Sindicalistas pedem ação nacional para coibir demissões na Oi

Demissões e precarização dos serviços prestados pela Oi motivaram audiência pública

Os participantes da audiência pública realizada pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (18), manifestaram preocupação em relação à situação da companhia de telecomunicações Oi, que envolve dívida de R$ 65,4 bilhões, demissões em massa em todo o país e piora da qualidade do serviço prestado ao consumidor.

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações em Santa Catarina (Sinttel-SC) e da União Geral dos Trabalhadores do Estado de Santa Catarina (UGT-SC) cobram uma ação conjunta de abrangência nacional para debater o assunto. “Estamos muito preocupados. Esperamos encaminhamentos para coibir as demissões na Oi, que, no nosso entendimento, são arbitrárias. A empresa utiliza recursos públicos, demite trabalhadores e lá na frente o consumidor vai pagar por isso. Precisamos buscar apoio e ampliar o debate”, disse o secretário-geral da UGT-SC, Carlos Magno da Silva Bernardo.

Um dos encaminhamentos propostos no encontro foi o pedido de realização de uma audiência pública no Congresso Nacional, direcionado ao Fórum Parlamentar Catarinense. Também foi aprovada a elaboração de uma moção de repúdio dirigida à empresa devido aos processos de demissão em massa, precarização do trabalho e queda na qualidade dos serviços prestados.
Outra definição foi o envio da ata da audiência pública promovida na Casa para a Oi, entidades sindicais, Associação Brasileira de Procons, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC), Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Justiça do Trabalho, Ministério Público e Procon estaduais. Além disso, foi formada uma comissão para entregar o documento ao procurador-geral do Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina, Sandro Eduardo Sardá, em reunião a ser agendada.

De acordo com o presidente do Sinttel-SC, Rogério Soares, a Oi demitiu, de 2014 a 2016, 317 funcionários no estado, sendo que 65 perderam o emprego neste ano. “Além do impacto social devido às demissões em massa que vêm ocorrendo desde 2010, isso repercute em precarização do trabalho, pois os funcionários na ativa estão sobrecarregados. O quadro de funcionários é insuficiente para atender à demanda. Santa Catarina tem um milhão de terminais e no máximo 350 funcionários. É uma planta com mais de 40 anos sem investimentos, com equipamentos defasados. Isso tudo gera insatisfação nos clientes e prejudica os consumidores.”

O proponente da audiência pública, deputado João Amin (PP), destacou que o Parlamento estadual deve atuar na intermediação dos conflitos. “Os números são realmente alarmantes, ainda mais neste momento de crise que o Brasil atravessa. Esperamos alcançar resultados com os encaminhamentos propostos.”

Também participaram da reunião o deputado Rodrigo Minotto (PDT) e o ex-diretor do Procon estadual, Gabriel Meurer.