Servidores da saúde manifestam-se em Plenário
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde Público Estadual e Privado de Florianópolis (Sindsaúde/SC), Pedro Paulo das Chagas, usou a tribuna na tarde desta quarta-feira (17) para manifestar, mais uma vez, os desagrados da categoria em relação à recomposição salarial e contratação de novos servidores sem concurso público, enquanto a categoria mantém o estado de greve.
“Fomos surpreendidos, no final de agosto, por uma contratação de grande número de pessoas no Hospital Regional de São José. Tem mais servidor exercendo a função de técnico administrativo do que a instituição necessita. Para cada servidor contratado, dois deixam de fazer hora-plantão (hora-extra)”.
De acordo com Chagas, os servidores reivindicam aumento de salário para compensar as perdas com o corte da chamada hora-plantão, anunciado pelo governo do Estado como medida de economia. Eles querem que o governo compense as perdas com uma gratificação, como já concede a outras categorias de servidores.
O presidente do sindicato lembrou o pedido de suspensão de greve, pelo governo, deflagrada no dia 9 deste mês e declarou que, durante o acordo de suspensão da greve (de 9 a 22) até agora, os servidores não receberam nenhuma proposta. Ele pediu que os deputados aprovem uma moção de apoio aos servidores e afirmou que os responsáveis pelos problemas na saúde são os diretores dos hospitais, uma vez que apenas 1% da previsão orçamentária do estado para o próximo ano pagaria tudo o que os servidores da saúde reivindicam.
Os deputados Dirceu Dresch (PT) e Sargento Amauri Soares (PDT) declararam-se a favor do pedido de moção.
Estado de greve
Recentemente, o governo autorizou a contratação de cerca de 600 servidores para atuação nas 14 unidades hospitalares do estado e o corte da hora-plantão, que motivou a mobilização emergencial. Após a assembleia, os servidores partiram em passeata até a sede da Secretaria de Estado da Saúde.
Foi suspensa até as 7 horas do dia 23 de outubro a greve dos servidores estaduais de saúde. O presidente do Sindsaúde/SC afirmou que até lá haverá mais rodadas de negociações, mas em respeito ao serviço de saúde prestado à população, que não pode ser prejudicada, o movimento grevista foi suspenso.
Pedro Paulo das Chagas listou quatro itens que estão sendo negociados com o governo estadual. "Pedimos que a remuneração não seja mexida enquanto estiver acontecendo negociação, também pedimos uma gratificação. Queremos que continuem as contratações por meio de concursos e que o governo não deixe faltar medicação e material de uso contínuo aos hospitais”.
O SindSaúde pede uma gratificação de R$ 1.330,00 para o Nível Fundamental, R$ 1.780,00 para o Nível Médio e R$ 2.280,00 para o Nível Superior. "Consideramos a proposta muito boa, pois pedimos a primeira parcela para março de 2013 e a segunda parcela para setembro de 2013. Nenhuma outra categoria quer negociar deste jeito", ressaltou Chagas. (Michelle Dias)