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18/02/2013 - 14h31min

Gibi orienta sobre consequências da queimadura

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Ensinar as crianças catarinenses sobre os perigos do fogo e das queimaduras ficou mais divertido com a edição especial do gibi da Turma da Mônica lançado em fevereiro no estado. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), com a parceria do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), de Florianópolis, e da Maurício de Sousa Produções. Em quatro histórias educativas, Mônica, Cebolinha e seus amigos alertam sobre as conseqüências das brincadeiras com fogo.

Com tiragem inicial de 25 mil exemplares, custeada pela Unicred, as revistas são entregues gratuitamente no ambulatório de queimados do HIJG, nas escolas municipais de Florianópolis e nas campanhas promovidas na Capital. Desta quantia inicial, 10 mil gibis são distribuídos pelo patrocinador em todo estado. “A Sociedade Brasileira de Queimados se preocupa com tratamentos e novas tecnologias de recuperação, mas também trabalhamos com a prevenção”, explica o médico Maurício Pereima, chefe da ala de queimados do HIJG e diretor da SBQ, que busca mais patrocinadores para a impressão de novas revistas.

“A Unimed já se mostrou interessada e está em negociação com a Maurício de Sousa Produções, que não cobra pelo trabalho. Cada revista tem um custo de impressão aproximado de R$ 1.”. Minas Gerais foi o primeiro estado a distribuir a edição especial da Turma da Mônica no ano passado. O profissional que lida há 22 anos com queimaduras acredita que o número de acidentes possa ser reduzido com esta iniciativa. “Quanto mais gente quiser patrocinar, melhor. Esta é uma obra social”.

Traumas para a vida
O hospital infantil da Capital é referência em Santa Catarina no tratamento de crianças queimadas, com uma unidade de alta complexidade, credenciada pelo Ministério da Saúde. Segundo Pereima, crianças de todo o estado são atendidas em Florianópolis nesta ala especial, além do atendimento realizado no ambulatório todas as terças e quintas-feiras. “Recebemos um novo paciente a cada três dias, com média anual de 150 a 200 crianças com queimaduras graves. No ambulatório o número é de 10 a 15 por semana”. O tratamento exige uma equipe multidisciplinar de profissionais, devido ao alto índice de infecções durante o tratamento.

O médico alerta pais e responsáveis sobre a precaução e os riscos de acidentes domésticos, os mais comuns com crianças. “A queimadura é um evento previsível. Não existe um tratamento ideal para quem se queima. O ideal é que ele não se queime. Depois que se queima, não existe mágica. As sequelas ficam para a vida. A prevenção é o melhor caminho”, alerta Pereima, ao ressaltar que as queimaduras são consideradas o principal trauma para o ser humano.

Acidentes com álcool
Estudos dos fatores de risco apontam que a maioria das crianças menores de seis anos se queima com líquidos aquecidos nas cozinhas, sob olhar dos pais. Já os acidentes com maiores de seis anos costumam ser com líquidos inflamáveis. “85% destas crianças são feridas com álcool”. O alcance do produto aos pequenos e as brincadeiras são apontadas pelo médico como as principais causas. “As crianças não têm noção do perigo que correm”.

Um exemplo real do cotidiano vivido no HIJG é o caso de dois irmãos de Araquari (a menina com seis anos e o menino com cinco) que tiveram rosto, tronco e pernas queimados gravemente após uma brincadeira de um coleguinha com álcool. “O menino pegou a garrafa na churrasqueira. Como choveu, ele jogou álcool na brasa achando que não ia pegar fogo. Meus filhos foram atingidos. Ele não”, contou, à reportagem da Agência AL, Luana Machado, dona de casa, enquanto esperava o término da segunda cirurgia do filho, internado no HIJG. “A menina já está em casa. Ficou uns 28 dias aqui”.

Venda proibida em todo país
O médico Maurício Pereima comemora a proibição da venda de álcool líquido em todo o país desde 29 de janeiro, medida resultante de uma decisão judicial que reconheceu a legalidade da Resolução RDC 46/2002, da Anvisa, que proíbe a venda do produto em sua forma mais inflamável. “Existem vários outros produtos de limpeza que não provocam acidentes. Esta é uma vitória para SBQ depois de 10 anos”.

O especialista lembra que em 2002, quando da primeira proibição da venda do álcool líquido, o número de pacientes no HIJG reduziu em 40%. “Temos certeza de que daqui pra frente não teremos mais óbitos de acidentes com álcool”. A responsabilidade de fiscalização sobre a venda do produto é de responsabilidade da Anvisa, segundo Pereima.

Rony Ramos
Rádio AL

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