27/04/2010 - 18h55min
Sinte denuncia projeto de privatização da merenda escolar no Estado
Em acordo entre os líderes das bancadas, a sessão foi interrompida para ceder espaço à diretora de organização do Sinte do município de São José, Vanda Gomes Pinedo, que subiu à tribuna para denunciar a terceirização da merenda escolar na rede pública de educação de Santa Catarina. A medida, segundo Vanda, poderá gerar a demissão de 5 mil merendeiras e servidoras da educação no Estado.
Vanda criticou o projeto do governo, que terá como efeito desemprego em outros setores da economia. “Sabemos que a merenda escolar cumpre também um papel social ao utilizar produtos da agricultura catarinense. Se contratarem empresas do Paraná e São Paulo para fornecer as merendas, como está previsto, prejudicarão também o setor agrícola, que é fonte de renda para inúmeras famílias em Santa Catarina”.
Outro ponto levantado por ela é a qualidade do serviço fornecido por essas empresas. “Sabemos que muitas crianças que vão à escola têm na merenda sua única alimentação do dia. Uma escola sem merendeiras e auxiliares de serviços gerais não funciona”. A dirigente informou que o Sinte deve entrar nos próximos dias com uma denúncia no Ministério Público e pediu apoio aos deputados para reverter a terceirização.
Tomando parte na denúncia, o deputado Décio Góes, líder do PT, acrescentou que no sul do Estado o processo de privatização já estaria bem avançado e chamou a atenção para o valor previsto com a terceirização do serviço. “A previsão era de se gastar R$ 50 milhões, passou para R$ 145 milhões e já há a previsão de serem gastos R$ 210 milhões”.
O deputado Moacir Sopelsa (PMDB) afirmou que, mesmo fazendo parte da bancada que apoia o governo, deve pedir esclarecimentos ao Executivo. “Eu me identifico com os pequenos agricultores. Se temos a possibilidade de oferecer alimentos produzidos no estado, por que trazer dos grandes centros?”, questionou. A proposta teve o apoio do deputado Sargento Amauri Soares, líder do PDT, que protocolou requerimento convocando o secretário da Educação, Silvestre Herdt, para prestar esclarecimentos junto à Assembleia. (Alexandre José Back/Divulgação Alesc)