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Fiscais das barreiras da Cidasc entram em greve
Os trabalhadores nas barreiras sanitárias da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) estão em greve desde às 8 horas desta de quarta-feira, 4 de dezembro, informou o deputado Sargento Amauri Soares (PSOL), em pronunciamento no Plenário. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Perícia, Pesquisa e Informações (Sindaspi), o motivo da greve é a falta de segurança e de condições de trabalho e os baixos salários dos trabalhadores do setor.
"É uma categoria de trabalhadores cujo vencimento é inferior à mil reais, ou seja, R$ 895,00. Santa Catarina trata dessa forma os servidores que estão na linha de frente, nas divisas com outros Estados, parando caminhões durante 24 horas por dia, para garantir que a febre aftosa não chegue ao nosso Estado", criticou o líder do PSOL.
Os fiscais nas barreiras sanitárias entraram em estado de greve no dia 11 de outubro, tentando sensibilizar o governo do Estado para abrir negociação com a categoria. "O governo pouco ou nada fez com relação à situação caótica vivida por estes profissionais", divulgou em nota o sindicato. Durante esse período foram realizadas reuniões com o secretário da Agricultura, João Rodrigues, com a diretoria da Cidasc e com empresas do setor da agroindústria. Também foram realizadas manifestações e paralisações temporárias nas barreiras.
As barreiras sanitárias são responsáveis para garantir a sanidade de produtos de origem animal e vegetal, com impacto na segurança alimentar, nas cadeias produtivas agropecuárias e na economia de Santa Catarina. É um trabalho que garante Santa Catarina como único Estado do país livre da febre aftosa sem vacinação, o que garante a abertura de novos mercados.
A greve no setor, causada pela intransigência do governo do Estado, pode afetar o rebanho catarinense com o risco de contaminação de febre aftosa. Outras doenças que afetam a saúde humana e de animais também podem entrar no estado sem o controle das barreiras, como a brucelose, a tuberculose e gripe do frango.
Segundo informa o sindicato, em entrevista ao grupo RBS, o presidente da Cidasc, Enori Barbieri, disse que o salário da categoria seria ajustado para R$ 1.800,00, ainda este ano. Mas, em conversa com o comando de greve, o discurso foi outro, transferindo a negociação para 2014.
"É preciso que a gente reflita sobre isso, em um momento que o governo diz que está resolvendo a situação salarial de todo mundo. Não é verdade, está resolvendo apenas a situação salarial da cúpula", disse o parlamentar.
O deputado Sargento Soares também expressou solidariedade e apoio aos trabalhadores barreiristas em greve e repúdio "à posição insensata e incoerente do governo do Estado por tratar de forma tão diferente os servidores públicos estaduais".
"Estes trabalhadores estão sendo enrolados pelo governo do Estado há várias negociações salariais, mesmo com a importância da função. A situação chegou ao seu limite e a categoria não volta ao trabalho enquanto as reivindicações não forem atendidas", diz o comunicado do Sindaspi.
Reivindicações da categoria
1- Reenquadramento dos trabalhadores para a função de Agente de Fiscalização Agropecuário.
2- Implementação de piso salarial de R$ 2.088,77. Atualmente o salário é de R$ 895,80.
3- Jornada de trabalho com escala de 12 horas de trabalho por 72 horas de compensação.
4- Serviço de transporte adequado garantindo o deslocamento até os locais de trabalho, bem como veículo de apoio disponível durante a jornada de trabalho.
5- Auxílio-transporte nos casos em que a empresa não disponibilizar veículos.
6. Implementação e manutenção de infraestrutura mínima adequada nas barreiras sanitárias.
7- Garantia da segurança através de policiamento qualificado aos trabalhadores durante todo o seu turno de trabalho nas barreiras.
Alexandre Silva Brandão
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Com informações de Cristiane Mohr
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