladas, representando um aumento de 193,56% em relação à safra 2021/2022.

Atuaram diretamente na produção 22 algicultores, um aumento de 450% em relação à safra anterior, que contou com quatro agricultores. Estes exploraram uma área total de 9,59 hectares, resultando em uma produtividade de 31,32 toneladas por hectare.

Esta produção foi comercializada a um preço médio de R$ 2,80 por quilo, resultando em uma movimentação financeira de quase R$ 850 mil, com a venda direta de alga", destaca o pesquisador. A transformação desta biomassa de alga em “biofertilizante” rendeu em torno de 240.280 litros e envolveu uma movimentação financeira de mais de R$ 4,3 milhões. "Estes valores de comércio são meramente especulativos, baseados em volumes produzidos e valores praticados em Santa Catarina e não traduzem lucro, apenas apresentam a movimentação financeira da atividade", pondera o pesquisador.

Mercado consumidor
Segundo Santos, o cultivo da macroalga foi destinado, principalmente, a indústrias de biofertilizantes, mas o uso pode ir muito além. A produção de biofertilizante ainda é o carro chefe, mas a Epagri está com uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para desenvolver pratos a base de algas, realizando oficinas para a indústria alimentícia, visando incluir a alga na produção de pães, pizzas e bolos. “Para 2024, vamos realizar a captação de recursos para financiar os estudos para elaboração de cosméticos a base de alga, como cremes, produtos de cabelo. Este será o desafio para este ano. São ações para que o produtor não fique dependente apenas do biofertilizante”, projeta Santos.

Outras demandas
O deputado Miotto também tem apoiado o pleito da Epagri. A instituição enviou ofício ao Mapa solicitando a alteração de um documento que estabelece regras para o comércio de biofertilizantes produzidos a base de algas.

Unindo-se à causa, o deputado Miotto apresentou um requerimento na Alesc, que foi aprovado por unanimidade pelos deputados da Casa. “Através deste documento, buscamos apoiar a Epagri e reforçar, ao Mapa, a necessidade de alterar a normativa expedida pelo órgão, evitando, assim, futuros prejuízos aos algicultores que cultivam a macroalga Kappaphycus alvarezii”, justifica o deputado.

A Epagri, através do Cedap, enviou ofício ao Mapa solicitando alteração da Instrução Normativa (IN) nº 61, de 8 de julho de 2020. O documento estabelece regras que devem ser seguidas na produção de biofertilizantes formulados a base de algas, como a macroalga Kappaphycus alvarezii. A alteração foi solicitada, pois a IN nº 61 do Mapa define que, para serem comercializados, os biofertilizantes produzidos a base de algas devem conter, obrigatoriamente, em sua formulação o ácido algínico. “Mas a Kappaphycus alvarezzi não produz ácido algínico, logo se faz necessária a adequação da normativa do Mapa para corrigir a divergência, pois a alga é a matéria-prima para a produção de biofertilizantes”, alerta o pesquisador da Epagri, Santos.

Outra demanda apoiada pelo deputado Miotto refere-se ao município de Biguaçu. Em dezembro, o parlamentar esteve na Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Aquicultura de Biguaçu para uma reunião com o objetivo de conhecer a Associação Algas Biguaçu.

Na ocasião, foram apresentados projetos futuros para o desenvolvimento pesqueiro e aquícola do município de Biguaçu, com o objetivo de fomentar e fortalecer a pesca e aquicultura para obter o desenvolvimento sustentável e prático. “Projetos que visam a construção de galpões para as embarcações, ranchos para pescadores e aquicultores, reimplantação dos parques aquícolas, e o de maior destaque, em minha opinião, o projeto que visa a implantação de um Centro de Referência de Inovação e Pesquisa da Vida Marinha e Reprodução de Mudas de Macroalgas”, finaliza o deputado Miotto.

 

Acompanhe Jair Miotto


Jair Miotto
Voltar