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28/07/2016 - 16h46min

Luciane diz que Serra envergonhou o Brasil com piada machista no México

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Deputada Luciane Carminatti

A deputada Luciane Carminatti (PT) criticou duramente hoje (28) a manifestação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, que envergonhou o Brasil ao fazer uma piada extremamente machista durante um pronunciamento conjunto com a chanceler mexicana, Claudia Ruiz Massieu, na última segunda-feira (25).  “Em tempos em que a participação das mulheres na política vem se tornando um assunto cada vez mais relevante e constante do debate mundial, até o TSE realizou uma campanha chamando a atenção para este tema em rede nacional, estamos extremamente chocados com o ministro que “alertou” para o perigo para políticos homens de se ter tantas mulheres na política”, comentou.

A fala literal dele, segundo a deputada, foi: “Devo dizer, cara ministra, que o México, para os políticos homens no Brasil é um perigo porque descobri que aqui metade das senadoras são mulheres”. O atual chanceler brasileiro reiterou o convite à ministra mexicana para que venha aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mas fez uma ressalva: “Eu quero muito que a senhora vá ao Brasil durante as Olimpíadas, mas isso representará um perigo, porque a senhora vai chamar atenção para o assunto”, disse em referência à participação das mulheres mexicanas na política.

Luciane considerou a manifestação deselegante, infeliz, ainda mais vinda de uma pessoa que tem uma responsabilidade imensa na representação do país e que deveria representá-lo sob a ótica de homens e mulheres que querem uma sociedade mais igual, justa e democrática. “Não consigo ver democracia só com gosto masculino porque ela se torna capenga, não legitimada pelas cores, dimensões e diversidade do nosso povo”, afirmou.

A deputada lembrou que José Serra foi indicado para a pasta das Relações Exteriores pelo vice-presidente no exercício da Presidência, Michel Temer, em maio, e é parte de um gabinete ministerial composto exclusivamente por homens brancos — o primeiro desde o governo Geisel (1974-1979).

Em dezembro de 2015, quando atuava como senador pelo estado de São Paulo, ele disse à ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu, que é do PMDB, durante uma festa que ela tinha “fama de ser namoradeira”. A ex-ministra reagiu jogando uma taça de vinho no senador e declarou depois que achou o comentário “infeliz, desrespeitoso, arrogante e machista”. Todas as mulheres conhecem bem o eufemismo da expressão “namoradeira”. Há reclamações de vários colegas senadores sobre suas piadas ofensivas são recorrentes, disse a senadora Kátia Abreu.

“Os comentários de Serra corroboram para intensificar a desigualdade de gênero e o senso comum de que a política é um espaço de poder estranho e hostil às mulheres e que este tipo de debate deve ser feito apenas pelos homens.”Luciane disse que no Brasil, há 12 mulheres em um total de 81 cadeiras no Senado Federal (14,81%) e 52 deputadas do total de 513 cadeiras na Câmara dos Deputados no Brasil (10,13%), o mesmo percentual da Assembleia Legislativa. No México, são 47 mulheres do total de 128 congressistas no Senado, representando, portanto, 36,7% — “algo ainda longe da metade considerada ´um perigo´ por José Serra”, comentou.

Para a deputada, é importante que as mulheres estejam presentes nos espaços de poder, em vez de marginalizadas e subalternalizadas como estiveram ao longo de toda a história. “A democracia deve proporcionar as condições para que as mulheres manifestem suas perspectivas, ideias, demandas e necessidades nos espaços em que são tomadas as decisões que dizem respeito a toda a sociedade”, disse.

Segundo a parlamentar, argumenta-se nos estudos sobre mulher e política, que as mulheres desenvolvem perspectivas, isto é, formas específicas de ver o mundo, como resultado de sua inserção social de gênero. “Assegurar que estas perspectivas estejam presentes no sistema político contribuirá para torná-lo mais representativo, legítimo e democrático”, afirmou.

Luciane é favorável a PEC 134/2015 que reserva percentual mínimo de cadeiras para mulheres no Legislativo. De acordo com o texto, que está na Câmara dos Deputados aguardando criação de uma Comissão Especial para ser analisado, o percentual prevê o aumento de forma gradativa: 10% das cadeiras na primeira legislatura, 12% na segunda e 16% na terceira. “Um sonho possível, mas ainda bastante distante do ideal democrático que é a representação paritária”, comentou. A reserva de vagas alcança a Câmara dos Deputados, as Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e as Câmaras Municipais, nas três legislaturas subsequentes à promulgação da emenda.

 

 

 

 

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