28/11/2011 - 13h56min
Dos Gabinetes - Em ato do Dia do Rio, 400 fazem mobilização contra barragem em Itapiranga
Um ato na tarde desta sexta-feira (25), com a participação de mais de 400 pessoas, marcou a passagem do Dia do Rio (comemorado em 24 de novembro) em Itapiranga. O centro da mobilização foi a oposição à construção de uma barragem no Rio Uruguai, na altura da divisa do município com Barra do Guarita, no Rio Grande do Sul. A resistência, que já dura 30 anos, mostra a contrariedade da população em relação à proposta.
Organizada por diversos movimentos sociais, pastorais, prefeituras, secretarias e sindicatos, com o apoio do deputado Padre Pedro Baldissera (PT), a atividade iniciou com uma mística na margem do rio Uruguai, ao lado da praça central de Itapiranga. O objetivo foi alertar para o impacto ambiental e social do sistema energético adotado no país, que prioriza a construção de barragens sem a devida análise dos problemas que as obras deixam nas comunidades atingidas e no meio ambiente.
“Temos estudos que apontam problemas gravíssimos no rio Uruguai, caso a barragem seja construída. É um dos principais rios do País e, como muitos outros, está sendo agredido sistematicamente e as populações atingidas acabam sendo expropriadas”, afirma o deputado Padre Pedro, autor do projeto que resultou na Lei 13.748, que criou o Dia do Rio. O parlamentar explica que o objetivo é incentivar as comunidades a reunirem-se, em especial os jovens estudantes, para debates, reflexões e ações práticas no sentido da preservação.
Estudos reprovam projeto
A pesquisa das características do rio Uruguai é o principal argumento contrário ao projeto da barragem. Padre Pedro alerta para o fato de que a região abriga o último trecho do rio Uruguai que ainda mantém suas características originais. “Precisamos ouvir a opinião de quem estuda os rios. A avaliação de muitos é que os prejuízos financeiros e ambientais serão significativos”, observa. Como alternativa, o parlamentar acredita na necessidade de ampliar os investimentos em pesquisa e projetos dirigidos às energias eólica e solar.
O pesquisador gaúcho Paulo Brack, biólogo, mestre em botânica e doutor em Ecologia e Recursos Naturais, Paulo Brack, que palestrou em Itapiranga na tarde de sexta-feira, acredita que o projeto, caso saia do papel, causará prejuízos a toda região. “Os estudos já comprovaram que o rio Uruguai não suporta novas barragens. Isso comprometerá várias espécies, como o Dourado, e principalmente atingirá a água, a capacidade do rio”, explica Brack.
O biólogo lamenta o fato da implantação de hidrelétricas, no Brasil, não respeitar estudos científicos apontando prejuízos ao meio ambiente e às populações. “A Constituição Federal protege os rios, no entanto, na prática muitas vezes a visão de crescimento a qualquer custo se sobrepõe”, complementa
Lideranças se unem ao protesto
Diversas lideranças de movimentos sociais e autoridades estiveram em Itapiranga, como o deputado Padre Pedro, representantes de parlamentares estaduais e federais, o prefeito do município, Milton Simon, o deputado federal Pedro Uczai e dezenas de prefeitos, vices e vereadores de todos municípios da faixa de fronteira. Representantes de entidades empresariais, como a Associação Comercial e Industrial de Itapiranga, também manifestaram apoio à mobilização.
Os organizadores do ato em Itapiranga ainda soltaram alevinos e plantaram árvores na margem do rio Uruguai. A mobilização foi encerrada com um protesto pacífico em frente à sede da Eletrosul no município, seguido de caminhada até a travessia do rio Uruguai entre Itapiranga e Barra do Guarita.
Cássio Turra
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