Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
26/03/2025 - 18h12min

Mais de 200 pessoas participam do Seminário Estadual de Agroecologia nas Escolas em Itajaí

Imprimir Enviar

FOTO: Agência AL

Como construir uma horta pedagógica, compostar alimentos orgânicos e promover o lixo zero dentro da comunidade escolar catarinense foram os desafios apresentados pelo Seminário Estadual de Agroecologia nas Escolas, que aconteceu nesta quarta-feira (26), em Itajaí, e que reuniu mais de 200 pessoas, entre especialistas, gestores e profissionais de educação.

A iniciativa, da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável em parceria com a Escola do Legislativo, objetivou incentivar, sensibilizar e capacitar a comunidade escolar com um olhar sensível às práticas ambientais demonstrando a preocupação com as questões da educação ambiental e alimentar no ambiente escolar.  

Instrumentos pedagógicos
Como destacou o deputado Marquito (Psol), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e proponente do evento, o seminário busca trabalhar a educação ambiental e educacional de forma lúdica e didática. “É fundamental que o cultivo de uma horta seja um instrumento pedagógico nas escolas. Essas crianças e jovens têm que ter contato com a natureza. A partir disso, é fundamental que a escola desenvolva ações de educação alimentar destacando a importância de um alimento saudável, que garanta a segurança alimentar."

Para ele, cultivar uma horta escolar e a técnica de compostagem transforma as escolas em um laboratório. “Hoje é um dia de imersão para compartilhamento de  cases de sucesso que estão acontecendo em Santa Catarina. Temos ainda muito o que avançar, mas o nosso Estado tem sido pioneiro em projetos dessa natureza.”

Experiências que deram certo
É o caso do projeto “ Escola Lixo Zero”, um case de sucesso, idealizado pela professora, escritora e palestrante Fabiana Nogueira Mina, que abriu a agenda de palestras do dia abordando o tema  "Pedagogia da autonomia e escolas lixo zero”.

Fabiana contou que a sua experiência bem sucedida em São José ganhou selo “Lixo Zero", que é um título concedido às iniciativas que cumpriram o desafio de reduzir acima de 90% a produção de resíduos sólidos e dos impactos ambientais causados.

E tudo começou em 2019, quando ela, professora da Escola de Educação Básica Aldo Câmara da Silva, decidiu propor o tema dos resíduos urbanos para uma aula de Língua Portuguesa sobre artigo de opinião. Munida de materiais como vídeos sobre o consumo, uso de sacolas plásticas e impactos desse material nos oceanos e ecossistemas, a educadora conseguiu impactar tão efetivamente os estudantes, que o debate foi além daquela aula.

Mais estudantes foram alcançados por meio de um seminário na escola, no qual o desafio fez com que toda a comunidade se engajasse em transformar as ideias debatidas em ações e que o local viesse a ser a primeira escola Lixo Zero do país.

“Fomos testando, e a escola virou um grande laboratório. Enquanto tentávamos traçar um caminho para a redução de 90% do que era enviado para o aterro sanitário nós também tivemos erros”, lembra a professora. Hoje a escola conta com o envolvimento de todos os 600 alunos. “Mudamos a percepção das crianças e de seus pais. O envolvimento familiar é fundamental”, observa.

Com essa mesma visão, o agrônomo e professor da Udesc, Germano Guttler, foi categórico ao afirmar que as escolas mudam as realidades das comunidades em seu entorno. “O conceito cultural do lixo deve ser modificado”, enfatizou. O palestrante trouxe uma experiência de compostagem desenvolvida para a cidade de Lages, na Serra. “Lages tem hoje uma produção de lixo orgânico 43% menor do que a média nacional", disse, destacando que o futuro sem lixo é uma certeza e não uma opção. 

Já o engenheiro e coordenador Urbano do Cepagro (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo), Julio César Maestri, destacou a importância do envolvimento da comunidade escolar nas práticas de compostagem, como instrumento pedagógico. “Em Florianópolis, assessoramos 83 unidades educativas e precisamos avançar, expandir uma metodologia que integre o calendário agrícola ao calendário escolar.”

Itajaí inaugurou o ciclo de cinco debates do Seminário “Agroecologia nas Escolas”. A próxima parada será  em Lages, dia 24 de abril. O evento ainda está agendado para acontecer em  Criciúma (15/05), Florianópolis (21/08) e Chapecó (2/10). Em 2024, Florianópolis sediou o primeiro Seminário  Estadual de Agroecologia nas Escolas.

 

Valquíria Guimarães
Agência AL

Voltar