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06/11/2014 - 08h00min

Importância de Antonieta de Barros é destacada nos 10 anos do PAB

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Busto da mulher que dá nome ao programa de ação afirmativa da Assembleia foi entregue durante o evento. FOTOS: Fábio Queiroz/Agência AL

As homenagens a pessoas e entidades ligadas ao movimento negro e o resgate da importância da ex-deputada Antonieta de Barros na luta pela inclusão social marcaram o evento que comemorou, na noite desta quarta-feira (5), os 10 anos do Programa Antonieta de Barros (PAB). A solenidade foi encerrada com uma palestra do rapper Emicida, ícone do movimento hip hop brasileiro.

Durante o evento, pessoas envolvidas com o programa relataram sua experiência e a importância dessa ação afirmativa no combate ao racismo e à exclusão. “O PAB  me transformou, me ajudou a viver em coletividade, a me tornar mais humana e social. Comemorar esses 10 anos é colocar esse programa mais à frente, abrindo portas, fazendo com que eu queira ser cada vez melhor, sempre fazendo o melhor”, afirmou a estagiária Camila dos Santos, que atualmente integra o PAB.

Primeira coordenadora do programa, Jeruse Romão fez uma menção especial às pessoas que ajudaram a criá-lo, no começo da década passada. Ela também cobrou dos jovens que participaram e participam do PAB o compromisso de manter as ações afirmativas e aprimorá-las. “Vocês são os próximos a construir as políticas públicas que vão beneficiar as futuras gerações. Esse é um compromisso de vocês”, disse.

Combate ao racismo
A importância de ações como o PAB no enfrentamento à discriminação racial também foi destacada durante o evento. Dora Lúcia Lima, procuradora-geral da Fundação Palmares, lembrou que o desenvolvimento do Brasil não se dará “se nós não combatermos o racismo, fator determinante para a baixa qualidade de vida de parte da população”.

Já a atual coordenadora de Estágios Especiais da Assembleia, Marilu Lima de Oliveira, afirmou que o PAB contribui para uma sociedade mais democrática. “Essa é uma luta da coletividade, dos movimentos sociais. Todos contribuíram para esse momento”, declarou. “Vocês [estagiários do PAB] têm a tarefa de dar continuidade a tudo isso, sempre com ousadia, determinação e vontade”.

Representando o presidente da Assembleia, deputado Romildo Titon (PMDB), o chefe de gabinete da Presidência do Legislativo estadual, Antoninho Tibúrcio Gonçalves, também conclamou os estagiários a dar sequência ao trabalho desenvolvido pelo PAB. “Não existe vitória sem luta. Se vocês estão hoje aqui é porque há pessoas que tiveram coragem de enfrentar o racismo”, disse.

Busto
Durante a cerimônia, o prefeito em exercício de Florianópolis, Tiago Silva, repassou um busto de Antonieta de Barros para a coordenação do programa. Segundo ele, a representação da imagem da ex-deputada é fruto de um projeto de sua autoria na Câmara de Florianópolis e deveria ficar exposta na Praça XV de Novembro, mas estava escondida em um depósito.

“Infelizmente o que fizeram com o busto de Antonieta de Barros é o que fazem com a população negra e mais humilde dessa cidade”, lamentou Silva. “Temos que resgatar a história de Antonieta de Barros, mostrar sua importância para a juventude, para o movimento negro”.

Mais de 30 pessoas e entidades ligadas ao movimento negro e às ações afirmativas foram homenageadas durante a solenidade. Servidores, colaboradores e estagiários do PAB também receberam homenagens. O evento foi encerrado com a apresentação de um rap composto por estagiários, em homenagem aos 10 anos do PAB, com a presença de um espectador especial: o rapper Emicida.

Histórico
O PAB é um programa de ação afirmativa que oportuniza estágio no Poder Legislativo a jovens em situação de vulnerabilidade social. Os estagiários são selecionados por mais de 20 entidades sociais de Florianópolis, Biguaçu, São José e Palhoça, de acordo com critérios específicos.

Na seleção são levados em conta aspectos étnicos e de gênero, renda familiar (não superior a 2,5 salários mínimos), frequência escolar (nível médio ou superior) e vulnerabilidade habitacional. Os estagiários podem permanecer no programa pelo período de até dois anos, período no qual recebem bolsa-auxílio.

Desde 2004, 251 jovens já passaram pelo programa, sendo 60% mulheres e 40% homens. Os negros representam a maioria, totalizando 74%. Cerca de 60% dos estagiários têm menos de 18 anos quando ingressam no programa e 70% estão cursando o ensino médio. Mais de 70% dos jovens têm renda familiar de até um salário mínimo e 5% não têm renda alguma. Em média, 10% dos estagiários já é pai ou mãe e 5% têm algum tipo de deficiência física.

Neste ano, também em comemoração aos 10 anos do programa, os estagiários do PAB lançaram um blog, o Estagiários em Ação, que retrata, sob o ponto de vista dos jovens, as experiências vividas durante o estágio na Assembleia Legislativa.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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