Museu Naval surpreende pela quantidade e variedade do acervo

O Museu Naval da Marinha, localizado no antigo forte Santa Bárbara, na área central de Florianópolis, surpreende os visitantes pela quantidade e variedade dos objetos expostos, que retratam o período que compreende a vinda da família real portuguesa, em 1808, até a Segunda Guerra Mundial.

Canhão portátil da época da Guerra do Paraguai, réplicas de navios (nautimodelos), instrumentos de navegação e de orientação por estrelas, armas, muitas armas, fardamentos, gaiola de pirata, boia de U-Boot afundado na costa barriga-verde e outros objetos nazistas, além de documentos, fotografias, cópias de pinturas e exemplares de jornais dos séculos XIX e XX.

“Nosso visitante não vem com expectativa muito alta e se surpreende positivamente”, garantiu o administrador do Museu Naval, capitão-de mar-e-guerra Jorge Affonso Dutra Souto, atualmente na reserva.

Segundo o capitão Affonso, as escolas descobriram o Museu Naval e cada vez mais estudantes visitam o local.

“Escolas de Timbó, Presidente Getúlio, Schroeder, escolas do interior”, informou Affonso, que destacou a qualidade dos mediadores e guias, todos marinheiros, com conhecimento detalhado da coleção.

A gaiola de pirata, um dos objetos mais curiosos do Museu, servia para prender e matar quem praticava a pirataria.

“Quando capturavam um pirata, tinham medo de que a alma dele assombrasse o carrasco ou a cidade que o condenava, então a gaiola era colocada no mar e quando a maré subia, o prisioneiro morria afogado”, explicou o sargento da Marinha Cláudio Augusto dos Santos, chefe dos guias do museu.

Objetos nazistas e nipônicos
Colocadas frente a frente para realçar a aliança entre a Alemanha e o Japão durante a Segunda Guerra Mundial, destacam-se as bandeiras nazista e do Japão imperial, bem como suásticas e itens pessoais de um combatente nazista e japonês.

“Não podemos esconder a história, é um registro daquele tempo”, justificou o sargento Augusto, que admitiu que os objetos da Segunda Guerra Mundial estão estre os que mais chamam a atenção dos visitantes.

Parceria com o Instituto Soto
O Museu Naval da Marinha, também denominado Centro Cultural da Marinha em Santa Catarina, exibe peças que pertencem ao Instituto Soto, de Bombinhas, e que foram coletadas pelo professor da Univali, Jules Marcelo Rosa Soto, curador do Museu Naval.

“Foram mais de 40 anos colecionando objetos, mais de dois mil estão expostos”, revelou o capitão Affonso, acrescentando que o Instituto Soto zela pelo acervo e a Marinha cuida do prédio histórico, construído no século XVIII em uma pequena ilha rochosa (hoje parte do aterro da baía Sul), situada logo abaixo do Imperial Hospital de Caridade, em Florianópolis.

O Museu abre de terça a sábado, das 10 às 17 horas. A entrada é gratuita e as visitas podem ser agendadas através do telefone (48) 3225.3896. Vale a pena conferir.