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18/10/2013 - 13h19min

FAO pauta debate sobre sistemas alimentares sustentáveis

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Debate busca estimular uma reflexão na sociedade sobre os sistemas alimentares sustentáveis. Foto: Jessica Genevro/Agência AL

Na semana em que se celebra o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) busca estimular uma reflexão na sociedade sobre os sistemas alimentares sustentáveis para a segurança alimentar e nutrição, tema oficial estabelecido para o ano de 2013. O assunto foi abordado pelo presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Élido Bonomo, em entrevista coletiva na sala de imprensa da Assembleia Legislativa na manhã de hoje (18).

O sistema alimentar sustentável é toda a cadeia que engloba a produção, o plantio, a colheita, o processamento, a embalagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a compra e o consumo de alimentos. De acordo com a FAO, os modelos insustentáveis de desenvolvimento estão degradando o meio ambiente, ameaçando ecossistemas e a biodiversidade que serão necessários para garantir o fornecimento de alimentos no futuro. “Essa estrutura tem gerado diversas preocupações quanto à segurança alimentar dos indivíduos e da comunidade. Por isso, é necessário provocar uma reflexão envolvendo cientistas, políticos, sociedade civil e consumidores sobre o sistema atual e debater maneiras de garantir um sistema saudável e sustentável”, disse Bonomo.

Segundo o presidente do CFN, é preciso fazer um diagnóstico da situação considerando questões como a forma de produção, o uso de agrotóxicos, a emissão de gases nocivos, o consumo de água, a degradação ambiental, o desperdício de alimentos, a utilização de transgênicos, entre outros. “É importante compreender que se não muda um sistema de uma hora para a outra. Devemos passar por um período de transição de algumas décadas desse modelo convencional de produzir muito alimento em forma de monocultura em grandes terras para um modelo sustentável, que preserve a biodiversidade, favoreça o desenvolvimento local e garanta a sobrevivência das gerações futuras”.

Além da mudança do modelo de produção, essa transição depende, na opinião de Bonomo, da valorização de experiências positivas, como a agroecologia; da transformação do perfil do consumidor, com a escolha de alimentos mais nutritivos e saudáveis; da criação de novas tecnologias e de investimento público em assistência técnica.

Alimentação no Brasil
O padrão de consumo alimentar e nutricional da população brasileira é considerado ruim pelo presidente do CFN. “Há uma tendência mundial à padronização da dieta alimentar. Estamos seguindo o modelo norte-americano, que é muito perverso”, ressaltou.

Bonomo comentou que diversas pesquisas nacionais apontam a diminuição do consumo de fibras alimentares, de raízes e tubérculos, e o aumento do consumo de açúcar simples e gorduras saturadas. “O consumo de frutas, legumes e verduras no Brasil melhorou um pouco na última década devido a uma campanha para incentivar as pessoas a comerem ao menos cinco porções ou 400 gramas desses alimentos por dia. No entanto, nem 10% da população atinge o consumo recomendado”.

Também há um aumento do consumo calórico e uma redução do gasto de energia. “Consumimos alimentos cada vez menos diversificados. Isto é gravíssimo. Hoje com oito ou nove alimentos atingimos cerca de 80% a 85% das nossas necessidades diárias. Assim, vamos ficando mais obesos, com carência de vitamina A e de ferro, por exemplo”. Outra consequência dessa realidade é o aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares e respiratórias.

De acordo com a FAO, 500 milhões de pessoas são obesas e aproximadamente 1,4 bilhão sofrem com excesso de peso. Ao mesmo tempo, 868 milhões — ou 12,5% da população mundial — estão subnutridas e cerca de 2 bilhões têm uma ou mais deficiências de micronutrientes.

Ludmilla Gadotti
Rádio AL

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