Fabiano cobra programas do governo do Estado para acolher imigrantes venezuelanos
O deputado Fabiano da Luz (PT) cobrou programas e organização do governo do Estado para receber e acolher os imigrantes venezuelanos que chegam a Santa Catarina. O deputado esteve em Roraima, na última semana, em missão da Assembleia Legislativa (Alesc) para entender como funciona o fluxo da imigração em Santa Catarina, que é o estado que mais recebe venezuelanos que passam pelas fronteiras e chegam à cidade de Pacaraima (RR).
“Chapecó é a cidade catarinense e a quarta do país que mais recebe venezuelanos. Das 20 cidades que mais recebem no estado, dez estão no oeste de SC”, disse.
Apesar disso, o deputado reclama que o Estado não tem nenhum programa e fica sob a responsabilidade dos municípios decidirem onde essas pessoas vão passar a noite, se alimentar, acessar educação para as crianças e os serviços de saúde.
Segundo Fabiano, existem algumas empresas com o setor de Recursos Humanos montado em Pacaraima para fazer a seleção de pessoas para trabalharem nas empresas catarinenses, que vêm para cá com emprego garantido e o governo federal distribui recursos para todo o município que recebe imigrantes. Há um valor percentual para cada imigrante que chega, para ajudar a fazer essa coordenação.
“Se não organizar, Santa Catarina, sendo o estado que mais está recebendo, vai criar um problema social. Tem município que não tem capacidade de absorver a quantidade de pessoas que chegam.”
Ele disse que por mais que as empresas ofereçam vagas de emprego, há situações a resolver. “A Polícia Federal em Santa Catarina não tem equipes para dar conta da quantidade de pessoas pedindo documentação. Esta semana me ligou um empresário que estava com 15 vagas abertas e não conseguia contratar porque as pessoas não tinham documentação regularizada.”
Outra questão é a falta de moradia. Há municípios que não possuem casas ou apartamentos para alugar e têm os que estão com dificuldades de vagas na escola e depois o aprendizado da língua portuguesa.
“Percebe-se que há a necessidade do governo do Estado, através da sua área social, voltar a organizar os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) para justamente dar a devida atenção àqueles que estão vindo. Não é trazê-los, mas criar um programa que evite problemas sociais nos municípios. Para atender as pessoas e dar a humanidade que tanto pregamos e argumentamos, que nosso estado é acolhedor e bom e ele é, mas não podemos fechar os olhos e fazer de conta que os problemas não estão aqui e lá na frente os municípios enfrentarem problemas de atenção a estas pessoas.”
Operação Acolhida
“Organização lá e desorganização aqui”, comentou o deputado. Ele destacou a organização em torno da entrada dos imigrantes em Pacaraima (RR), na grande maioria venezuelanos, mas também de outros países, como Cuba e Irã. “Ao atravessar a fronteira, as pessoas entram numa fila, passam por um crivo da Polícia Federal para fazer toda documentação, passam na área da saúde, onde recebem o cartão do SUS e todas as vacinas que o Brasil exige.”
Depois desta triagem, contou o deputado, elas são distribuídas nos abrigos que são divididos para famílias, para pessoas que estão sozinhas, para as diversas etnias indígenas, abrigos que temporariamente acomodam os imigrantes até que sejam encaminhados a outros estados e a 971 municípios brasileiros.
Nesta organização, coordenada pelo Exército brasileiro, tem mais de 120 entidades envolvidas entre órgãos, agências comunitárias, institutos, instituições e empresas particulares.
“O nome do programa é justamente Operação Acolhida porque envolve o Exército, a Polícia Federal, a Polícia Civil, o controle sanitário, a ONU, a Unicef.” O deputado disse que é uma organização que está se transformando em modelo para o mundo, pois todas as semanas têm missões humanitárias que vão acompanhar como funciona.
“Você acaba aprendendo e entendendo que há uma organização muito bem feita em Roraima para trazer e deslocar estas pessoas. Inclusive esta semana está previsto chegar um avião fretado de Boa Vista trazendo venezuelanos para SC.”
Juliana Wilke
Assessoria Coletiva | Bancada do PT na Alesc | 48 3221 2824 bancadaptsc@gmail.com
Twitter: @PTnoparlamento | Facebook: PT no Parlamento