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Publicado em 07/03/2019

Deputadas e vice-governadora divergem sobre o atual espaço feminino na política

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A vice-governadora Daniela Reinehr, a primeira mulher a ocupar o segundo cargo mais importante no Poder Executivo de Santa Catarina. FOTO: Julio Cavalheiro/Secom

Entre as deputadas estaduais catarinenses e a vice-governadora não há uma unanimidade sobre o crescimento da representatividade feminina na política. A sensação no grupo varia da cautela à comemoração, da indiferença à certeza que ainda é possível e necessário elevar mais a quantidade de mulheres na política.

A deputada Luciane Carminatti (PT) argumenta que é preciso lutar pela independência financeira das mulheres, para que elas tenham dinheiro e renda, trabalho e dignidade. “Por isso precisamos combater a reforma previdenciária, que tira os direitos e aumenta o tempo de contribuição das mulheres”, opina.

Sobre a representatividade política, a parlamentar se mostra cautelosa. “Somos tantas em Santa Catarina e tão poucas aqui no Parlamento. Minha preocupação é se essa ampliação está consolidada, se foi uma decisão das mulheres e da sociedade ou se é somente um momento histórico pontual. É necessário discutir a questão da lei federal, que ainda não garante um percentual paritário para homens e mulheres”, argumenta. Segundo ela, esse ponto precisa ser discutido em todos os partidos, onde “o caciquismo continua e tudo é definido pelos homens.”

A deputada Ada de Luca (MDB) destaca que no Brasil a presença feminina na política é de “cerca de 10%”, enquanto no México o índice chega a quase 50%, na Costa Rica é de 45%, na Argentina 40% e na Alemanha 30%.

“A ausência de mais mulheres na política brasileira não se trata de vocação e, sim, de uma vergonha histórica. A falta de segurança, o preconceito, a diferença salarial e o próprio resultado das eleições, que credenciou somente cinco mulheres para o Parlamento estadual, demonstram que ainda temos um longo caminho a percorrer”, avalia.

Representante do PSL, a deputada Ana Campagnolo tem uma visão diferente das colegas. “Não defendo uma cota para as mulheres. Isso é um desrespeito a todas nós. Política não é uma questão de gênero, é uma questão ideológica. Não vejo vantagem em aumentar o número de mulheres na política. Elas historicamente não gostam de política. Preferem outras profissões e não há problema nisso”, comenta.

Para as deputadas Marlene Fengler (PSD) e Paulinha (PDT) não existem dúvidas de que a quantidade ideal está longe de ser alcançada. “As mulheres conquistaram o direito ao voto no Brasil há 87 anos e isso foi uma vitória. Mas ainda há muito a ser feito. Temos muitos desafios pela frente. Não há muitas hoje na política, por isso é preciso que cada uma de nós faça a sua parte e participe da política”, destaca Marlene.

“A gente precisa vencer as barreiras do preconceito que nós mesmas patrocinamos. As mulheres se autossabotam, mas isso vem de um processo cultural que não é nossa culpa. Acho que a gente precisa fazer uma intervenção na rede municipal de ensino, lá no início, onde a criança ainda tem essa pureza e não se enxerga diferente pela questão sexual. E, a partir dali, edificar uma nova sociedade. Quem sabe a mulher se sinta mais a vontade para ocupar um lugar que é dela? Temos que ter a ousadia de dizer: eu sou capaz, eu posso e vou querer esse espaço para mim também”, explicou Paulinha.

No Executivo
Primeira vice-governadora eleita pelos catarinenses, Daniela Reinehr (PSL) comemora o momento atual, apesar de reconhecer que a política ainda é um ambiente predominantemente masculino. “Mas ao longo do tempo a gente vem observando um crescimento muito importante. Temos cinco deputadas estaduais, duas federais, várias mulheres no primeiro e segundo escalões do governo, muitas que trabalham e contribuem de forma destacada para o desenvolvimento. Isso no orgulha muito, nos dá certeza de que estamos trilhando um bom caminho”, afirma.

Na opinião dela, tão importante quanto a quantidade de mulheres na política e no mercado de trabalho é o fato que elas têm conquistado posições por competência, e não por uma questão de gênero. Na avaliação da vice-governadora, as mulheres são competentes, se dedicam, têm um olhar diferenciado do mundo.

“Tenho ouvido muito das mulheres com quem converso que as que estão na política acabam sendo uma inspiração, um orgulho. E eu realmente espero que seja. Espero poder inspirar outras mulheres para que elas tragam sua colaboração para a política, para o desenvolvimento do nosso estado e do nosso país”, conclui.

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