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Dresch repudia criminalização do movimento de estudantes contra medidas do governo
O ataque midiático que está sendo feito contra a jovem Ana Júlia Ribeiro lembra as perseguições do tempo da ditadura, disse Dresch
"Engana-se quem pensa que a juventude pode ser manipulada. Enganam-se o ministro da Educação e o presidente Temer ao acharem que vão impor goela abaixo uma política de educação sem ouvir e discutir com os estudante", afirmou o deputado Dirceu Dresch (PT). O parlamentar utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa para criticar o movimento que tenta criminalizar a mobilização nacional dos estudantes que ocupam unidades de ensino em protesto contra o projeto de reforma do ensino médio do governo Michel Temer (PMDB) e contra a PEC 241, que congela gastos públicos por 20 anos e irá reduzir o investimento em educação e saúde, áreas estratégicas para o país, com impacto direto sobre os mais pobres.
Dresch, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, visitou na última semana escolas, Institutos Federais de Educação e universidades ocupadas pelos estudantes na região de Chapecó e na Capital. Ele apresentou um moção no Legislativo, solicitando que o Ministério da Justiça, a direção das unidades e as forças de segurança pública mantenham uma postura de diálogo e respeito com os estudantes. "Estamos preocupados com os casos de truculência e ações de opressão e violência contra os jovens. A manifestação é um direito constitucional de uma juventude que está construindo uma história em defesa da educação de qualidade e para todos."
Caso Ana Júlia
Dresch condenou o que classificou como "ação dos tempos da ditadura", o ataque midiático que está sendo feito contra a jovem Ana Júlia Ribeiro, 16 anos, estudante do Colégio Estadual Senador Manuel Alencar Guimarães, de Curitiba, que fez um discurso contundente na Assembleia Legislativa do Paraná.
"Esta estudante deu uma verdadeira aula de cidadania aos parlamentares do Paraná e do Brasil, que tentam criminalizar o movimento das ocupações. Essa estratégia, a da criminalização e da perseguição a quem se mostra contrário ao sistema, era algo comum na ditadura. Integrantes do Partido Comunista do Brasil sofreram com as mentiras e os absurdos plantados pelos meios de comunicação. Isso se repete agora. Desde que seu discurso viralizou na redes sociais, a vida de Ana Júlia está sendo vasculhada pelos jornalões, na tentativa de encontrar qualquer episódio que possa ser distorcido para manchar a sua imagem, diminuir o efeito de suas palavras e a legitimidade do movimento estudantil", denunciou Dresch.
Questionamento
O deputado questiona o principal argumento usado para "menosprezar a sua fala", o fato de ela ser filha de pais militantes políticos ligados aos direitos humanos. "É ridículo, é preconceituoso. De que importa se seus pais são militantes políticos, isso só significa que ela teve exemplo da luta pelos direitos sociais dentro de casa. A imprensa que aponta o dedo para isso é a mesma que não enxerga problema quando se depara com juízes que têm esposa e pai em partido de direita, e que promove perseguição e impõe justiça seletiva contra partidos de esquerda."
Assessoria de Imprensa
Deputado Dirceu Dresch - PT/SC
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