O governador Raimundo Colombo (PSD) previu que 2016 será um ano difícil, mas descartou o caos financeiro vivido pelos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, entre outros. “Em 2015 vencemos dificuldades, fizemos mudanças estruturais para o futuro. Estamos mais preparados para enfrentar as dificuldades, evitar o caos financeiro nas contas públicas e garantir serviço público pleno”, afirmou o chefe do Executivo durante a abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (2).

Colombo prometeu cuidar do equilíbrio fiscal para pagar em dia os salários dos servidores e honrar as obrigações do Estado. “Se atrasa a folha, compromete toda a atividade econômica, fragiliza o comércio, o consumo e a autoestima”, disse. Segundo o governador, no final do primeiro semestre de 2015 o gasto com a folha atingiu 49% da Receita Corrente Líquida (RCL). “Hoje está em 48,4%, uma (margem de) manobra pequena”, admitiu.

O governador chamou a atenção para o déficit previdenciário, de R$ 3,1 bilhões em 2015. “O servidor não tem culpa, foi a lei que desequilibrou o sistema, mas algo urgente precisa ser feito. Se não fizermos mudanças vem o colapso”. Colombo também destacou a questão da dívida pública e avisou que, se a União não substituir a “Selic indexada” pela “Selic acumulada” como indexador das dívidas dos estados, Santa Catarina acionará o Judiciário. “Estamos prontos para recorrer à Justiça”, informou.

O chefe do Executivo ainda previu aumento da demanda por serviços públicos, principalmente nas áreas da saúde e educação. “Com uma receita menor, (as pessoas) deixam de pagar plano de saúde e colocam os filhos na escola pública”, reconheceu. Colombo mostrou preocupação com o desemprego e a queda na atividade econômica, com reflexos no consumo de energia elétrica, que em janeiro de 2016 foi 6% menor do que no mesmo período de 2015.

Além disso, Colombo ressaltou o combate ao Aedes aegypti e elogiou o trabalho feito pelas prefeituras. “Tivemos um único caso de Zika que migrou de outro estado”, informou o governador, que convocou os catarinenses a utilizarem o celular para fotografar focos do mosquito e enviar as imagens em seguida à Vigilância Sanitária. “Aí fazemos um ataque”, declarou.
Ainda durante sua manifestação, o governador apresentou dois vídeos curtos que mostravam exemplos de superação de famílias de baixa renda. Na sequência concluiu seu discurso ressaltando o estado conseguirá vencer a crise porque "o jeito de ser e de viver do catarinense é a nossa principal arma."
Assembleia com coragem
Para o presidente da Casa, deputado Gelson Merisio (PSD), os problemas causados pelo desequilíbrio fiscal em outros estados são um recado para Santa Catarina. “Temos de enfrentar temas difíceis, que mexem com corporações históricas, como fizemos no fim do ano passado com a previdência. Demos um pequeno passo, mas há um espaço muito grande em enxugamento, eficiência e acompanhamento da máquina pública”, avaliou. “Não faltará à Casa coragem e compromisso com o cumprimento da função constitucional de fiscalizar e legislar”, acrescentou Merisio.
Vítor Santos
AGÊNCIA AL