Relações econômicas entre Brasil e Israel em destaque na Comissão de Economia

FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL

As relações econômicas entre Brasil e Israel, com a presença de Daniel Leipnitz, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Israel, e da Cônsul Econômica de Israel no Brasil, Anastasiya Litvinenko, foram debatidas durante reunião da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia e Inovação da Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira (27).

Segundo a cônsul, a Câmara de Comércio busca criar oportunidades e conexões entre Israel e companhias brasileiras, por meio de negócios B2B (business to business - termo de vendas que representa negócios realizados por empresas para outras empresas). “Buscamos fazer tudo o que está ao nosso alcance para ajudar a aproximar e criar oportunidades que, talvez, pessoas de países diferentes não conheçam”.

Locais para que essas iniciativas de cooperação aconteçam foi outro ponto levantado pela cônsul. “Hoje, por exemplo, nós tivemos um evento muito bonito aqui em Florianópolis, na Federação das Indústrias de Santa Catarina sobre energia, descarbonização, assunto de grande potencial. Com isso, buscamos trabalhar em cooperação com o Brasil, nessa área que tem grande potencial em termos de soluções em saúde, assim como tecnologia limpa, educação, segurança cibernética em geral, agricultura, água e muitas outras coisas. Sabemos que os recursos hídricos são de grande importância em Santa Catarina. Estamos muito abertos para qualquer tipo de colaboração nesse sentido. As conexões econômicas entre Brasil e Israel são muito importantes, não apenas em termos financeiros, mas para ajudar a sociedade, as pessoas e o meio ambiente.”

Daniel Leipnitz falou sobre a visita feita a Israel no ano de 2023, que resultou em uma série de iniciativas, como a descarbonização, o hidrogênio verde, importantes para a agricultura. “Hoje, tanto em Israel como nos Estados Unidos, há uma demanda muito grande por alimentos e bebidas saudáveis e nossa indústria catarinense tem total condição de fornecer esses produtos para o mercado de Israel, um mercado com alto poder aquisitivo, e também para os Estados Unidos.”

O deputado Matheus Cadorin (Novo) lembrou de sua participação na visita a Israel e do exemplo desse país que, “de um deserto se transformou numa potência tecnológica, porque efetivamente era o que eles tinham que desenvolver por lá”.

O presidente da comissão, deputado Jair Miotto (União), falou dos possíveis incentivos relativos ao turismo, além de todos os outros pontos levantados durante a reunião que trataram das conexões econômicas, jurídicas e tecnológicas entre Israel e Santa Catarina. “A população de São Paulo e Rio de Janeiro tem muito mais facilidade de deslocamento para outros países. Gostaríamos que Santa Catarina tivesse as mesmas possibilidades de intercâmbio turístico com Israel. Essa é uma questão que poderíamos pensar e tratar com as empresas Israelenses”.

Articulação internacional
O secretário de Articulação Internacional, Juliano Froehner, também presente na reunião, destacou que a Secretaria tem se aproximado das comissões da Alesc, no sentido de criar projetos conjuntos, principalmente com as Comissões de Economia e de Relações Internacionais e do Mercosul.

“Dessas reuniões já surgiram projetos em conjunto com a Comissão de Relações Internacionais e queremos desenvolver projetos, também, com esta comissão. A Articulação Internacional é muito pragmática na criação e implementação de projetos. Então, da conversa que já tivemos com a cônsul surgiu uma lista de ações que queremos implementar. Uma delas é a aproximação de Santa Catarina com Israel para reconhecimento e validação mútua de diplomas. Isso é muito importante para que os profissionais dos dois lados sejam reconhecidos nos dois países e para que pesquisadores sejam encontrados nos bancos de dados das universidades.”

O investimento em projetos-piloto para a recepção de Startups de Israel em Santa Catarina foi outro ponto levantado por Froehner. “A secretaria pode emitir um atestado de valor internacional declarando que determinada tecnologia foi aplicada e resultou em determinado resultado. Por si só, um documento desses aumenta a valoração da empresa. O Estado não tem a obrigação de ficar com a tecnologia, mas pode possibilitar que os entes estatais conheçam a proposta de uma tecnologia inovadora que já está em curso e avaliar a aplicabilidade ou não no estado”.

O secretário informou que as cadeias produtivas e de suprimentos são todas interconectadas, em Santa Catarina, o que protege o Estado de crises econômicas e que, assim como existe um ecossistema de inovação, a intenção é de também ter um ecossistema de internacionalização em Santa Catarina. “No mesmo lugar, todos os consulados, câmaras de comércio, organismos internacionais e institutos internacionais. O espaço está planejado para funcionar no Sapiens Parque, norte da Ilha e gostaríamos que vocês estivessem lá junto conosco.”

Requerimentos aprovados
De autoria do deputado Jair Miotto foi aprovado convite ao reitor da Udesc, Dilmar Baretta; ao representante da Citeb (Centro tecnológico de Biguaçu), João Braz da Silva; à Secretaria de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, por meio do secretário Beto Martins; à Secretaria de Estado da Educação, por meio do secretário Aristides Cimadon, o representante da Associação Junior Achievement do Brasil, Evandro Badin, e ainda ao chefe geral da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia, Everton Luiz Krabbe, para comparecerem em reunião dessa comissão, em data a ser agendada, com o objetivo de tratarem de assuntos relevantes à economia do Estado no que se refere a essas instituições e empresas, relativos a 2024.

Também foi aprovado o requerimento extra-pauta, de autoria do presidente da comissão, para a realização de seminário sobre inteligência artificial, a fim de aprimorar essa tecnologia no âmbito da Alesc, ainda sem data definida.