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19/11/2013 - 14h04min

Seminário debate modelo de produção de alimentos

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Seminário de Produção Contemporânea de Alimentos. Foto: Eduardo Guedes de Oliveira/Agência AL

No primeiro dia de atividades do seminário, palestras foram ministradas por especialistas e profissionais ligados ao tema. Com a apresentação de duas mesas temáticas para debates, na manhã desta terça-feira (19) foi abordado a “Conjuntura da Produção de alimentos no Brasil”, sob a visão do economista e ativista social brasileiro, João Pedro Stedile.

Representante dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Stedile fez uma síntese sobre a conjuntura agrícola e os reflexos econômicos. Segundo ele, o Brasil vive uma crise de modelo de produção de alimentos, sendo que a agricultura hoje é dominada apenas pelo grande capital financeiro e pelas empresas transnacionais. “Atualmente o capital financeiro banca a produção e cobra dos R$ 160 bilhões produzidos todos os anos, um valor de aproximadamente R$ 140 bilhões para os bancos, ou seja, a maior parte da riqueza agrícola fica com o banco e a outra fatia da riqueza fica com as multinacionais”, destaca.

Em sua explanação, Stedile ressaltou que as empresas ganham na hora de vender o adubo, o veneno, as máquinas e ainda lucram quando compram a soja, o milho e o leite. Para ele, essa triste realidade acontece devido à perda do controle agrícola no país. “As multinacionais querem que o Brasil produza apenas commodities  como soja e carne, deixando a cesta básica do povo relegada para segundo plano. Esse debate que reune a sociedade brasileira, referente à produção de alimentos, é fundamental para que o povo reaja e recupere o controle sobre a produção estabelecendo como principal objetivo a produção de alimentos, não apenas para exportação”, pontuou.

O dirigente acredita que com uma comida boa e de qualidade a sociedade garante saúde e fome zero. “Não adianta sermos os maiores exportadores de frango e produtores de soja se continuar com o povo na fila do SUS mal nutrido”, alertou.
          
Já a mesa temática da tarde abordou a “Crítica ao crescimento econômico: Afinal, o que é o decrescimento econômico”. Philippe Léna, do Instituto de Pesquisa sobre Desenvolvimento (IRD/França), salienta que a proposta do decrescimento não se trata de uma proposta econômica, onde existe um receituário pronto para ser aplicado, mas pode ser visto como uma constelação de medidas heterogêneas que visam parar com essa dinâmica do crescimento sem criar uma recessão ou desemprego. “A proposta trata de um projeto político diferente, não vamos nos opor ao crescimento econômico, mas certamente o PIB vai diminuir por uma série de medidas, como por exemplo a criação de empregos necessários, mas que não agregam valor, a criação de uma renda máxima, entre outras medidas desse tipo, indo no sentido de reduzir nossas dependências aos recursos naturais, atingindo vários setores. O decrescimento será sobretudo uma mudança de valores e mentalidades”, acredita.

Tatiani Magalhães
Sala de Imprensa

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