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27/08/2018 - 13h50min

“Zininho – 20 anos de saudade” exibe acervo do poeta em Florianópolis

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Uma escultura feita em tamanho real pelo artista plástico Verani, em fibra de vidro, coloca o visitante em contato com poeta
FOTO: Solon Soares/Agência AL

Ele declarou em prosa e verso seu amor à Ilha, como ninguém. Compôs, cantou e fez poesia inspirado em cada recanto desse “pedacinho de terra perdido no mar”. Eternizou as belezas de Florianópolis com sua música, que transformou-se no Hino de Amor à Ilha, oficializado há 50 anos. Claudio Alvim Barbosa, o Zininho, continua encantando ilhéus, moradores de Florianópolis e turistas com sua poesia e com sua música mais famosa, escrita em muros e placas pela cidade, 20 anos após sua morte. Em sua homenagem, a exposição Zininho – 20 anos de saudade, reúne objetos pessoais do poeta que completaria 90 anos em 2018, no espaço de exposições do mercado público de Florianópolis, até 22 de setembro.

Com curadoria da filha mais nova, a também cantora Claudia Barbosa, a mostra foi selecionada por meio de edital público, pela Fundação Franklin Cascaes, e faz parte de uma série de ações que ocorrerão durante o ano para relembrar a vida e obra do poeta florianopolitano. “Quando a Roseli Pereira (superintendente da fundação) me falou que tinha um edital aberto para a ocupação dessa galeria, eu pensei poxa (sic), esse ano faz 20 anos da morte dele e a gente tem tantas coisas dele, tantas coisas para serem contadas sobre a história e memória dele, mas também de outros personagens que tiveram junto com ele construindo essa história da cultura e da música de Florianópolis, então eu levei a ideia pra Andrea Buzato - que também trabalha com produção cultural - e ela me ajudou com o projeto”, conta Claudia.

VÍDEO: Reportagem especial da TVAL sobre a exposição

Para Roseli Pereira, superintendente da Fundação Franklin Cascaes, essa exposição, assim como as ações ao longo do ano, "serão uma grande homenagem ao artista, poeta e compositor que além de ser autor do hino da cidade também contribuiu enormemente para o Acervo Fonográfico de Florianópolis.”

No espaço acolhedor do mercado público é possível entrar em contato com o universo de Zininho. Uma escultura feita em tamanho real pelo artista plástico Verani, em fibra de vidro, nos coloca em contato com poeta em um momento descontraído, numa mesa de bar. Visitantes podem tirar fotografias e partilhar o momento. Músicas gravadas por ele ou interpretadas por outros artistas ambientam a exposição. Roupas, óculos, coleção de moedas e equipamentos de áudio do estúdio que mantinha em casa no bairro Abraão, além de discos de vinil, microfones, livros e até um aparelho de rádio que ouvia quando criança fazem parte da exposição.

Também são de Verani duas pinturas em tela e dois esboços em aquarela retratando o compositor sozinho e com os amigos Adolfo Ziguelli (jornalista) e o cantor Luiz Henrique Rosa. É possível, ainda, ver troféus e condecorações. Chama a atenção uma coletânea de obras que têm Zininho como personagem, reunindo nomes como Plinio Verani, Alan do Berbigão, Picolé, Renato Franzoni, Frank Maia e outros artistas plásticos, fotógrafos, poetas, escritores, músicos e artistas da cidade que homenagearam o poeta em suas criações.

A ilustração "Sou ilhéu graças a Deus", de George Alberto Peixoto, o Picolé, e a pintura feita por Franzoni em 2012 também se destacam.

A exposição foi aberta na noite de 15 de agosto, com o show "O gentleman do samba", em homenagem a Zininho, no vão central do Mercado Público. A apresentação reuniu Claudia Barbosa e outros artistas e instrumentistas da música catarinense que interpretaram marchinhas, sambas e sambas-canções que exaltam a Ilha, o amor e a vida do compositor.

Visitas guiadas e educativas com grupos e escolas que queiram conhecer mais detalhes sobre Zininho podem ser agendadas pelo telefone (48) 3333-9743.

De onde surgiu o apelido "Zininho"
Cláudio Alvim Barbosa nasceu em 8 de maio de 1929, em Três Riachos, na cidade de Biguaçu, e recebeu o nome de Orzino, mas só foi registrado pelo avô paterno aos cinco anos, quando veio morar com ele e com a avó no Largo 13 de Maio, na Capital. “Quando meu avô foi registrá-lo, resolveu mudar seu nome para Claudio. Do Orzino só sobrou o apelido Zininho”, conta Claudia Barbosa.

O Largo Treze de Maio, hoje Praça Tancredo Neves, ficou eternizado em uma das quase 100 canções que ele compôs em seus 69 anos de vida. Arquivista compulsivo, o poeta registrou grande parte de sua história e reuniu o maior e mais importante acervo existente contendo a memória cultural, social e política de Florianópolis. Esse acervo está disponível na Casa da Memória, no Museu da Imagem e do Som (MIS), na capital.

Na década de 1960, Zininho compôs diversos sambas-enredos para a escola Protegidos da Princesa e era figura conhecida na vida noturna da cidade. Foi produtor de programas de auditório, sonoplasta, criador de jingles, cantor, compositor, locutor, entre outras atividades. Morreu em 5 de setembro de 1998, no hospital Nereu Ramos, de enfisema pulmonar.

Zininho tornou-se referência de valorização da memória cultural da capital dos catarinenses. Este acervo inigualável e as obras que o eternizaram são a base desta exposição na galeria do Mercado Público de Florianópolis.

Michelle Dias
Agência AL

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