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05/05/2021 - 17h55min

Falta de anestésicos impede volta de cirurgias eletivas com anestesia geral

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FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL

A falta de anestésicos na rede hospitalar de Santa Catarina impede o retorno das cirurgias eletivas que demandam anestesia geral. A denúncia foi feita durante a sessão de quarta-feira (5) da Assembleia Legislativa.

“Para vocês terem uma ideia sobre a situação dos anestésicos em solo catarinense, o número represado de cirurgias eletivas gira em torno de 100 mil, uma verdadeira epidemia. Algumas situações são simples, outras nem tanto, outras evoluíram para urgentes, é um problema. Os anestesistas têm feito verdadeiros milagres com as drogas disponíveis, adaptando antigos anestésicos disponíveis e têm dado lições de como fazer acontecer. Por isso não são liberadas as cirurgias que usam anestesia geral com sedação”, informou Dr. Vicente Caropreso (PSDB).

Caropreso, que retornou de audiência com a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, demonstrou preocupação com os rumos da pandemia no estado.

“Liberou para eventos, baladas, clubes noturnos, isso nos preocupa, hoje o número de óbitos foi importante e temos de estar prevenidos para uma eventual piora da situação em Santa Catarina”, avaliou o parlamentar.

Solidariedade a Saudades
Padre Pedro Baldissera (PT), Luciane Carminatti (PT) e Maurício Eskudlark (PL) expressaram solidariedade às famílias, amigos e à população de Saudades.

“Nosso respeito, condolências e sentimento fraterno. É fundamental organizarmos junto ao governo e às instituições apoio para ser implementada uma ação coletiva de reconhecimento da dor, é necessário acolhimento diferenciado às famílias das vítimas. Que o município planeje ações coletivas, como eventos públicos para lembrar as vítimas e tratamentos psicológicos”, propôs Padre Pedro.

“Seguidamente somos chocados pela violência contra a mulher, contra a família, mas um crime tão impossível de se imaginar, Santa Catarina, acredito, ainda não tinha registrado. Hoje foi uma comoção na despedida daquelas pessoas, quantos sonhos desfeitos”, lamentou Eskudlark.

“Fui ao velório, participei da missa celebrada pelo bispo de Chapecó, conversei com as professoras da escola, levei a solidariedade da Assembleia. Já vi muitas situações, mas você entrar em um ginásio e se deparar com crianças pequenas de menos de três anos, ainda não”, revelou Carminatti.

Em questão de ordem, Ivan Naatz (PL) defendeu a discussão da pena de morte para punir crimes graves como o corrido em Saudades.

Vacinação das pessoas com deficiência
Caropreso divulgou que até o começo de junho iniciará a vacinação das pessoas com deficiência em todo território estadual.

“Pelo quantitativo disponível, podemos vacinar não apenas a clientela, mas também os funcionários que atendem essas pessoas, é parte da população desprotegida e mais exposta”, informou.

Saúde privada x saúde pública
Padre Pedro destacou os gastos com saúde privada das famílias e empresas brasileiras e comparou-os com os de países desenvolvidos.

Segundo o ex-prefeito de Guaraciaba, no Brasil 58% do total dos gastos com saúde são bancados pelas famílias e pelas empresas, enquanto na Argentina é 38%, na França, 27%, no Reino Unido, 21%, e na Alemanha, 22%.

“Paulo Guedes é um dos mercadores da morte do atual governo, ele quer um sistema semelhante aos EUA, que além de ineficiente, cria dívidas milionárias para as famílias pobres e acaba levando um contingente enorme à completa miséria. Eles não têm ideia do que seja política pública, não compreendem”, avaliou o petista.

“Felicidade sem tamanho”
Ivan Naatz revelou que a decisão da relatora do caso dos Respiradores no Conselho Superior do Ministério Público, de votar pela responsabilização de Carlos Moisés, foi de uma “felicidade sem tamanho”.

“Foi por terra o argumento do governador de que o MP não havia encontrado indícios de culpa. Precisamos resolver isso em definitivo e o ideal neste momento é que tivéssemos o julgamento depois do posicionamento oficial do Ministério Público”, avaliou Naatz, que fez um apelo pela renúncia do governador.

Projeto arquivado
Jessé Lopes (PSL) reclamou dos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que decidiram arquivar projeto de sua autoria que previa a venda da Casa da Agronômica.

“Fui surpreendido com projeto meu arquivado e com os critérios que a CCJ usa para debater projetos. Pega a Constituição e vai ver se está dentro das normas, não importa se você é favor do projeto ou não, para isso existem as comissões de mérito. Não posso ficar olhando meus projetos sendo arquivados”, ponderou Jessé, informando em seguida que pedirá a votação do projeto diretamente no Plenário.

Jessé também pediu agilidade à deputada Paulinha (PDT), que é relatora de projeto do deputado que torna público os gastos com a manutenção da Casa da Agronômica.

Atletismo de Blumenau
Ricardo Alba (PSL) parabenizou os atletas da seleção de atletismo de Blumenau pelos resultados alcançados no Troféu Brasil de Atletismo.

“O atletismo de Blumenau foi vice-campeão geral na categoria masculina e terceiro lugar geral no feminino. O atleta Mateus Gabriel de Liz carimbou o passaporte para Tóquio na marcha atlética de 20 km. Apesar do pouco apoio, o resultado vem aí, campeões, índices para olimpíadas”, destacou Alba.

Subestação em Porto União
Ricardo Alba contou na tribuna que visitou os municípios de Rio Negrinho, Mafra, Major Vieira, Bela Vista do Toldo, Três Barras, Canoinhas e Porto União, no Planalto Norte, e concluiu pela urgência da construção de uma subestação de energia em Porto União para que empresas possam se instalar lá.

Paulo Gustavo
Ada de Luca (MDB) lamentou a morte do ator e produtor Paulo Gustavo, outra vítima da pandemia do coronavírus.

“É uma a morte que entristece o Brasil, um Brasil que sente as sequelas físicas e psicológicas do coronavírus. Paulo Gustavo, a exemplo de tantos outros, lutou bravamente pela vida. É injusto que tantos brasileiros tenham seus sonhos interrompidos por essa pandemia. Nosso sentimento diante das mortes é um misto de tristeza e muita raiva”, reconheceu Ada.

Sindicato contra as aulas
Bruno Souza (Novo) criticou duramente o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) pela greve contra o retorno das aulas presenciais no município.

“Canalhas da pior categoria, estão deixando há mais de 400 dias crianças pobres sem aulas em Florianópolis. Muitos professores estão constrangidos com a atitude dessa cacalhada, a grande parte gostaria de voltar, mas não pode, são ameaçados, sofrem pressão para não voltar”, declarou Bruno.

Em aparte, Carminatti criticou Bruno.

“Quero lamentar que esse conceito de canalha tenha sido utilizado para mencionar trabalhadores que colocam suas vidas em risco e que se tivesse vacinas e um Presidente da República que tivesse feito contrato com os fabricantes o ano passado o Brasil não teria 400 mil mortes. Ao invés de cobrar dos gestores, botam a culpa nos trabalhadores”, disparou Carminatti.

A deputada convidou o colega a conhecer as estruturas das escolas e denunciou que muitas das máscaras disponibilizadas aos profissionais da educação não têm a qualidade necessária.

“Estamos denunciando”, contou Carminatti.

Privatização dos portos
Volnei Weber (MDB) alertou para a possível privatização dos portos de São Francisco do Sul e de Imbituba.

“Há rumores cada vez mais frequentes sobre a privatização de dois grandes terminais portuários: São Francisco do Sul e Imbituba. O estado devolveria à União a administração portuária e esta promoveria a privatização”, noticiou Weber.

O deputado pediu que qualquer mudança na gestão dos portos leve em conta a distribuição de recursos nas comunidades, assim como a concentração do poder econômico a partir da privatização.

Weber defendeu que a eficiência e a competitividade também podem ser obtidas com a gestão pública dos portos, além de alertar para a possibilidade de o estado herdar um enorme passivo trabalhista.

Vídeo maravilhoso
Marcius Machado (PL) exibiu no telão do Plenário vídeo contando a história de Itapoá, município do Norte do estado. “Assisti várias vezes com um nó na garganta, traz as raízes mais profundas de uma cultura ligada ao litoral”, elogiou Marcius.

Intolerância ao glúten e ao leite
Machado sugeriu que a Diretoria de Comunicação elabore um vídeo para alertar a comunidade para os problemas advindos com a intolerância ao glúten e ao leite.

“Enviei ofício para a Mesa solicitando para que a competente equipe de comunicação faça um vídeo para exibir em Santa Catarina”.

Estado x União
Bruno Souza criticou o corte no Orçamento da União que subtraiu R$ 152 mi em investimentos nas rodovias federais localizadas no estado.

“Alguém em sã consciência tomaria a decisão de por vontade própria fazer parte de um clube muito esquisito, que você paga R$ 50 todo mês e teria de volta apenas 10? Nós nos associamos a um clube chamado União, onde nós entramos com muito e recebemos pouco e não questionamos, aceitamos como se fosse a natureza das coisas, não é. Mandamos R$ 44 bi e recebemos R$ 21 bi de volta, R$ 23 bi ficaram em outros lugares”, registrou Bruno.

O deputado lembrou que o estado decidiu aportar R$ 350 mi para obras em rodovias federais e que foi premiado com um corte de R$ 152 mi em investimentos nessas rodovias.

 

Vítor Santos
Agência AL

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