Vigilância Epidemiológica intensifica ações contra o Aedes aegypti no estado
Atenta ao alerta nacional de combate ao mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) realizou nesta semana a primeira videoconferência com todos os municípios catarinenses.
Com uma Sala de Situação em atividade desde dezembro, em Florianópolis, a Dive pretende estabelecer até sexta-feira (8) estruturas semelhantes nas 28 cidades infestadas pelo mosquito. "Queremos facilitar o fluxo de informação. Por meio da Sala de Situação, o município identifica as dificuldades e repassa para o Estado, que tomará as providências cabíveis ou acionará a esfera federal para complementar as ações. Já as dúvidas, questões técnicas e jurídicas serão resolvidas por meio da Sala de Situação estadual", informou o diretor da Dive, Eduardo Macário.
Para a intensificação das ações de combate ao Aedes aegypti, Macário conta com o trabalho das equipes de controle de endemias e a colaboração dos agentes de saúde nas visitas domiciliares. "Com essa força-tarefa, temos a intenção de visitar no período de um mês 400 mil imóveis localizados em áreas infestáveis e repetir a ação no mês seguinte", explicou.
Ao considerar o apoio da população fundamental no processo de combate, Macário ressaltou que a Dive busca enfatizar a educação em saúde. "Nosso trabalho vai desde a eliminação dos focos até a identificação dos locais de difícil acesso para tratamento químico. Precisamos verificar desde um vaso de planta que tem água parada até os terrenos baldios", frisou.
Boletim dos municípios
Dengue
De acordo com a Dive, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015 foram notificados 11.263 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 3.605 (32%) foram confirmados (2.370 por critério laboratorial e 1.235 por clínico-epidemiológico), 6.572 (58%) foram descartados e 1.086 (10%) casos suspeitos estão em investigação.
Do total de casos confirmados, 3.276 (91%) são autóctones (transmissão dentro do estado), 268 (7%) são importados (transmissão fora do estado), e 61 (2%) estão em investigação para definição do local provável de transmissão. Em relação ao boletim anterior, publicado no dia 16 de dezembro, foram confirmados mais 9 casos de dengue, 3 autóctones, com residência nos municípios de Itajaí, Bom Jesus do Oeste e Galvão, 5 importados e 1 em investigação do local provável de infecção.
Com 7.244 focos identificados do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, em 117 municípios, Santa Catarina registrou até o dia 31 de dezembro 28 municípios considerados infestados pelo mosquito. São eles: Anchieta, Balneário Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.
Febre Chikungunya
Segundo a Dive, até o dia 31 de dezembro de 2015 foram notificados 91 casos de febre chikungunya, dos quais três foram confirmados. Desses, dois foram importados da Bahia e um caso foi autóctone, do município de Itajaí.
Febre do Zika Vírus
A partir de abril de 2015, o Brasil vem detectando casos de febre do Zika Vírus. Atualmente há circulação do ZIKAV em 18 estados do país. Conforme a Dive, de 20 de outubro, quando a vigilância foi implantada, até 31 de dezembro de 2015 foram notificados 68 casos suspeitos de febre do Zika Vírus em Santa Catarina. Destes, oito foram confirmados, 33 foram descartados e 27 permanecem em investigação.
Todos os casos confirmados são importados. A confirmação foi feita pelo critério clínico-epidemiológico, após diagnóstico diferencial negativo para dengue, sarampo, rubéola e parvovírus. Esses casos foram identificados em Laguna, Florianópolis, Bombinhas, Gaspar e Pomerode, e o provável local de infecção foram os estados do Maranhão, Bahia, Pará, Paraíba e Sergipe.
As doenças e os sintomas
Dengue - doença infecciosa febril, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor retro-orbital (atrás dos olhos), e manchas vermelhas na pele.
Febre Chikungunya - infecção viral causada pelo CHIKV e que pode se apresentar sob a forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos).
O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa "aquele que se curva". A doença também é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada pelo vírus.
Febre do Zika Vírus - doença causada pelo vírus Zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, geralmente sem complicações graves.
Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.
Orientações no combate ao Aedes aegypti
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
• Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
• Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
• Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
• Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
• Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
• Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.
(Com informações da Dive)
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