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19/04/2016 - 12h33min

FIA contribui com a formação e resgate de jovens em situação de vulnerabilidade

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Cássio Slonczewski, diretor de Relações Institucionais da Organização Não Governamental (ONG) Cruz Azul do Brasil, de Blumenau

"Os frutos nem sempre são imediatos, mas o trabalho nunca é em vão.” É assim, entusiasmado com os resultados do projeto Palco da Vida, que Cássio Slonczewski, diretor de Relações Institucionais da Organização Não Governamental (ONG) Cruz Azul do Brasil, dimensiona a importância do acesso aos recursos do Fundo para Infância e Adolescência (FIA).

Preparando-se para sua quarta etapa, o projeto desenvolvido pela ONG atende adolescentes em situação de vulnerabilidade, principalmente em relação ao álcool e ao tráfico de drogas, na cidade de Blumenau. O foco de ação se concentra nos alunos do 7º ao 9º ano da rede municipal e estadual de ensino. "Junto com a Secretaria de Educação e a coordenação pedagógica das escolas, os jovens em situação de evasão escolar, com problemas de comportamento e situações difíceis dentro da escola, são selecionados com muito cuidado. A cautela é necessária para que eles não sejam estigmatizados", esclarece Slonczewski.

Cada etapa do Palco da Vida tem a duração de um ano e está estruturada para acolher até 20 adolescentes. Utilizando o teatro como forma de interagir com a realidade dos acolhidos, o projeto conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar capacitada para orientar os jovens, com assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e um professor de teatro. "Dependendo da avaliação, os adolescentes são encaminhados para terapia, eles têm um acompanhamento psicológico individual e também das famílias, que são atendidas em visitas domiciliares", explica o diretor da ONG.

Como programação regular o projeto oferece dois encontros de duas horas, semanalmente. Essas atividades são complementadas em eventos extras como assistir a peças no Teatro Carlos Gomes, passeios e retiros onde são trabalhadas novas perspectivas de vida. De acordo com Slonczewski, a partir desses retiros eles já vêm com uma nova proposta. "O que ouvimos é: 'Eu não quero mais viver aquela realidade, quero sair disso, quero viver uma nova história que estou enxergando'. Mas mesmo assim, cerca da metade deles aceitam esta mudança", reconhece.

O site da Assembleia Legislativa disponibiliza um link com informações sobre as doações ao FIA

Destinação de imposto em favor do FIA termina no final de abril

O projeto recebe recursos tanto do FIA municipal, quanto do estadual. Slonczewski reconhece que sem esse financiamento o Palco da Vida não aconteceria. Segundo o diretor, a maior parte das verbas vem do fundo do município, para o qual é possível direcionar as destinações recolhidas através do imposto de renda. O FIA estadual ajudou a viabilizar o projeto em 2014 com uma verba de R$ 45 mil, utilizada principalmente na infraestrutura das instalações e apoio às apresentações dos alunos do projeto. A ONG aguarda a liberação de novos editais estaduais para captar recursos e ampliar o programa e o número de acolhidos.

Receita Federal
Outro parceiro importante do FIA é a Receita Federal, que é responsável pela arrecadação dos impostos e o cruzamento de informações das declarações com as entidades atendidas e colabora para a gestão adequada do fundo. A auditora fiscal Roseli Fabrin ressalta a importância de observar uma característica específica da contribuição: "é uma destinação, mais do que dedutível, é um direcionamento do imposto de renda". Roseli acrescenta que “a dedução entra na declaração de uma maneira diferente, por exemplo, se é uma despesa médica, vai ser diminuída da base de cálculo do imposto. Essa destinação do imposto já é da apuração. Depois que foi apurado o imposto devido é que o contribuinte pode destinar uma parte diretamente para o Fundo da Infância e Adolescência", esclarece.

Em relação ao FIA especificamente, o contribuinte tem a possibilidade de destinar, como pessoa física, até 6% do imposto devido, desde que ele faça isso até 31 de dezembro do ano corrente por meio de depósito em conta específica do fundo. "É importante salientar que o contribuinte não pode fazer a doação diretamente para uma instituição e entender como destinação de imposto. Ele até pode fazer a doação, mas ela não é dedutível do valor final do imposto", ressalta Roseli.

A auditora lembra que até bem pouco tempo essa era a única forma de contribuir para o fundo, mais recentemente é que se abriu a possibilidade de destinar parte do imposto até a época da declaração. No entanto, a destinação máxima neste período é de 3%. "Ainda é muito significativo, porém, aquele contribuinte que puder fazê-lo até o final do ano pode destinar um percentual maior", incentiva Roseli. Ela define o ato como um importante exercício de cidadania, que deveria ser mais estimulado. "De certa forma, cada um de nós, quando não nos ocupamos disso, acabamos contribuindo para o descaso, em algumas situações, do poder público. Porque, de fato, o governante vai fazer o que o povo espera que ele faça, e se é a flor na praça que faz sucesso, ele vai colocar flor na praça", argumenta.

Giovanni Kalabaide
Agência AL

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