Se aumentar discriminação, governo vai provocar praças da PM e Bombeiros, afirma Sargento Soares
Pelo segundo dia consecutivo, o deputado Sargento Amauri Soares (PDT) voltou a tratar na tribuna da Assembleia Legislativa da situação salarial dos servidores da segurança pública, na manhã desta quinta-feira (11). Ele destacou notícia publicada no jornal "Diário Catarinense", na qual o governo anuncia que o Executivo extrapolou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nesse patamar, diz o governo, não é possível conceder aumentos.
"Foi só falar de forma mais incisiva de salários da segurança pública que o governo anuncia que não tem condições financeiras de dar aumento", disse, se referindo à sua cobrança por melhores salários no dia anterior.
Por outro lado, o deputado criticou as diversas ações do governo do Estado em conceder incentivos fiscais à empresas privadas nacionais e estrangeiras, diminuindo dessa forma, a receita do Estado para as atividades fins como saúde, educação e segurança.
Se dirigindo ao secretário de Estado da Fazenda, Antônio Gavazzoni (PSD), e ao governador Raimundo Colombo (PSD), o deputado disse que todos os conflitos no âmbito da própria Secretaria da Segurança Pública, em especial nas instituições militares, "foram provocados por medidas salariais discriminatórias". "A readequação da política salarial depende de medidas concretas e corretas, ouvir só um dos lados não vai contribuir. Se aumentar a discriminação, o governo vai tirar a categoria da aparente tranquilidade", afirmou.
Agentes prisionais
O deputado aproveitou a presença de agentes prisionais nas galerias da Alesc, que faziam protesto contra a privatização do sistema prisional e por reajuste salarial, para destacar a "coragem, determinação e vontade" da categoria. Sargento Soares se solidarizou ao movimento e cobrou "mais valorização" aos servidores do sistema prisional.
O parlamentar também se posicionou contra a privatização dos presídios e penitenciárias ou ainda setores dessas instalações, como as guaritas. Segundo Soares, integrantes do governo defendem a saída da Polícia Militar da guarda externa do sistema prisional, fragilizando a segurança do local e facilitando fugas e rebeliões. "Para segurar o sistema prisional precisa de mais respaldo do Estado e não de privatização", afirmou. Policial militar de carreira, o deputado Sargento Soares trabalhou por 20 anos na Companhia da Guarda do Presídio de Florianópolis e de Palhoça.