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Nova produção de células solares triplica eficiência na conversão da luz em eletricidade
Célula solar orgânica é formada por filmes finos e flexíveis e pode ser aplicada em fachadas de prédios, mobiliários urbanos e outras superfícies
Em janeiro deste ano, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) atingiu a marca de 100 patentes concedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O último pedido refere-se a uma técnica para produção de células solares orgânicas que triplicam a eficiência na conversão da luz em eletricidade. As células solares já existem, o que foi patenteado foi o novo tipo de produção da célula solar orgânica, que é formada por filmes finos e flexíveis, criados camada a camada, como uma impressão, melhorando assim a eficiência e durabilidade.
Enquanto presidente da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia, da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), o deputado Jair Miotto (União) está continuamente se atualizando com informações da área de inovação tecnológica. “Parabéns para os pesquisadores da UFPR pelo desenvolvimento desta grande inovação. A exemplo do Paraná, Santa Catarina também é referência na inovação tecnológica”, destaca o deputado Miotto.
O parlamentar ressalta que a Santa Catarina é referência em tecnologia no Brasil. De acordo com a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), o setor representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. Em 2021, o setor de tecnologia de Santa Catarina faturou R$ 23,8 bilhões, através de 22 mil empresas e 76,7 mil colaboradores.
A Grande Florianópolis tem grande destaque na área. “O polo tecnológico da região da Grande Florianópolis é o mais representativo do estado catarinense, com faturamento de R$ 8,4 bilhões, quase 5,8 mil empresas e 32 mil colaboradores”, revela o deputado. Segundo dados da Acate, entre as capitais brasileiras, Florianópolis ocupa o primeiro lugar em densidade de empresas de tecnologia, com taxa de 7,4 a cada mil habitantes, seguida de São Paulo, com 7,0, e Curitiba, com 6,1.
O parlamentar ressalta, ainda, que no Estado, estão sendo arquitetados os Centros de Inovação em Rio do Sul, Lages, Brusque, Itajaí, Tubarão, São Bento do Sul, Joaçaba, Jaraguá do Sul, Chapecó, Florianópolis, Criciúma, Blumenau, Joinville, Videira e Caçador. “Os Centros são ambientes criados para estimular e dar suporte à inovação e ao empreendedorismo inovador, operando serviços e programas que atendem desde novos empreendedores até grandes empresas”, eplica o deputado Miotto.
Células solares orgânicas
De acordo com a pesquisadora que coordenou o estudo sobre a nova técnica para produção de células solares orgânicas, professora Lucimara Stolz Roman, do Departamento de Física da UFPR, uma das principais vantagens das células está no método de sua fabricação, com maior sustentabilidade, garantindo eficiência e durabilidade. Ela ocorre em impressoras de rolo para rolo, que permite a produção de quilômetros de células por mês em substratos flexíveis. Lucimara explica que a célula solar orgânica melhorou a eficiência na conversão luminosa em elétrica. “A célula solar orgânica triplicou sua eficiência de conversão luminosa”, explica a pesquisadora.
Diferente das células fotovoltaicas convencionais, esse tipo de célula é muito mais versátil. Isso porque depende menos do ângulo da incidência do sol, usando estruturas de suporte mais leves e podendo ser aplicadas de diversas formas. Como exemplos, podemos citar: mobiliários urbanos, estufas, fachadas de prédios e até mesmo em mochilas e casacos.
No entanto, há uma desvantagem. “Apesar da inovação no método de produção, a célula solar orgânica ainda tem menor durabilidade e eficiência do que a convencional “e o novo método patenteado é um exemplo de como as pesquisas estão atuando para resolver estes problemas”, revela a pesquisadora Lucimara. O valor atual da tecnologia ainda é alto, mas Lucimara acredita que, em breve, as células solares orgânicas devem ser mais baratas, duráveis e eficientes, tornando a energia solar muito mais acessível.
