“Depois de 31 anos, MST mostra sucesso da reforma agrária”, afirma Padre Pedro
Na última semana o MST comemorou os 31 anos das primeiras ocupações de terra, para pressionar pela reforma agrária, em Santa Catarina. Em 1985, cerca de 2 mil famílias, organizadas num movimento ainda em fase de estruturação, que nascera um ano antes, ocuparam duas fazendas no município de Aberlado Luz. Surgia assim o MST no estado.
O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) apresentou nesta terça-feira (31), no plenário da Assembleia Legislativa, os resultados positivos alcançados a partir da luta do MST por reforma agrária. “Depois de 31 anos, o MST mostra o sucesso da reforma agrária com dados incontestáveis. A sociedade precisa saber disso e compreender que a luta do MST é também uma luta de todas as pessoas”, afirmou o parlamentar.
Santa Catarina tem cerca de 5 mil famílias nos 138 assentamentos, localizados em 51 municípios. Em todos a produção é diversificada, na maior parte orgânica. São cooperativas e pequenas agroindústrias espalhadas em todas as regiões. As famílias ligadas ao MST produzem mais de 30 milhões de litros de leite por ano e 64 toneladas de mel, para citar dois exemplos, além de toda uma estrutura diversificada de produção que vai desde a industrialização de sementes de abóbora até as cadeias produtivas do peixe, do frango e dos suínos.
Entre as sete maiores cooperativas do movimento está a Cooperoeste, uma das maiores do Sul do Brasil, que produz o leite Terra Viva e uma centena de produtos derivados do leite. “É importante lembrar que todos os anos a Cooperoeste faz chegar seus produtos de forma gratuita, a muitas comunidades pobres do estado. Esta é outra marca do MST: o espírito de que a terra produz alimento de qualidade e para todos”, complementou.
O parlamentar também destacou o papel fundamental do MST na luta pela agroecologia, pela produção de alimento saudável, sem veneno. No Brasil a quantidade de agrotóxicos ingerida é tão alta que o país está na liderança do consumo mundial desde 2008. E tudo isso com o governo concedendo redução de impostos aos agrotóxicos. “Enquanto isso, o MST responde com produção orgânica. No Rio Grande do Sul, a Coopat, uma cooperativa do MST no assentamento Lagoa do Junco, tem 100% da lavoura orgânica, mais de 400 famílias produzem a maior marca de arroz orgânico da América Latina e uma das maiores do mundo: a Terra Livre”, disse.
Para o parlamentar, a luta pela reforma agrária não significa só mais justiça social, mas mais alimento, mais respeito à natureza e, principalmente, mais respeito à vida.
Educação e inovação
As marcas destes 31 anos de história também estão na educação, com 50 escolas, entre elas algumas das melhores colocadas no Enem em Santa Catarina; seis projetos de alfabetização e escolarização próprios, dois cursos de ensino médio técnico em agroecologia e mais cinco cursos de pós-graduação.
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