Luciane disse que déficit na Eletrobras não decorre da redução de tarifas
A deputada Luciane Carminatti (PT) disse na manhã desta quinta-feira (24), na tribuna da Assembleia Legislativa, que não é verdade que o déficit da Eletrobras e a suposta necessidade de privatização decorrem da redução de tarifas de energia promovida no governo da presidente Dilma Roussef. Segundo a deputada, as tarifas deveriam mesmo ter sido diminuídas, não porque isto era bom para o povo – o que já seria um motivo razoável – mas porque se tratava de uma questão prevista em todos os contratos firmados para a construção de hidrelétricas.
Luciane explicou que quando uma usina é construída por uma empresa de energia – pública ou privada – quem paga pela sua construção é o consumidor. A amortização do custo da obra leva geralmente 30 anos e, durante este tempo, quem paga a conta é o usuário da energia elétrica, por meio de suas contas de luz. Quando a hidrelétrica está pronta, o único custo da empresa passa a ser a operação e a manutenção. “Depois da população pagar 30 anos pelo investimento realizado, é uma questão não apenas de contrato, mas de justiça e de honestidade diminuir as tarifas”, afirmou.
A deputada disse que nos últimos meses o atual governo, que entrou pela “porta dos fundos”, está promovendo uma grande feira de liquidação nacional no país, a preços atrativos, entregando todo o patrimônio nacional. “A privatização da Eletrobras, e provável entrega a grupos estrangeiros, acabará com a segurança energética do Brasil. Submeterá o país a aumentos constantes e abusivos de tarifas, à desestruturação do fornecimento de energia, a riscos na distribuição e, inevitavelmente, à ameaça permanente de apagões e blecautes”, comentou.
Para ela, o governo tem dois motivos principais para privatizar a Eletrobras: a aplicação da pauta neoliberal, rejeitada por quatro vezes nas urnas e o desespero para fazer caixa e tentar diminuir o impacto de um dos maiores rombos fiscais da história, produzido por um governo que prometia resolver o déficit por meio de um surto de confiança que não veio e um passe de mágica que não produziu. “Produziu, sim, a compra de votos por meio da distribuição de benesses e emendas”, disparou.
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