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Saretta diz que avicultura pede socorro
Hoje estima-se que 95% dos produtores de aves recebem abaixo do custo de produção; parlamentar diz ser fundamental a valorização do agricultor
O deputado Neodi Saretta ocupou a tribuna na sessão da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (19) para fazer um relato da crise vivida pela avicultura catarinense. O setor, que tem como berço o Estado de Santa Catarina e vem sendo uma grande marca desde o final dos anos 60, passa por um momento delicado. Santa Catarina, que já foi o maior produtor e exportador de frango no Brasil, hoje ocupa o segundo lugar, atrás do vizinho Paraná.
De acordo com dados da Associação Catarinense de Avicultura, a ACAV, Santa Catarina exporta carnes para mais de 150 países, com destaque para os mercados da Europa, Oriente Médio e Ásia. O estado também é pioneiro na produção e importação de carne de frango.
No entanto, alguns fatores vêm desafiando as atividades do setor, tais como a escassez do milho, a falta de mão de obra, o alto custo da produção e também os incentivos fiscais oferecidos por outros estados, como o Paraná e o Rio Grande do Sul. "Então, vemos que algo precisa ser trabalhado, precisamos ampliar e aprimorar os incentivos fiscais aos nossos produtores catarinenses", comenta Saretta, que ressalta ainda a importância do setor para o estado, uma vez que mais de 10 mil avicultores estão produzindo e empregando diretamente, 40 mil pessoas. Indiretamente esse número sobre para 100 mil pessoas empregadas.
Apesar desse cenário de potencialidades, outras questões também preocupam e de certa forma prejudicam a produção, como o sistema rodoviário catarinense. Infraestrutura ferroviária é outra necessidade urgente. O oeste catarinense importa perto de três milhões de toneladas ao ano em grãos, vindos do centro-oeste brasileiro. Mais 50% do custo dos grãos pode ser atribuído à logística. Uma saca de milho que custa 13 reais no mato Grosso chega à Santa Catarina custando 26 reais. Também não existem ferrovias ligando o oeste catarinense aos portos, criando gargalos rodoviários e elevando os custos para a entrega dos produtos à mesa do consumidor.
O parlamentar lembra que em todo o Estado existem centenas e centenas de agricultores que investem na avicultura, principalmente na região Oeste, e a situação está bem complicada. "Até pouco tempo, o avicultor era visto como aquele produtor estabelecido financeiramente, não gerava muita preocupação, era um produtor estruturado. Hoje, no entanto, os altos investimentos exigidos pelas empresas e a baixa remuneração mudaram este cenário. A remuneração estacionou e não tem recebido reajuste há muito tempo", comenta. Estima-se que atualmente 95% dos produtores de aves recebe abaixo do custo de produção. “Os avicultores estão pagando para produzir os alimentos que chegam à mesa dos catarinenses”, ressalta o parlamentar.
Além de todos estes agravantes, hoje uma das maiores barreiras para o sucesso de um lote é a o serviço prestado pela Celesc. A mortalidade de frangos devido ao sucateamento das redes elétricas é extremamente alta. O fornecimento de energia está prejudicando muitos produtores e desestimulando a atividade. Como exemplo dessa realidade, Saretta cita a morte de mais de cinco mil frangos em um lote, na Linha Santa Catarina, interior de Concórdia, nesta semana. O motivo desse prejuízo foi a falta de luz.
Saretta acredita que o fortalecimento da nação e também do nosso estado, exige uma agricultura pujante, moderna e acessível a todos. "Vejo que precisamos viabilizar metas para manter e melhorar o sistema de produção atual, aperfeiçoando a infraestrutura logística de Santa Catarina através de ferrovias, modernização dos portos, recuperação de estradas e manutenção da liderança na produção e exportação. Mas, somado a tudo isso, fundamental é a valorização do agricultor, sem o qual esta produção não existiria", finaliza o parlamentar.
Assessoria de Imprensa - Deputado Estadual Neodi Saretta (PT)
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