Ibama libera cultivo comercial de macroalga em Santa Catarina
O setor da maricultura do litoral catarinense está em festa. Depois de mais de uma década de estudos e pesquisas, está liberado em Santa Catarina o cultivo comercial da macroalga Kappaphycus alvarezii. A notícia foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (23). Por meio da revogação da Instrução Normativa nº 185, de 22 de julho de 2008, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) permitiu o cultivo de Kappaphycus alvarezii no litoral de Santa Catarina. Até então, tal permissão só era concedida aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Desde o início desta legislatura, o deputado Jair Miotto (PSC) uniu-se a esta causa e, juntamente com a Secretaria de Estado da Agricultura, Epagri, UFSC e o setor da maricultura, teve iniciativas que contribuíram para a liberação do cultivo comercial da macroalga em Santa Catarina.
"Percebendo que a liberação viria como uma importante fonte de renda para os maricultores do Estado, sob minha presidência, formamos uma comissão mista formada pelas comissões de Economia, onde também sou presidente, e pela comissão de Pesca. O objetivo da comissão mista foi acompanhar a revisão da Instrução Normativa nº 185/2008, visando é incluir Santa Catarina como área autorizada ao cultivo comercial da macroalga Kappaphycus alvarezii. E agora, depois de reuniões, documentos encaminhados aos setores envolvidos, articulações junto as esferas federais, o cultivo comercial da macroalga é uma realidade em Santa Catarina", comemora Miotto.
A macroalga
Segundo o pesquisador da Epagri, Alex Alves dos Santos, a macroalga produz a carragenana, usada como espessante pelas indústrias farmacêuticas, cosmética, química e alimentícia. Só em 2016, o Brasil importou 2,5 mil toneladas de carragenana, principal subproduto da macroalga, ao custo de 16 milhões de dólares.
“Com a liberação da atividade econômica pelo Ibama, a produção catarinense poderá ser colocada em prática dentro de um ano e meio, para ter tempo de produzir a biomassa e repassar aos agricultores. Atualmente, há pelo menos 40 maricultores interessados em ingressar na atividade econômica", destaca Santos.