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08/07/2020 - 18h21min

Covid lota UTIs e deputados apelam ao governo por mais leitos intensivos

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FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL

Com várias regiões próximas da ocupação total dos leitos de UTI, diversos deputados apelaram ao governo para que agilize a abertura de mais leitos de terapia intensiva na sessão de quarta-feira (8) da Assembleia Legislativa.

“Pelo amor de Deus, olha para as regiões Norte e Nordeste do estado, 100% dos leitos ocupados no Hospital São José, chegando a 100% no Regional Hans Dieter Schmidt, não tem mais espaço na rede pública para atendimento, precisa da contratação de leitos privados”, alertou Fernando Krelling (MDB).

Segundo o deputado, a prefeitura contratou 40 novos leitos de UTIs, enquanto o governo do estado destinou 20 leitos já existentes para pacientes com coronavírus.

“Não adianta mandar respiradores, temos que contratar médicos, enfermeiros, técnicos, equipes de UTI, os guerreiros do Hospital Regional estão com Covid, tem servidor no leito de UTI, é assustadora a situação de Joinville”, confessou Krelling.

Kennedy Nunes (PSD) apoiou o colega.

“Vinte novos leitos é mentira, estão fazendo uma gambiarra, fecharam o setor B para instalar o setor do Covid”, denunciou.

Ada de Luca (MDB) e Mauro de Nadal (MDB) também destacaram o avanço da pandemia e a corrida por mais leitos de UTI.

“No dia 15 de junho o secretário de Saúde falou que havia 372 leitos, que precisava de 712 e reclamou da demora do Ministério da Saúde em liberar novos leitos. O ministério liberou 233 e agora o estado tem 345 leitos habilitados! É uma confusão. Não dá para entender, estamos voltando para trás?”, questionou Ada, acrescentando que na região Sul também a ocupação beira os 100%.

“Há um desespero muito grande por leitos de UTI, por habilitação dos leitos de retaguarda, isso deveria ser ágil, mas está se perdendo no meio da burocracia. Apelo para que o governo agilize essas habilitações, Itapiranga está precisando, várias regiões estão precisando”, insistiu Mauro de Nadal, vice-presidente da Casa.

Já o deputado Doutor Vicente Caropreso (PSDB), que é médico, pintou um quadro desolador, denunciou a falta de sedativos e ponderou que os pedidos por reabertura e a divisão de responsabilidade entre o Executivo Estadual e as prefeituras apresentam a conta à sociedade.

“Solicitamos que houvesse abertura e que os municípios pudessem ter autonomia, agora estamos vendo a autonomia e quanto isso custa, o peso da responsabilidade dividido é forte. Não queríamos, mas a percepção da doença, a má percepção, não foi o governo do estado que veio, o exemplo foi nacional, andar sem máscara e aglomeração na ordem do dia”, disparou Caropreso.

O representante de Jaraguá do Sul pediu união de esforços.

“A palavra de ordem é ajudar. O senador Esperidião Amin, depois de um apelo nosso, tem promovido reuniões contínuas com o Ministério da Saúde na questão dos kits de anestésicos. Não adianta ter respiradores e vagas na UTI, precisa do medicamento, é um problema nacional. É preciso que o presidente aja com firmeza no cenário internacional. É preocupante a provável falta em vários pontos do estado”, previu Caropreso.

Altair Silva (PP) lembrou que a região de Chapecó experimentou um quadro semelhante ao de Joinville, e superou. E Maurício Eskudlark (PL) culpou o governador pela falta de leitos.

“A nossa baixa mortalidade do coronavírus credito ao bom uso do mel e do trabalho dos servidores de saúde, em Chapecó tivemos 100% dos leitos de UTIs ocupados e conseguimos superar”, informou Altair, referindo-se ao aumento da imunidade causada pelo uso do mel e derivados.

“Todos esses meses o estado não ampliou as UTIs, comprou alguns respiradores, despachou para alguns municípios, mas sem saber se tinha espaço para ampliar. Teve hospital que desativou leitos laboratoriais para fazer leitos de UTI, mas o governo não foi atrás para resolver o problema e hoje temos falta de remédios”, discursou o ex-líder do governo, que ponderou o impeachment do governador ou intervenção federal no estado.

Ciclone bomba
Ada de Luca mostrou preocupação com a lentidão da resposta do estado aos atingidos pelo ciclone bomba.

“Recebemos a visita do presidente, mas vimos pouca movimentação por parte do governo, até agora tem muita gente sem energia, temos previsão de chuva com muitas casas destelhadas”, lamentou Ada, que sugeriu liberação dos recursos do FGTS para os atingidos.

Rodovias intransitáveis
Nilso Berlanda (PL) pediu ao secretário da Infraestrutura atenção para o estado crítico das rodovias que ligam Iomerê a Treze Tílias e Curitibanos a Lebon Régis.

“Peço ao secretário, que faz um bom trabalho, que dê uma atenção às rodovias da nossa região, Iomerê a Treze Tílias está intransitável”.

Ivan Naatz (PL) concordou com Berlanda e citou várias rodovias na região do Vale do Itajaí com problemas de manutenção.

“Quem tem andado pelo estado tem visto o abandono das rodovias, todas nossas rodovias estão precisando de reparos e o governo perdido em burocracia e papel”, declarou Naatz.

Os deputados Vicente Caropreso e Rodrigo Minotto (PDT) divergiram de Naatz e relataram várias obras tocadas pela Infraestrutura.

“Há frentes de trabalho em vários locais do estado, aqui em Jaraguá está sendo feita uma grande obra, esperada há décadas, a duplicação do trecho estadualizado da BR-280 é uma realidade. Além disso, outras importantes sobras foram começadas com recursos do estado, que aguarda recursos do BNDES para iniciar outras obras”, garantiu Caropreso.

Minotto listou o lançamento do edital da quarta ponte sobre o rio Araranguá, no valor de R$ 18 mi, além de convênios para revitalizar as rodovias entre Forquilhinha e Maracajá e a que liga Cocal do Sul a Morro da Fumaça. Já com respeito à revitalização da rodovia Jorge Lacerda, segundo Minotto, o processo de licitação está parado por causa de recursos.

“Quero agradecer o esforço do secretário Tiago tem feito para dar sequência ao contorno de Seara, o contorno foi construído e a ponte não”, pontuou Altair Silva.

Eskudlark divergiu dos colegas e convidou Caropreso para rodar o estado e verificar in loco a situação das rodovias estaduais.

Coronéis no governo
Ivan Naatz avaliou que muitos coronéis da Polícia Militar ocupam cargos no governo, “alguns recebendo R$ 60 mil por mês, não estão honrando a farda e a história centenária da PMSC”.

Antonieta de Barros
Luciane Carminatti (PT) homenageou a ex-deputada Antonieta de Barros, que completaria 119 anos no próximo dia 11 de julho.

“Catarinense, mulher, negra, professora, jornalista e política, primeira negra eleita deputada em Santa Catarina e no Brasil. Antonieta nasceu somente 13 anos após do fim da escravidão. Sua mãe era escrava liberta, lavadeira. Seu pai era jardineiro e morreu muito cedo. A mãe teve de alugar a casa para estudantes e dessa experiência Antonieta aprendeu a ler e escrever”.

De acordo com a deputada, em 1922 Antonieta fundou um curso de alfabetização na própria casa, depois uma revista, foi correspondente de vários jornais e escreveu um livro.

“A mulher tem sido de verdade a mais sacrificada metade do gênero humano”, citou a representante de Chapecó, reverberando frase inspirada e atemporal da ex-deputada. Para Carminatti, as lutas de Antonieta pela educação para todos, pela valorização das vidas pretas e pela emancipação da mulher continuam desafiantes.

Recursos para os idosos
Ana Campagnolo (PSL) informou que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que há 15 dias visitou os municípios de São José, Criciúma e Nova Veneza, anunciou que o ministério destinará R$ 5 mi ao estado para serem divididos entre 500 instituições.

A ministra também anunciou parceria com a Igreja Assembleia de Deus que doravante adotará lares de idosos, auxiliando com recursos para alimentação e limpeza.

Mercado Livre
Ada de Luca, Rodrigo Minotto, Volnei Weber (MDB) e Luiz Fernando Vampiro (MDB) defenderam a articulação dos dirigentes de Içara para sediar no município um centro de distribuição da empresa Mercado Livre.

“Quem chega primeiro tem a prioridade na atenção dos órgãos estaduais”, afirmou Vampiro.

Marcius Machado (PL) e Nilso Berlanda defenderam a instalação do centro na região Serrana.

“O prefeito Antônio Ceron já fez pedido ao governo do estado, claro vindo para Santa Catarina será show de bola, mas gostaria que viesse para Lages, para Curitibanos ou para o Oeste”, discursou o representante da Serra.

“Quero parabenizar os deputados do Sul, mas eu também tentei trazer esse grande empreendimento para a Serra catarinense”, confirmou Berlanda.

Três pontos
Padre Pedro Baldissera (PT) elencou três pontos principais para fazer frente às tragédias climáticas que atingem regularmente o estado.

“Defendemos algumas alinhas de atuação. Primeiro ponto: verificar onde o estado apresenta lacunas ambientais e trabalhar de forma a minimizá-las. Um bom começo é a recuperação das matas ciliares; segundo ponto: a capacidade de prever ocorrências climáticas e aqui a gente aplaude a Defesa Civil que começa a se antecipar, levando ao conhecimento da população; terceiro ponto: a ação posterior às tragédias, com atendimento à população e recuperação dos estragos”, listou padre Pedro.

Segundo o ex-prefeito de Guaraciaba, para viabilizar o terceiro ponto será preciso avançar no Fundo da Defesa Civil, com 1% das taxas recolhidas pela Segurança Pública e com a contribuição das empresas de energia elétrica.

Recursos para hospitais filantrópicos
Jessé Lopes (PL) cobrou do governo a distribuição de R$ 56 mi para os hospitais filantrópicos.

“Fizemos denúncia com relação às portarias que não estavam sendo repassadas para os hospitais estaduais, semana passada foram liberados os recursos que estavam até três meses retidos no governo. Mas a SES foi nas redes lacrar, responder a denúncia e entregou de lambuja mais duas portarias que não eram as que estávamos denunciando, de auxílio emergencial para entidades filantrópicas, são R$ 56 milhões”, denunciou Jessé, que pediu agilidade no repasse e no pagamento de dívidas com os nosocômios sem fins lucrativos.

Sargento Lima (PSL) e Maurício Eskudlark também criticaram a demora dos repasses.

“A gente devia ter se dado conta que certas coisas só funcionam no porrete, na denúncia, só no pau, conheci bastante gente que funciona na base do cacete, apanhando”, concordou Sargento Lima.

“Santa Catarina está recebendo R$ 1,2 bi do governo federal, é muito dinheiro que está recebendo do governo federal e infelizmente não está fazendo a devida aplicação. O deputado Jessé citou os repasses da União para a SES e aí esse valor tem de ser repassado aos municípios, infelizmente tem demorado o repasse para os hospitais”, disparou Maurício Eskudlark.

Eleições em novembro
Sargento Lima questionou a segurança sanitária para promover as eleições municipais em novembro e criticou os recursos empregados na eleição, cerca de R$ 650 mi.

“Quem disse que não vai ter risco de pandemia em novembro? Vamos poder lotar escolas, encher as ruas, vai estar tudo liberado?”, perguntou Lima, que lamentou o aumento do Fundo de Participação dos Estados e a inserção de 30 segundos de horário político gratuito. “Isso atingiria o coração do vírus”, ironizou.

Vítor Santos
Agência AL

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