Seminário de Educação Inclusiva reúne 500 pessoas em Guaramirim
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
As estratégias pedagógicas sobre o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência no cenário escolar centraram o debate da décima edição do Seminário de Educação Inclusiva, que aconteceu no Salão Paroquial da Igreja Matriz Senhor Bom Jesus, em Guaramirim, no Norte catarinense, e que reuniu cerca de 500 pessoas, entre educadores, representantes das Apaes e Amas, familiares e especialistas, na segunda-feira (15).
Promovido pelo Parlamento Catarinense, por meio da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com apoio da Escola do Legislativo, o evento objetivou capacitar professores e representantes de entidades públicas e privadas sobre a importância da adoção da política inclusiva na rede de ensino para o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência, conforme observou o presidente da comissão e proponente do evento, deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB).
“Um dos focos do Parlamento, e de nossa comissão, é justamente promover eventos que despertem a importância da política educacional inclusiva em nosso estado”, avaliou. Para ele, iniciativas como essa são fundamentais para levar informação de qualidade para professores e demais profissionais e interessados, capacitando-os para lidar com o estudante com deficiência no espaço escolar e sobre como ensinar uma criança com deficiência para que ela possa exercer o direito de aprender.
“Estamos honrando em estender a mão de nossa comissão e nosso coração para as demandas de Guaramirim a respeito desse tema tão importante. Sabemos que no Brasil e no mundo 20% das pessoas apresentam algum tipo de deficiência”, observou o parlamentar, que destacou que esses eventos contam com o apoio das prefeituras e de entidades como Apaes e Amas.
Educação inclusiva
A educação inclusiva no Brasil é amparada pela Constituição Federal de 1988, que estabelece a igualdade de direitos e a proibição da discriminação, incluindo a discriminação baseada em deficiência, gênero, etnia e religião, dentre outros critérios.
Nas quatro palestras com especialistas realizadas em Guaramirim, foram evidenciadas quais são as estratégias pedagógicas aplicáveis e a importância da adoção de políticas inclusivas no contexto escolar. David Crispim, coordenador da comissão da Alesc, que abriu o evento pela manhã com a palestra “Políticas Inclusivas”, destacou que é preciso avançar porque os desafios ainda são inúmeros.
“Precisamos trabalhar dentro da rede educacional, despertando a importância da educação especial e dos educadores especiais, apresentando as práticas e os programas que são desenvolvidos com os alunos com deficiências”, pontuou.
A psicopedagoga e mestre em Educação e Saúde na Infância e Adolescência Roselaine Pontes de Almeida abordou o tema “Metodologias Inclusivas”. Ela contextualizou afirmando que é possível identificar uma criança ou jovem “atípico”, aqueles que têm uma deficiência ou transtorno em sala de aula, acompanhando o desenvolvimento dela e percebendo como ela aprende. “O parâmetro do professor acaba sendo a turma inteira e aquele aluno que vai ficando para trás acende o sinal de alerta do educador”, observou.
No período da tarde, Luciana Motas Dias Brites, doutoranda e mestra em Distúrbios do Desenvolvimento e especialista em Educação Especial, além de CEO do Instituto NeuroSaber, abordou o tema “É Possível uma Alfabetização Inclusiva? Práticas Pedagógicas”. Para ela, a alfabetização é o primeiro passo para a inclusão educacional. “Quando uma criança atípica passa pelo processo de alfabetização já está dando o primeiro passo para a sua inclusão”, observou.
Já o encerramento ficou por conta do psicólogo mineiro José Raimundo Facion que abordou o tema “Definição e Objetivos de um Processo de Inclusão”, avaliando que o primeiro desafio é justamente buscar definir com clareza o que se entende por inclusão.
“Ainda não há uma unanimidade a respeito dessa pauta. Por isso os desafios são imensos. O olhar não é se a criança aprende ou não no processo educacional, mas o problema é se o aluno ou aluna apresentam o excesso comportamental, como insônia, agressividade, hiperatividade, entre outros sintomas. Quando eles apresentam esses excessos o desafio é ainda maior e necessita do envolvimento de todos os entes sociais nesse contexto”, observou.
Agência AL