Para Fetaesc, farmácia veterinária popular sai do papel com parcerias
Para a direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaesc), sem parcerias o projeto de farmácia veterinária popular não sai do papel. “Sem parcerias com municípios, agropecuárias e cooperativas não tem farmácia veterinária popular”, avaliou Luiz Sartor, agricultor em Morro da Fumaça e secretário-geral da Fetaesc, que conversou com a reportagem da Agência AL na tarde desta sexta-feira (14). “Nós não temos um modelo, mas temos uma ideia, então temos de ir para construção”, ponderou o sindicalista.
Para Ives Lopes, engenheiro agrônomo da Fetaesc, o projeto de farmácia popular veterinária é uma reivindicação antiga da entidade. “Esse projeto deve ser voltado para as pessoas que não têm recursos, como arrendatários, meeiros, parceiros, agricultores de baixa renda, que têm dificuldades enormes para comprar medicamentos veterinários”, afirmou Lopes, que destacou a importância da orientação técnica. “Muitas vezes os agricultores de baixa renda compram sem orientação e tratam de forma indevida os animais, criando resistência às doenças. Assistência técnica é primordial, principalmente para quem não tem acesso a cooperativas e agropecuárias”, defendeu o dirigente da Fetaesc.
Milhares de clientes em potencial
Em Santa Catarina há cerca 343 mil propriedades rurais, sendo que 90% delas são pequenas. “Muitos têm dificuldade para comprar remédio veterinário, o agricultor tem o dinheiro contado”, explicou o secretário-geral da Fetaesc. Apesar das dificuldades, a demanda por medicamentos veterinários é alta. “No caso do leite, tem todo um controle diário da presença de mamite”, justificou o sindicalista, que ressaltou ainda a prevenção de doenças como tuberculose e brucelose e o controle de bicheiras e carrapatos. “Se tiver acesso a medicamento subsidiado, o agricultor vai garantir o pequeno rebanho com sanidade, sem prejuízo de perder animais”, observou Sartor.
Projeto tramitando
O projeto que institui no estado a farmácia veterinária popular, de autoria do deputado Luiz Fernando Vampiro (PMDB), foi protocolado em fevereiro e ainda aguarda análise das comissões de Constituição e Justiça, Finanças e Tributação e Agricultura e Política Rural.
Segundo dispõe o artigo 3º do PL 11/2016, as secretarias de estado da Saúde e da Agricultura e da Pesca serão responsáveis pela aquisição, estocagem e comercialização dos medicamentos. Esses órgãos também poderão firmar convênios com entidades públicas e privadas para implantar a farmácia veterinária popular nos municípios.
Agência AL