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06/11/2014 - 08h58min

Emicida: “É a teimosia, a curiosidade que torna possível o impossível”

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Rapper, ícone do hip hop nacional, participou das comemorações dos 10 anos do PAB. FOTO: Fábio Queiroz/Agência AL

As celebrações dos 10 anos do Programa Antonieta de Barros (PAB) foram encerradas, na noite desta quarta-feira (5), com a palestra do rapper Emicida. O paulistano de 29 anos é considerado um dos maiores nomes do hip hop do Brasil na atualidade e contribuiu significativamente para reduzir o preconceito contra esse gênero musical.

A vinda de Emicida a Florianópolis foi uma sugestão dos estagiários do PAB. Durante 40 minutos, o rapper contou para centenas de jovens que lotaram o auditório Antonieta de Barros como o hip hop transformou sua vida. Emicida nasceu em uma comunidade pobre na periferia de São Paulo. Desde a infância, sonhava em ser ilustrador de histórias de quadrinhos e trabalhar numa das grandes editoras do gênero nos Estados Unidos. Mas, na 4ª série, ele praticamente abandonou os estudos.

“Eu não me via na escola. Gostava de ler, mas da forma como as coisas eram passadas para mim na escola, eu sentia uma barreira”, disse. Foi, então, que uma professora, chamada Rita de Cássia, começou a transformação em sua vida. “Ela percebia que eu gostava de quadrinhos e começou a ensinar as coisas por meio de histórias em quadrinhos”, relembrou.

Uma visita à Editora Abril aumentou ainda mais o interesse do jovem por gibis. Emicida participou de um concurso de quadrinhos, quando estava na 8ª série. Ele ficou em primeiro e ganhou como prêmio uma viagem para um hotel cinco estrelas em Pernambuco. “Eu estava com 15 anos e mal tinha saído do meu bairro”, contou.

Interessado em se aprofundar no assunto, tentou se inscrever num workshop de quadrinhos, mas como as vagas estavam esgotadas optou por uma oficina de hip hop. Foi seu primeiro contato com o gênero musical que transformaria sua vida.

Emicida recordou das dificuldades do início da carreira. Contou que uma vez recorreu ao cartão de crédito de um amigo para “piratear” cópias do primeiro CD. “Eu fazia no máximo dois shows por ano”, brincou. O preconceito com a periferia e a cultura hip hop também foram uma barreira. “Havia uma distorção do hip hop. As pessoas associavam ao crime, quando justamente o objetivo do hip hop é o contrário: combater a criminalidade”.

Com base em sua trajetória, o rapper deixou várias mensagens importantes para os jovens que acompanharam a palestra. “É a teimosia, a curiosidade que torna possível o impossível. Acho que eu fiz isso através da música e vocês fazem isso quando estudam, quando estão num estágio, quando entram na universidade”.

Ele destacou a importância de ações como o PAB no combate ao racismo. “É importante mostrar para as pessoas como esse atraso que representa o racismo destrói logo na escola, com as primeiras piadinhas sobre a cor, sobre o cabelo. O Brasil precisa se conhecer como um país de três grandes etnias: negros, índios e brancos”, afirmou.

Atendendo a pedidos da plateia, Emicida encerrou a palestra apresentando o rap “Levanta e Anda”, um dos seus maiores sucessos. Em meio a um cenário de pobreza e dificuldades, a música deixa a seguinte mensagem: “Irmão, você não percebeu que você/ É o único representante do seu sonho na face da Terra?”.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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