Jornalista Ethevaldo Siqueira faz palestra sobre o futuro da mídia na sociedade do conhecimento

Considerado um dos mais renomados profissionais do país na área de tecnologias da informação e mundo digital, o jornalista Ethevaldo Siqueira fez palestra na noite de ontem (11), no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa, sobre “O Papel da Mídia na Sociedade do Conhecimento”. No evento, que reuniu jornalistas e estudantes de comunicação social, professores universitários e profissionais do segmento tecnológico, entre outros, Ethevaldo Siqueira defendeu a necessidade de qualificação dos jornalistas nas áreas em que trabalham, para a produção de um jornalismo de qualidade, comprometido com a verdade. A promoção foi da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e Sapiens Parque, com o apoio do Parlamento. O presidente da Casa, deputado Jorginho Mello (PSDB), destacou a importância da palestra. “Não sabemos o que está por vir, aonde essa tecnologia vai nos levar, o que torna imperativo a busca pelo conhecimento”, afirmou. O presidente da ACI, Ademir Arnon, falou da aproximação dos profissionais da comunicação social do estado com a tecnologia de informação, através do convênio de cooperação técnico-científica firmado entre o Sapiens Parque, representado pelo presidente Saulo Vieira, e a ACI. “Esta rede iniciada hoje está envolvida com o futuro dos profissionais da imprensa de Santa Catarina”, frisou o dirigente. Ethevaldo Siqueira vislumbra, para um futuro próximo, “o fim do jornalismo impresso e da TV aberta, e a hegemonia da TV por assinatura; o triunfo da internet; o turismo virtual como subproduto do home theater; a fusão da educação e do conhecimento e o uso intensivo da internet para lazer internacional”. No painel realizado ao final da palestra, alguns jornalistas discordaram da projeção sobre o fim do jornalismo impresso, a exemplo da expectativa do fim do rádio, prevista há muitos anos e que não ocorreu. Previsões e estimativas à parte, Siqueira enfatizou que o jornalista do futuro deve dar ao leitor entusiasmo pela inovação. “Que ele ajude a fazer a sociedade em parceria com o cientista. Além da cultura geral e da consciência ética, é essencial que ele estude a vida toda sobre a área que escreve. Caso contrário, será um escrevinhador de notícias”, alertou. Evolução A palestra começou com uma viagem no tempo, com as primeiras tribos nômades que habitaram o planeta há 10 mil anos, quando o homem começou a usar o conhecimento para fabricar as primeiras ferramentas, além de plantar e caçar. Em seguida, falou da revolução industrial, com a invenção da máquina a vapor e chegou até o século 20, que segundo ele, consolidou a “terceira revolução industrial”, com a invenção do rádio. A partir daí, o jornalista Ethevaldo Siqueira falou da evolução do mundo, transformado numa plataforma digital cada vez mais avançada. Segundo ele, nenhuma tecnologia se expandiu tanto em tão pouco tempo quanto o celular, que hoje tem multiplicidade de funções. No cenário tecnológico, 10 alavancas transformaram a mídia e a vida humana, entre elas a microeletrônica, o computador, o software, a internet, o wireless, a fibra óptica, a biotecnologia e a nanotecnologia. “A sociedade do conhecimento vai exigir que as pessoas estejam preparadas para esses avanços e os jornalistas têm que estar capacitados para falar, por exemplo, de biotecnologia. Em 2020, a expectativa é que a pessoa irá ao médico ou a uma drogaria com um CD contendo seu código genético”, informou. Mas fez questão de dizer que, diante desses avanços, é preciso não ficar em nenhum extremo: nem no deslumbramento e nem no pavor, e sim no respeito humano. “Nenhuma idolatria pela tecnologia. O papel da mídia é buscar a verdade, o bem de todos.” (Rose Mary Paz Padilha/Divulgação Alesc)